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==Subida ao trono==
Após falecer o seu pai, o [[Imperador Shunzhi]], de [[varíola]] à idade de 22 anos, o pequeno Xuanye subiu ao trono em 1662, com sete anos. Durante os primeiros anos do seu reinado, o exercício das funções de governo esteve em mãos de quatro regentes: [[Ebilun]], [[Suksaha]], [[Soni]] e [[Oboi]]. Este último era o principal dos regentes, e seria o responsável pela adoção de políticas que privilegiavam à classe dirigente manchu, distanciando-se da linha de governo do falecido Imperador Shunzhi, que adotara muitos dos hábitos administrativos e culturais chineses. Durante esta época, continuariam as ações militares para consolidar o poder sobre o vasto território que estivera controlado pela [[dinastia Ming]], cujo derrube propiciara a conquista manchu. No primeiro ano do reinado de Kangxi, o [[Príncipe de Gui]], o último pretendente ao trono Ming, foi executado por estrangulamento, junto com o seu único filho, após ter sido entregado à corte Qing pelo rei de [[Birmânia]], país no qual se refugiara junto aos seus seguidores. Com a execução do Príncipe de Gui, o único foco importante de resistência à nova dinastia encontrava-se na ilha de [[Taiwan]], onde um antigo general do exército Ming, [[Zheng Chenggong]], mais conhecido em Ocidente como Koxinga, estabelecera um sistema de governo dominado primeiro por ele e depois pelos seus filhos, que mantinha a lealdade à dinastia derrocada dos Ming.
 
 
As ambições do regente Oboi de manter, para além dos primeiros anos de reinado do novo imperador, o seu controlo sobre as instituições de governo enfrentaram-no a este, que nos princípios da sua adolescência desejava já assumir as funções de monarca. A partir de [[1667]], o novo imperador enfrentou-se em repetidas ocasiões a Oboi e dois anos depois o fez encarcerar sob a acusação de trinta graves delitos contra o Estado. Assim, em [[1669]], o Imperador Kangxi exercia já o poder absoluto.
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==O problema da sucessão==
O Imperador Kangxi conhecia os efeitos negativos que, ao começo do seu reinado e também do seu pai anos antes, tiveram quer a ausência de mecanismos formais de sucessão quer os amplos poderes mantidos pelos regentes durante a infância dos imperadores. Estas experiências passadas parecem ter sido a razão pela qual o Imperador nomeou o seu primeiro filho varão, [[Yinreng]], como sucessor pouco depois do seu nascimento. Desta maneira, o Imperador dissipava qualquer dúvida sobre a sua sucessão.
 
 
Dada a sua condição de sucessor, Yinreng recebeu uma esmerada educação orientada para o seu futuro como imperador sob a supervisão direta do seu pai e sob a atenta olhada de diversos tutores, encarregados de inculcar no novo os valores morais confucianos, bem como valores tradicionais manchus, acreditadas indispensáveis para um bom governante. O novo Yinreng recebeu assim mesmo uma elaborada instrução literária, técnica e artística. O seu trabalho como governante seria mesmo posto em prática durante o período, entre 1696 e 1697, no qual o seu pai dirigiu as operações militares contra o caudilho mongol Galdan.
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No seu afã de ganhar a colaboração dos homens de letras chineses, um dos problemas aos quais se teve de enfrentar o Imperador Kangxi foi precisamente o princípio confuciano de lealdade ao governante. Devido a este princípio, muitos dos homens de maior formação intelectual sentiam-se obrigados a manter para o restante da vida a sua lealdade à antiga dinastia Ming, recusando qualquer forma de colaboração com uma dinastia nova, à que viam como ilegítima. Para eliminar estes receios, o novo estado Qing manteve o [[cânone neoconfuciano]] de [[Zhu Xi]] como barema de cultura na qual se baseavam os [[exames imperiais]] e, com o fim de atrair àqueles intelectuais que mantinham o seu espírito de lealdade aos Ming, foi convocado também, em [[1679]], um concurso oposição para contratar os serviços de cinqüenta letrados, aos quais se encomendaria a compilação de uma vasta obra histórica sobre a dinastia Ming, a ''História dos Ming'' (''Míng Shǐ'', 明史) . Desta forma, o Imperador Kangxi promovia a idéia da nova dinastia como sucessora legítima da dinastia Ming, elogiando os sucessos desta última. Afinal, os Qing ocuparam China após o derrube da dinastia Ming em meio do caos, e não foram responsáveis diretos pela deposição do último imperador Ming.
 
[[Imagem:K'ang_Hsi_Dictang Hsi Dict.png|thumb|240px|right|Imagem de uma edição de princípios do século XX do Dicionário de Kangxi]]
Junto à ''História dos Ming'', durante o reinado Kangxi levou-se a cabo também a compilação da maior enciclopédia em chinês da história, a ''[[Gujin tushu jicheng|Grande enciclopédia imperial ilustrada dos tempos passados e presentes]]'', que seria completada durante o reinado Yongzheng, abrangendo um total de 5.020 volumes e 800.000 páginas. Outra das obras mais importantes devidas ao mecenato do imperador foi o ''[[Dicionário de Kangxi]]'', cume da lexicografia chinesa até então e que continha cerca de 50.000 [[caracteres chineses]], organizados mediante um sistema de seções baseadas em radicais dos caracteres, que com leves variações mantém-se nos dicionários chineses atuais. Outra obra literária de soma importância foi a ''Poesía Tang Completa'' (''Quán Táng Shī'', 全唐詩), recopilação de poemas da época da [[dinastia Tang]], considerada a idade de ouro da poesia chinesa.
 
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==Bibliografia adicional==
*{{BR-es}} FAIRBANK, John King: ''China, una nueva historia'', Editorial Andrés Bello, Barcelona, 1997 (ISBN 84-89691-05-3).
*{{BR-es}} GERNET, Jacques: ''El mundo chino'', Crítica, Barcelona, 2005 (ISBN 84-8432-621-7).
*{{en}} SPENCE, Jonathan D: ''Emperor of China: Self-portrait of K'ang-hsi'', Vintage Books USA, 1988 (ISBN 0-679-72074-X).
 
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