Convenção de Évora Monte: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Desambiguação assistida por bot: Carta Constitucional de 1826 |
|||
Linha 5:
[[Miguel I de Portugal|D. Miguel I]], considerado soberano usurpador do trono de sua sobrinha [[Maria II de Portugal|D. Maria da Glória]] pelos liberais, havia perdido as grandes batalhas da guerra civil no [[Ribatejo]] ([[batalha de Pernes|Pernes]], [[batalha de Almoster|Almoster]] e [[batalha de Asseiceira|Asseiceira]]) nos primeiros meses de [[1834]], e refugiara-se com o seu quartel-general no [[Alentejo]], a única região do [[Reino]] que lhe continuava formalmente fiel.
Com um exércio pouco motivado para continuar a sua luta por uma causa já perdida, com inúmeras baixas e outras tantas deserções para o lado que acabaria por sair vencedor, D. Miguel instalou-se no então concelho de [[Évora-Monte]] com o seu
Viria a ser precisamente em Évora Monte, na casa de Joaquim António Sarmago (onde ainda hoje se encontra uma lápide comemorativa do evento), que se assinou o acordo que pôs fim às guerras entre liberais e tradicionalistas, chamados de absolutistas pelos liberais, em Portugal. Para esse efeito, reuniram-se os generais [[Azevedo e Lemos]], comandante-em-chefe
Saldanha e Terceira fizeram saber a Lemos que o governo do [[Duque de Bragança]] em nome da rainha D. Maria II aceitaria somente uma rendição incondicional das forças miguelistas; mais acrescentaram que as forças que comandavam prosseguiriam inexoravelmente a sua caminhada triunfal até Évora (onde o exércio de D. Miguel se acantonara), até que este se rendesse.
Incapaz de prosseguir o esforço de guerra, D. Miguel aceitou os termos propostos pelos liberais para esta rendição incondicional. D. Pedro, porém, procurou não impor mais nenhuma condição aviltante para o irmão ou seus partidários, procurando assim sanar todos os conflitos e evitar o agravamento de
== A concessão de Évora Monte ==
Linha 25:
Embora o conflito armado, verdadeira guerra fratricida, tenha acabado com a assinatura da concessão, os velhos ódios permaneceram ainda durante muitos anos (o que explica as constantes revoltas ao longo dos anos subsequentes, e certos fenómenos de banditismo, como por exemplo do salteador [[José do Telhado]] ou o [[Remexido]]); a juntar-se a isso, o esforço de reconstrução de um país destruído e depauperado pelas guerras havia mais de 30 anos ([[Guerra das Laranjas]], [[Guerra Peninsular]], [[Guerras Liberais]]).
D. Miguel, cujo amor pelo país era apesar de tudo genuíno,
Ao chegar à cidade piemontesa, porém, lavrara um manifesto no qual tornou público o seu protesto contra as condições que lhe foram impostas, afirmando que a capitulação de [[Évora-Monte]] deveria ser considerada «''nula e de nenhum efeito''», assim perdendo os direitos e prerogativas de Infante de Portugal que lhe eram reconhecidos pelos liberais.
Semelhante atitude levou à suspensão da pensão projectada pelo governo português, passando o ex-rei a viver da caridade dos amigos e apoiantes; dois anos volvidos, a rainha sua sobrinha declarou proscritos de Portugal para sempre D. Miguel e os seus descendentes, sob pena de morte (a chamada ''[[Lei do Banimento]]'', revogada apenas em [[1950]]).▼
▲Semelhante atitude levou igualmente à suspensão da pensão projectada pelo
Em suma, como consequência da concessão de Évora Monte reinstaurou-se em [[Portugal]], definitivamente, um regime [[liberalismo|liberal]] e [[Constituição|constitucional]], tendo sido restaurada a [[Carta Constitucional portuguesa de 1826|Carta Constitucional de 1826]]; D. Pedro abdicou do cargo de regente, e as Cortes da Nação Portuguesa, solenemente reunidas, declaram maior a rainha D. Maria da Glória, então com 14 anos apenas, sob o nome de D. Maria II.▼
▲Em suma, como consequência da concessão de Évora Monte reinstaurou-se em [[Portugal]], definitivamente, um regime [[liberalismo|liberal]] e [[Constituição|constitucional]], tendo sido restaurada a [[Carta Constitucional portuguesa de 1826|Carta Constitucional de 1826]]; D. Pedro,
[[categoria:tratados]]
|