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==A disputa com a Igreja Católica==
{{AP|Disputa[[Controvérsia dos Ritosritos na China]]}}
Desde a chegada de Matteo Ricci a China, os jesuítas serviram-se da sua excelente formação científica para conseguir introduzir-se no tecido das classes dirigentes chinesas, chegando a ocupar posições na própria corte, e contribuindo para desenvolvimentos importantes na ciência chinesa. Mas, à margem das suas contribuições técnicas, o autêntico propósito da [[missão jesuíta na China]] era evidentemente a promoção da [[catolicismo|fé católica]] na China e, neste empenho, deveram enfrentar-se a muitos obstáculos. Enquanto por um lado encontrava-se a enorme dificuldade de traduzir textos bíblicos ao chinês, a existência de práticas morais e religiosas muito assentadas na sociedade chinesa faziam, por outro lado, muito difícil a introdução de cultos novos e exóticos num mundo que tinha as suas próprias normas. Apesar destas dificuldades, os jesuítas conseguiram atrair a muitos chineses ao cristianismo, de maneira bastante relevante em algumas cidades sulistas como [[Hangzhou]] e [[Nanjing]]. A razão principal deste sucesso foi o jeito como estes souberam integrar o cristianismo na tradição local. O próprio Ricci estimara que os rituais confucianos ou de culto aos antepassados eram práticas de tipo social mais que religioso e que, por isso, não eram incompatíveis com o cristianismo. Outra das decisões chaves dos missioneiros jesuítas foi a tradução para o chinês do nome "Deus" como ''Shàngdì'' (上帝), término ainda hoje utilizado pelos cristãos chineses, e que fora empregado no passado para designar à deidade máxima da [[dinastia Shang]]. Esta assimilação de usos e nomes chineses por parte dos primeiros missioneiros europeus preparou o caminho à introdução do cristianismo na China. Ao começo do período Kangxi, a existência de uma comunidade cristã na China era já uma realidade, e muitos dos colaboradores mais próximos de missioneiros como Verbiest e Castiglione eram chineses conversos ao cristianismo.