Muralha Aureliana: diferenças entre revisões

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A construção da muralha por [[Aureliano]] foi uma medida de emergência, como reação à invasão bárbara de 270; o [[historiador]] [[Aurélio Vítor]] é explícito ao afirmar que o projeto tinha como meta aliviar a vulnerabilidade da cidade.<ref>[[Aurélio Vítor]], ''De Caesaribus''. 35, 7.</ref> Pode também ter tido a intenção política de servir como uma declaração de confiança, da parte de Aureliano, na lealdade do povo de Roma, assim como uma demonstração pública de poder. A construção da muralha foi o maior projeto de construção realizado em Roma em muitas décadas, e sua tornou-se um dis símbolos da força contínua de Roma.<ref name="aldrete" />
 
Levou o tempo consideravelmente curto de cinco anos para ser construída, embora o próprio Aureliano tenha morrido antes do seu fim. A incorporação de edifícios já existentes à estrutura da muralha acelerou o progresso das obras e poupou gastos. Entre os edifícios utilizados estavam o [[Anfiteatro Castrense]], a ''[[Castra Praetoria]]'', a [[Pirâmide de Céstio]], e até mesmo uma seção do [[aqueduto romano|aqueduto]] ''[[Aqua Claudia]]'', próximo à [[Porta Maggiore]]. Acredita-se que até um sexto dos muros construídos tenham sido feitos a partir de estruturas pré-existentes.<ref name="aldrete" /> Uma área atrás das muralhas foi limpada e passagens para as sentinelas foram construídas, permitindo que fossem rapidamente reforçadas duranteem caso de qualquer emergência.
 
O quanto a muralha era realmente efetiva é ainda motivo de disputas, devido ao tamanho relativamente pequeno da [[guarnição]] da cidade. Toda a força combinada da [[Guarda Pretoriana]], dos ''[[cohortes urbanae]]'' e dos ''vigiles'' de Roma era de apenas cerca de 25.000 homens - pouquíssimos para defender adequadamente toda a extensão da muralha. No entanto, a intenção militar destes muros não era o de suportar longos cercos, já que os exércitos bárbaros raramente tentavam sitiar cidades, pois não tinham nem equipamentos nem provisões suficientes para estas empreitadas; em vez disso, recorriam a ataques e incursões rápidas, contra alvos que tenham defesas frágeis. A muralha era, portanto, um meio de desencorajar estas táticas.<ref>Southern, Pat. ''The Roman Empire from Severus to Constantine'', Routledge, 2001, p. 115. ISBN 0415239435</ref>
 
Em [[401]], durante o reinado de [[Honório]], a muralha e os portões foram reforçados. A esta altura, a [[Tumba de Adriano]], do outro lado do Tibre, foi incorporada, como [[fortaleza]], às estruturas defensivas da cidade. [[Totila]], rei dos [[ostrogodos]], decidiu destruir a muralha em [[545]], para retirar do [[Império Bizantino]] a possibilidade de defender Roma, durante a chamada [[Guerra Gótica]] que estava sendo travada. De acordo com o historiador [[Procópio]], cerca de um terço da muralha veio abaixo.
 
A Muralha Aureliana também serviu para definir as fronteiras da cidade de Roma até o [[século XIX]], com grande parte da área construída permanecendo, ao longo dos séculos, dentro dos muros. A muralha também continuou a servir como uma estrutura defensiva militar significante para a cidade de Roma até [[20 de setembro]] de [[1870]], quando os ''[[bersaglieri]]'' do [[Reino da Itália]] conseguiram derrubá-la, próximo à [[Porta Pia]], e [[Captura de Roma|capturaram Roma]]. Atualmente se encontram notavelmente bem-preservadas, principalmente devido ao seu uso constante como fortificação primordial de Roma. O [[Museo delle Mura]] (Museu da Muralha), próximo à [[Porta San Sebastiano]], oferece informações sobre a construção da muralha, e como suas defesas eram operadas. Os trechos mais bem-preservados da muralha se encontram do Muro Torto ([[Villa Borghese]]) até Cordo d'Italia e Castro Pretorio; da [[Porta San Giovanni]] até a [[Porta Ardeatina]]; da [[Porta Ostiense]] ao Tibre; e em torno da [[Porta San Pancrazio]].<ref name="claridge" />
 
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