José Maria Lisboa: diferenças entre revisões

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Deixando ''A Província'', Lisboa e Américo de Campos criaram seu próprio jornal a [[8 de novembro]] de [[1884]], ao qual batizaram com o nome de ''Diário Popular''. Foi então criada a tradicional [[logomarca]] do ''Diário Popular''--em letras góticas, num negro chapado-- que era uma reminiscência emocional de José Maria Lisboa ao [[Diário de Notícias]] português, onde ele começara sua carreira jornalística. A logomarca foi substituída em 1990, quando a propriedade do jornal já não estava mais nas mãos da família Lisboa.
 
Dois anos depois, em [[1886]], o jornalista [[Alberto Sales]] --irmão do futuro presidente da República [[Manuel Ferraz de Campos Sales]] (15.11.1898 a 15.11.1902)-- também deixa '' A Província'' e vai para o ''Diário Popular''.
 
Desde o seu primeiro número, o jornal era declaradamente [[abolicionista]] e [[republicano]]. A maioria dos jornalistas da época, como descreve Nélson Werneck Sodré na sua ''História da Imprensa no Brasil'' , era ligada às [[lojas maçônicas]]. A [[Maçonaria]] desde o século XVII funcionava, em [[Portugal]] e no [[Brasil]], como um partido político ligado ao [[liberalismo]], ao [[positivismo]] e aos ainda ressoantes ideais da [[Revolução Francesa]], de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, canalizando assim a garantia das liberdades individuais.
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A Redação do ''Diário Popular'' funcionava em edifícios do centro de [[cidade|São Paulo]], sucessivamente na rua do Rosário (hoje João Brícola), na rua do Carmo e na rua Major Quedinho, 28; neste último endereço, numa elipse da história, no mesmo prédio em que durante anos esteve instalado [[O Estado de S. Paulo]].
 
Jornal simples, caracterizava-se pela inclusão de inúmeros pequenos anúncios, voltados para a procura de empregos e empregados e oferta de negócios menores, fato que garantiu independência de grandes anunciantes. Fazia jus ao seu nome e tinha razoável tiragem e uma reputação de diário descomprometido, honesto e financeiramente sólido. Tanto que o historiador [[Afonso de Freitas]] indica-o como ''"o mais popular de todos os periódicos da capital, principalmente entre as classes menos favorecidas"''. Os argumentos do historiador são o preço e a facilidade de acesso às colunas do jornal quando se tratava da desfesa de idéias "justas". (FREITAS, Affonso Antônio de. A imprensa periódica de São Paulo desde os seus primórdios em 1823 até 1914. São Paulo, Typ. do Diário Oficial, 1915, p. 290)
 
Com essa linha editorial, o jornal manteve-se ana quarta posição entre os jornais paulistanos até a década dos 1980, como asseverou [[Alberto Dines]], no seu Observatório da Imprensa, em edição de 2001. Em [[1988]], Rodrigo Lisboa Soares, bisneto de José Maria Lisboa, o fundador, vendeu o jornal ao grupo empresarial do político [[Orestes Quércia]]. Em [[2001]], mudou novamente de mãos, sendo adquirido pela empresa que edita ''[[O Globo]]'' e rebatizado com o nome de [[Diário de S. Paulo]], título que antes pertencia aos [[Diários Associados]].