História de Campo Grande (Mato Grosso do Sul): diferenças entre revisões

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== História ==
=== Vila ===
 
Em [[1870]] (por razão da [[Guerra da Tríplice Aliança]]) chegou a notícia aos moradores de [[Monte Alegre]] (no [[Triângulo Mineiro]]) de terras férteis para agropecuária, na região do então "Campo Grande da Vacaria". Isso acabou contentando [[José Antônio Pereira]], que precisava de terras para alojar sua família. Em [[21 de junho]] de [[1872]] chegou e se alojou em terras férteis e completamente desabitadas da Serra de Maracaju, na confluência de dois córregos - mais tarde denominados Prosa e Segredo - e que hoje é o Horto Florestal.
 
"''No ano seguinte, [[José Antônio Pereira]] regressou a Monte Alegre, deixando o seu rancho e a sua lavoura incipiente entregues a João Nepomuceno, com quem se associara. Nepomuceno era caboclo de [[Camapuã]], um arraial que morria, situado na antiga Fazenda Imperial do mesmo nome, nas cabeceiras do [[rio Coxim|Coxim]], e que ali aparecera, 'de muda' para [[Miranda]], quebrando a monotonia do ermo com dois carros de bois que o peso da carga fazia chiar nos eixos.''" [<font size=1>Rosário Congro ([[1884]]-[[1963]], primeiro historiador da cidade) in: "O município de Campo Grande - estado de Matto Grosso" [[1919]], páginas 9-10; reeditado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, em [[2003]]</font>].
 
[[Imagem:Mc041 01.jpg|thumb|250px|left|Vista aérea de Campo Grande em 1937]]
 
No dia [[14 de agosto]] de [[1875]], [[José Antônio Pereira]] enfim retorna com sua família (esposa e oito filhos), escravos, além de outros (num total de 62 pessoas). No primeiro rancho, que houvera construído, encontra agora Manoel Vieira de Sousa (Manoel Olivério) e sua família, provenientes de Prata, que aqui haviam chegado atraídos pelas notícias dos campos de Vacaria, juntamente com seus irmãos Cândido Vieira de Souza e Joaquim Vieira de Souza, e alguns empregados, um dos quais Joaquim Dias Moreira (Joaquim Bagage). [[Minas Gerais]]; as famílias se unem e originam a primeira geração de campo-grandenses. No fim de [[1877]] cumpre uma promessa feita durante a viagem de retorno e constrói a primeira igrejinha (rústica de pau-a-pique com telhas de barro). As casas, de precário alinhamento, formaram a primeira rua (chamava-se Rua Velha, atual [[Rua 26 de Agosto|26 de agosto]], e terminava num pequeno largo (atual Praça dos Imigrantes), onde havia uma bifurcação, formando mais duas vias). José Antônio Pereira, fundador do arraial, construiu sua residência definitiva no final da ramificação de baixo (hoje rua Barão de Melgaço). Faleceu em sua fazenda "Bom Jardim", em [[11 de janeiro]] de [[1900]], meses depois da emancipação política da vila ([[26 de Agosto]] de [[1899]]). A partir de [[1879]] novas caravanas de mineiros foram chegando e sendo distribuídas nas terras devolutas, marcando suas posses, quase sempre sob a orientação do fundador. Estabeleceram assim as primeiras fazendas do Arraial de Santo Antônio do Campo Grande. No centro da rua, no comércio e farmácia, que pertenciam a Joaquim Vieira de Almeida, reuniam-se a alta sociedade do local. Era o homem que tinha maior instrução na vila e era o redator de documentos de caráter público ou privado. E eram resolvidos ali os problemas comunitários, de onde saíam as reivindicações ao governo. Foi de autoria do próprio Joaquim Vieira de Almeida uma correspondência solicitando a emancipação da vila.
 
=== Município ===
[[Imagem:Mc041 05.jpg|thumb|250px|right|Figura do Plano Diretor do Escritório Saturnino de Brito]]
 
A região e a vila se desenvolviam em razão do clima e da privilegiada situação geográfica. Isso atraiu os habitantes de [[São Paulo]], [[Rio Grande do Sul]], [[Paraná]] e [[Nordeste]], entre outros. Depois de cansativas e insistentes reivindicações (também devido a sua posição estratégica, e sendo passagem obrigatória em direção ao extremo sul do Estado, Camapuã ou ao Triângulo Mineiro), o governo estadual promulga a resolução de emancipação da vila e a eleva à condição de município, ao mesmo tempo mudando o seu nome para Campo Grande, em [[26 de agosto]] de [[1899]]. Com a emancipação ocorrida, Joaquim Vieira de Almeida havia falecido em decorrência de sua [[tuberculose]] e sem ver seu pedido atendido. O município de Campo Grande se desenvolve com a agropecuária, proporcionada pelo estabelecimento de fazendas de criação de gado em suas imediações e nos campos limpos de Vacaria. Torna-se um centro comercial bovino, de onde partiam comitivas conduzindo boiadas para o Triângulo Mineiro e o [[Paraguai]]. Construída em [[1900]] por Manuel da Costa Lima, a estrada boiadeira (hoje [[BR-163]]), passou a ligar Campo Grande às barrancas do Paraná. Com isso, as boiadas dirigiram-se também para São Paulo, onde abriu-se novo mercado para a região e novas oportunidades para o comércio local, além de intercâmbio. Chega a Campo Grande em [[1909]] o engenheiro Temístocles Pais de Sousa Brasil, que foi indicado e designado pelo [[Exército brasileiro|Exército]] para realizar os estudos para a locação e a construção do quartel-general e outros aquartelamentos das Forças Armadas da região de Mato Grosso, além de ser designado para projetar a primeira planta urbana e rocio da vila de Campo Grande.
 
=== Cidade ===
 
[[Imagem:Mc041 03.jpg|thumb|250px|left|Planta de Campo Grande de 1939]]
A [[comarca]] é criada em 1910. Seu primeiro [[juiz]] de direito foi [[Arlindo de Andrade Gomes]]. Seu primeiro promotor público, [[Tobias de Santana]]. As idéias modernizadoras dos primeiros administradores influenciaram várias áreas, da [[pecuária]] ao [[urbanismo]], e foi traçada a [[zona urbana]] com avenidas e ruas amplas e arborizadas. É instalada a [[energia elétrica]] em [[1916]] e em [[16 de julho]] de [[1918]], pelo Decreto nº. 772, o [[município]] é elevado à categoria de [[cidade]]. De [[1921]] a [[1923]], na gestão do intendente [[Arlindo Andrade]], são feitas várias obras urbanas (urbanização da Av. Afonso Pena, arborização das vias principais e secundárias e ajardinamento da Praça Ari Coelho, entre outras). Outro fator de progresso para o município e para o estado de [[Mato Grosso]] foi a chegada da [[Estrada de Ferro Noroeste do Brasil]], da [[RFFSA]] (atual [[Novoeste]]), em [[1914]], ligando as duas bacias fluviais: [[Rio Paraná|Paraná]] e [[Rio Paraguai|Paraguai]], aos países vizinhos: à [[Bolívia]] (em [[Corumbá]]) e ao [[Paraguai]] (em [[Ponta Porã]]). Foi um marco decisivo para o desenvolvimento de Campo Grande, que despontava como uma das mais progressistas do antigo estado de Mato Grosso.
 
Funcionando como pólo comercial e de serviços de uma vasta região, Campo Grande desenvolvia-se e firmava sua liderança no sul do Estado. A transferência, em [[1921]], do Comando da Circunscrição Militar, inicialmente sediado em [[Corumbá]] (antes de chegar á Campo Grande, a Circunscrição da [[9ª Região Militar]] teve como sedes ainda as cidades de [[Cuiabá]] e [[Aquidauana]]). A transferência e construção dos quartéis e outros estabelecimentos militares foi outra iniciativa que contribuiu para o seu desenvolvimento e liderança. Outro passo para o seu desenvolvimento foi a vinda de [[imigrantes]] estrangeiros: ([[japoneses]], [[árabes]], [[armênios]]) a partir de [[1924]]. Em [[1930]] já possuía cerca de doze mil habitantes (além de três agências bancárias, correios e telégrafos, várias repartições públicas, estabelecimentos de ensino primário e secundário, assim como clubes recreativos). Tinha acesso ao abastecimento de água canalizada, energia elétrica e [[telefone]].
[[Imagem:RelógioCG.JPG|thumb|250px|O Relógio Central de Campo Grande, atualmente na esquina da Rua Calógeras com a Avenida Afonso Pena, outrora localizava-se entre a Rua 14 de Julho e a Avenida Afonso Pena.]]
Em [[1932]], chegou a informação na cidade da deflagração da [[Revolução Constitucionalista]]. Quando a cidade soube da notícia, viu seu primeiro desafio: “de que lado ficar?” As lideranças da época (políticos e coronéis oriundos do norte do estado e radicados na região) romperam de vez com o poder e uniram-se a [[São Paulo]] contra tudo e todos. Com isso foi declarado um estado independente, o [[Estado de Maracaju]], com Campo Grande sendo a capital administrativa. Seu [[governador]] foi o renomado médico [[Vespasiano Martins]], então intendente. A sede (ou o palácio do governo) foi instalado no prédio da [[Maçonaria]], de lá partindo as decisões e o planejamento do combate às forças legalistas). A capital legal do Estado, que era [[Cuiabá]] (esta recebia maior influência de [[Goiás]], [[Rio de Janeiro]], [[Paraná]] e parte de [[Minas Gerais]]), continua legalista. Campo Grande acabou, deste modo, tornando-se a capital do estado de Maracaju, anseio concretizado que já era manifestado desde o início do século (o sul independente do norte), mas que durou poucos meses, de [[11 de julho]] até outubro de [[1932]].
 
=== Divisão ===
 
Com a vitória legalista, o sonho de divisão é frustrado, mas se reiniciou em [[1958]]. Com o general [[Ernesto Geisel]] empossado na Presidência da República, é nomeado o general [[Golbery do Couto e Silva]] para a chefia de sua Casa Civil. Poucas pessoas lembraram que, vinte anos antes, esses dois militares (coronéis), estavam em Mato Grosso para viabilizar a divisão do estado em dois, e concluíram que esta não era apenas viável, mas muito necessária, pois havia uma diferença enorme entre as regiões norte (entrada da Floresta Amazônica) e sul (representada por campos de pastagem). Nos anos 60 Campo Grande abriga a sua primeira instituição de ensino superior, as Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT), que depois seria a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Nessa mesma década é criada a Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT), com um dos campi instalado na cidade (com cursos nas áreas de saúde, ciências exatas e tecnologia). Depois da divisão do estado passa a se chamar Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (FUFMS), hoje [[UFMS]]. Nos anos 70 fundou-se o Centro de Ensino Superior “Professor Plínio Mendes dos Santos” (Cesup), que logo depois passa a se chamar Universidade Para o Desenvolvimento do estado e da Região do Pantanal (Uniderp). A região sul elege a maioria da Assembléia Legislativa Estadual. Finalmente foi concretizada em [[11 de outubro]] de [[1977]], pela Lei Complementar nº 31, a criação de um novo estado (o Mato Grosso do Sul), cuja capital seria Campo Grande.
 
== Topônimo ==
 
Seu atual nome originou-se do primeiro nome, que era ''Arraial de [[Santo Antônio]] de Campo Grande''.
 
== Imigração ==
 
Há pouco tempo, o Brasil havia abolido a escravidão negra, então as necessidades de mão-de-obra nos campos e nas cidades eram uma questão de emergência, e o interesse em receber imigrantes por parte do governo brasileiro veio a solucionar uma questão que já estava se tornando agravante para o País.
 
=== Imigração alemã e do leste europeu ===
 
Em [[1924]] a Europa, principalmente a [[Alemanha]], vivia as conseqüências da [[1ª Guerra Mundial]]. Propaganda de fartura e vida melhor era exibida em filmes sobre o sucesso das colônias européias no Sul do País, através de uma Companhia de Colonização Alemã a "Hacker". Esta Companhia providenciou a vinda de um grupo de Alemães, [[Bulgária|búlgaros]], [[Polónia|poloneses]], [[Russia|russo]]s, [[Áustria|austríaco]]s e [[Romênia|romeno]]s, para estabelecerem na Colônia de Terenos, um núcleo agrícola próximo de Campo Grande, demarcado para receber os novos colonizadores. A Companhia de colonização fracassou e a Prefeitura de Campo Grande se responsabilizou pela total assistência aos colonos imigrantes; fornecia alimentos, material agrícola, sementes, remédios, utensílios domésticos, inclusive o transporte das bagagens das famílias, vindas pela ferrovia. O então Prefeito de Campo Grande, Dr. [[Vespasiano Barbosa Martins]] não poupou esforços para que a Colônia progredisse, mas os Colonos acostumados com o trabalho mecanizado nas lavouras da Europa, não se adaptaram ao trabalho dura da enxada, e deixaram esta Colônia voltando alguns para a Europa, outros indo se estabelecer no Sul do País.
 
=== Imigração espanhola ===
 
Nas primeiras décadas do [[século XX]], os [[Espanha|espanhóis]] chegaram à Campo Grande: Os Cubel, os Vasques, os Gomes, Sobral, Pettengil, Caminha e outros. Na década de 20, Francisco Cubel Pastor chega a Campo Grande com esposa e filhos, e funda a Padaria Hodierna Espanhola, e os bisnetos dos imigrantes que aqui vieram, hoje atuam nos mais variados ramos das atividades sociais, políticas e comerciais da cidade.
 
=== Imigração italiana ===
 
[[Bernardo Franco Baís]] foi o primeiro [[italia]]no que chegou a Campo Grande e aqui constituiu uma grande família que contribui até hoje para o desenvolvimento político, econômico e social de Campo Grande. Depois, influenciado por ele, vários outros imigrantes aportaram no Sul de Mato Grosso em busca de novas terras, como é o caso de Francisco Giordano que em 1912 junto com sua família fixou-se nesta cidade.
 
Muitos outros italianos deram grande parcela de contribuição para a cidade, entre eles: Lacava, Mandetta, Molitemo, Menotti, Panutti, Carmelo Interlando, Leteriello, Bacchi, Bertoni, Camilo, Cândia, Dissoli, Espósito, Fragelli, Matioli, Maymone, Mayolino, Metello, Oliva, Muzzi, Pache, Oliva, Simioli, Tognini, Trivelato, Trombini, Zardo, Crepaldi, Bogarim, Candelorio e vários outros. Todos fizeram e fazem a história da cidade.
 
=== Imigração japonesa ===
 
A crise que abalou o [[Japão]] com suas guerras, desempregos e superpopulação, fez com que criassem a Companhia Imperial de Imigração, e através dela no dia [[18 de Junho]] de [[1908]], o navio chamado [[Kasato Maru]], chegou ao [[Porto de Santos]], trazendo 781 imigrantes, sendo que 26 famílias viriam para Mato Grosso, informados de suas terras férteis, pouco exploradas, e de clima agradável.
 
A notícia da necessidade de mão-de-obra para a construção da Ferrovia no Estado de Mato Grosso, com remuneração muito boa na época, exaltou os ânimos daqueles imigrantes que se desiludiram nas fazendas de café de São Paulo e Minas Gerais, e partiram com destino ao Sul de Mato Grosso. Em 1909 um grupo de 75 imigrantes, a maioria de Okinawa partiu de Santos em um cargueiro fretado pela construtora da ferrovia. Vieram pelo Sul até o estuário do Rio da Prata, percorreram parte do território Argentino até o Rio Paraguai, seguindo seu curso até seu destino em Porto Esperança, na base das obras da ferrovia, já em Mato Grosso. Outros vieram pelo Peru, também informados pelos serviços da Ferrovia Noroeste do Brasil.
 
Aqui as dificuldades também eram desanimadoras, mosquitos, febre amarela, ataque dos índios, com a morte de muitos imigrantes, obrigando alguns a desistirem do trabalho na construção da ferrovia. Com o final da construção da Ferrovia Noroeste do Brasil entre 1914 e 1915, muitos Japoneses se fixaram em Campo Grande. As condições para aqui se estabelecerem eram tentadoras, pela oferta de lotes a preços baixo, com a condição de neles se construir. Como havia deficiência na produção de hortifrutigranjeiros na região, e os preços dos alimentos eram exorbitantes, um grupo de sete famílias, formaram um núcleo de colonização que se chamou Mata do Segredo, e foram estes pioneiros que impulsionaram o surgimento de outros núcleos de Japoneses na região.
 
A venda de frutas e verduras ainda hoje se concentra nas mãos dos japoneses no Mercado Municipal e na Feira Central com quase 80 anos de existência, e transformando-se também, em ponto turístico da cidade, com suas barracas estilizadas, do sobá, yakisoba e ao espetinho de carne. Gerações de nisseis escolheram profissões liberais como, a medicina, odontologia, engenharia, política, ou comércio, dando continuidade ao crescimento econômico e cultural de Campo Grande.
 
=== Imigração paraguaia ===
 
A instabilidade que sempre existiu no [[Paraguai]] desde a sua independência, obrigando o País a passar por várias guerras, golpes e ditaduras militares, fez com que milhares de Paraguaios deixassem seu País em busca de tranqüilidade e sustento para suas famílias. Devido à grande extensão fronteiriça de Mato Grosso do Sul com este País, e a facilidade em suas fronteiras, ajudou que muitos imigrassem, e continuaram a imigrar para nosso Estado. Em Campo Grande, a maior colônia de imigrantes é a Paraguaia, exercendo sua influência em todas as atividades econômicas, sociais, políticas e culturais.
 
O primeiro núcleo de paraguaios se deu onde se localiza hoje a [[Vila Carvalho (Campo Grande)|Vila Carvalho]], com registro da chegada da família de Eugênio Escobar em 1905. A [[Popular (Campo Grande)|Vila Popular]] também é formada em sua maioria por Paraguaios que aqui chegaram em 1959, e ali se estabeleceram próximo ao frigorífico, na época o FRIMA, que os empregavam por serem especialista na lida com o gado, principalmente na charqueada, sendo que outras vilas agrupam grande quantidade de Paraguaios. Introduziram-se nas mais variadas atividades do comércio, colocando em prática seus conhecimentos adquiridos no seu País, uns trabalhando com o couro nas selarias e sapatarias; outros como barbeiros, donos de bares, restaurantes e lanchonetes. Alguns, filhos de imigrantes são hoje, advogados, médicos, políticos, dando sua contribuição ao desenvolvimento de Campo Grande.
 
A influência cultural paraguaia tornou-se a mais marcante no cotidiano do Campo-grandense, com as rodas de tereré (erva-mate com água fria), a polca paraguaia aguarônia e o chamamé, a festa de Nossa Senhora de Caacupê com missas, terços, muita comida e danças. Na alimentação, a "chipa" e a "sopa paraguaia" fazem parte do cardápio Campo-grandense. O uso de ervas medicinais exerce uma influência significante do costume paraguaio, onde se depara em cada esquina do centro da cidade, com um vendedor de ervas chamado "raizeiro". Os paraguaios também fundaram em Campo Grande o [[Hospital Adventista do Pênfigo]], que trata, entre outras, a doença do [[fogo selvagem]], que foi fundado pelo Pastor Alfredo Barbosa, nos anos 50, curando muitos doentes, graças ao emprego de uma fórmula fornecida por um homem vindo do Paraguai, de nome Jamar. Hoje o atendimento do hospital é feito à pessoas do mundo todo.
 
=== Imigração portuguesa ===
 
Em [[1913]] chega a Campo Grande Antonio Secco Thomé com seus filhos Manoel e Joaquim Maria Secco Thomé. Especialistas na arte da Marcenaria e Carpintaria, logo conseguiu trabalho, e em seguida abriram seu próprio negócio. Com o passar dos anos abriram a Firma Thomé S. Irmãos, a mais importante do município, responsáveis por obras importantíssimas para a cidade e vários municípios do Estado de Mato Grosso.
 
Outros Portugueses aqui se estabeleceram e deram sua participação no desenvolvimento da cidade: os Oliveira, Cação, Figueira, Figueiredo, Pereira, Fonseca, Pedrosa, Duarte, Gonçalves, Cardoso, Mateus, Marques, os Dias Barreira e muitos outros.
 
=== Imigração sirio-libanesa ===
 
A partir de 1912, fugindo das guerras sangrentas que assolavam o Oriente; Sírios, Libaneses, Turcos e Armênios, chegavam ao Porto de Santos. De Santos partiram para Porto de Corumbá, que era o portal de entrada para o Centro Oeste, e o pólo comercial de Mato Grosso. Alguns seguiram para Campo Grande, em lombos de burros e carretas puxados por juntas de bois outros através da estrada de ferro Noroeste do Brasil, chegaram cheios de esperança e dispostos ao trabalho, na próspera Vila de Campo Grande. No início, mascateavam pelo interior do Estado levando suas mercadorias, ao mais distante vilarejo ou fazendas. O mascate virou comerciante, e na rua 14 de Julho, Av. Calógeras e rua 26 de Agosto começaram a montar suas lojas, fartas de mercadorias das mais variadas categorias.Amim Scafe foi o primeiro comerciante Árabe que chegou a Campo Grande em 1894. A partir daí, outros foram chegando e instalando suas lojas comerciais, sendo eles: Salomão e Felipe Saad, Moisés Maluf e Marão Abalem, Moisés Sadalla, Salim Maluf, Felix Abdalla, Eduardo Contar, João Siufi, Chaia Jacob, Aikel Mansour, Abrão Julio Rahe, Elias Baixa, entre outros. Continuaram contribuindo para o crescimento de Campo Grande de geração em geração, atuando nas mais variadas atividades comerciais, liberais e políticos da capital de Mato Grosso do Sul.
 
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