Arraial Velho do Bom Jesus: diferenças entre revisões
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O chamado '''Arraial Velho do Bom Jesus''' localizava-se à margem do [[rio Capibaribe]], numa propriedade particular, provavelmente um engenho, cerca de seis [[quilômetro]]s a Oeste do centro histórico de [[Olinda]] e [[Recife]], na antiga [[capitania de Pernambuco]], no [[Estado do Brasil]].
SOUZA ([[1885]]) menciona ter existido anteriormente, nesse lugar, o '''Forte do Quebra-Pratos''' (op. cit., p. 86).
==História==
Também conhecido como '''Bom Jesus do Arraial''' ou '''Forte Real do Bom Jesus''', no contexto da segunda das [[Invasões holandesas do Brasil]] ([[1630]]-[[1654]]), constitui-se no acampamento entrincheirado de onde o ''Superintendente da Guerra da Capitania de Pernambuco'', [[Matias de Albuquerque]] (c. [[1590]]-[[1647]]), organizou a resistência ao invasor [[Países Baixos|neerlandês]], a partir de [[1630]].
Nessa qualidade, coordenava a linha de cerco portuguesa e espanhola em torno de Olinda e seu porto, [[Recife]], com o objetivo de confinar o invasor ao litoral, dificultando-lhe o abastecimento e o acesso aos engenhos de [[açúcar]] do interior.
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:"''Foi neste tempo que o General Matias de Albuquerque ajuntando gente, e por conselho de homens práticos na guerra, fez uma fortaleza quase inexpugnável uma légua em distância do arrecife, e outra da vila, pouco mais ou menos, para fazer ao inimigo todo o mal que pudesse, e impedir-lhe a que não saísse por a terra dentro a destruir fazendas, e matar moradores; acabou-se a fortaleza com brevidade, e forneceu-se com artilharia, e formou-se ali arraial em forma: logo lhe acudiram de toda a Capitania muitos, e valorosos mancebos que divididos em estâncias, entre o arraial, vila, e arrecife, tinham tão encurralado o Holandês, que não era senhor nem de sair a buscar água para beber, nem faxina para suas fortificações, porque em saindo de suas trincheiras, logo davam sobre elas, e os matavam, e nem senhores eram de sair da vila para o arrecife, nem do arrecife para a vila, senão em grandes tropas, porque os nossos se deitavam a nado, e se era ocasião de maré vazia, passavam o rio: e postos em emboscadascada dia lhe faziam tanto dano, que andavam assombrados (...).''" (CALADO, Manuel. ''[[O Valeroso Lucideno]]'', p. 52)
Até [[1635]] resistiu a diversos ataques neerlandeses, inclusive àquele integrado por [[Domingos Fernandes Calabar]] ([[1609]]-[[1635]]). Naquele ano, a sua conquista, pelo coronel [[Crestofle d'Artischau Arciszewski]], demorou quase três meses. Para isso, a primeira medida deste militar foi garantir o isolamento da praça e a segurança de sua própria linha de comunicação. Em seguida, ocupou um outeiro de onde planejou bombardear o Arraial. Para se defender das frequentes sortidas dos sitiados, fez erguer fortins e [[trincheira]]s. Reduzida pela fome, a guarnição do Arraial rendeu-se a [[8 de
Após a conquista, os seus muros foram demolidos pelo assaltantes e, com o entulho, aterrou-se o [[fosso]].
A sua queda foi seguida pela perda do [[Forte do Pontal de Nazaré]] no [[cabo de Santo Agostinho]] ([[2 de
Em [[1859]], quando da visita de [[Pedro II do Brasil]] ([[1840]]-
Ao final do [[século XX]], foi conduzida pesquisa arqueológica pelo ''Laboratório de Arqueologia'' da [[Universidade Federal de Pernambuco]], revelando parte do [[fosso]], a base das [[muralha]]s e do [[terrapleno]], bem como grande quantidade de [[munição]] e objetos de uso pessoal dos combatentes. O [[Sítio da Trindade|sítio]] localiza-se na Estrada do Arraial, no bairro da [[Casa Amarela (bairro do Recife)|Casa Amarela]], no Recife.
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