Sinagoga de Tomar: diferenças entre revisões

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==Descrição==
 
A Sinagoga de Tomar é o único templo [[judaico]] [[Renascimento em Portugal|proto-renascença]] existente actualmente no país. A sala destinada ao culto desenvolve-se num espaço de planta quadrada, com piso inferior ao do exterior, dividido em três [[nave (arquitectura)|naves]] de três tramos, apresentando uma tipologia semelhante à de outras [[sinagoga]]s [[sefardita]]s [[século XV|quatrocentistas]]. O tecto, em [[abóbada]] de tijolo de arestas vivas, é suportado por quatro elegantes colunas, com [[capitel|capitéis]] de lavores geométricos e vegetalistas, e por [[mísula]]s embebidas nas paredes. A disposição destes elementos encerra um significado simbólico: as doze [[mísula]]s simbolizam as doze [[tribos de Israel]], enquanto que as quatro colunas representam as quatro matriarcas – [[Sara (Bíblia)|Sara]], [[Rebeca]], [[Lea]] e [[Raquel]]. Estas duas últimas matriarcas são as filhas gémeas de [[Labão]], facto que explica a razão por que os [[capitel|capitéis]] são iguais em duas colunas e diferentes nas restantes. Para efeitos acústicos, encontram-se colocadas, embutidas na parede dos cantos, oito bilhas de barro viradas ao contrário, que comunicam com a sala através de orifícios. A porta virada para nascente, em [[arco quebrado]], lanceolado do lado de fora, era a porta principal do templo. A entrada faz-se hoje por uma modesta porta de vão rectangular, voltada para norte. Este espaço apresenta algumas semelhanças com a [[cripta]] de [[D. Afonso, Conde de Ourém]], na [[Igreja Matriz de Ourém|Igreja Matriz]] aquela cidade, nomeadamente no que respeita ao sistema acústico e ao tratamento do espaço interno. Depois de algumas escavações feitas no local, foi encontrada uma sala de planta rectangular, adossada ao edifício principal, destinada ao ''[[mikveh]]'', o banho ritual de purificação das mulheres.
 
O acervo do museu inclui livros e objectos da tradição e culto [[judaico]]s, sendo ainda exibidas algumas [[lápide]]s provenientes de vários locais do país e que atestam a importância da cultura hebraica em [[Portugal]]. Desta colecção de [[lápide]]s, há a destacar uma estela funerária proveniente de [[Faro]], alusiva ao falecimento em 1315 de Rab Ioseph, [[judeu]] [[Tomar|nabantino]], e a [[lápide]] de 1308, que assinala a fundação da segunda [[sinagoga de Lisboa]].