Harvey Milk: diferenças entre revisões

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|local_nascimento=[[Woodmere (Nova Iorque)|Woodmere]], Nova Iorque
|data_morte =[[27 de novembro]] de [[1978]] (48 anos)
|local_morte =[[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]]
|partido =[[Partido Democrata (Estados Unidos da América)|Democrata]]
|profissão =[[comerciante]]
}}
'''Harvey Bernard Milk''' ([[Woodmere (Nova Iorque)|Woodmere]], [[Condado de Nassau (Nova Iorque)]], [[22 de maio]] de [[1930]] — [[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]], [[27 de novembro]] de [[1978]]) foi um [[político]] e ativista [[gay]] [[estadunidenses|norte-americano]]. Foi o primeiro homem abertamente gay a ser eleito a um cargo público na [[Califórnia]], como supervisor da cidade de São Francisco. A política e o ativismo gay não foram os primeiros interesses de Milk; ele não sentia necessidade de ser aberto quanto à sua [[homossexualidade]] ou participar de causas civis até por volta dos 40 anos, depois de suas experiências com a [[contracultura]] dos anos 1960.
Milk mudou-se de [[Nova Iorque]] para fixar residência em São Francisco em 1972, em meio a uma migração de homens homossexuais que se deslocam para o [[Castro (São Francisco)|Castro]] na década de 1970. Ele tirou vantagem do crescente poder político e econômico do bairro para promover seus interesses, e candidatou-se sem sucesso três vezes para cargos políticos. Suas campanhas teatrais deram-lhe crescente popularidade, e Milk obteve um assento como supervisor da cidade em 1977, como resultado das mudanças sociais mais amplas que a cidade estava enfrentando.
 
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==Primeiros anos==
[[Ficheiro:Robert and Harvey Milk 1934.JPG|200px|thumb|Harvey (à direita) e seu irmão mais velho Robert, em [[1934]]]]
Harvey Bernard Milk nasceu em [[Woodmere (Nova Iorque)|Woodmere]], [[Long Island (Nova Iorque)|Long Island]], em 22 de maio de 1930, filho de William e Minerva Karns Milk. Era o filho mais novo de pais [[judeu]]s [[lituanos]] e neto de um vendedor, Morris Milk, que possuía um armazém<ref name="scribner"/><ref name="ewb">"Harvey Bernard Milk". ''Encyclopedia of World Biography'' (em inglês), 2 ed. 17 Vols. Gale Research, 1998.</ref> e ajudou a organizar a primeira [[sinagoga]] na área.<ref>Shilts, p. 4.</ref> Quando criança, Milk era caçoado por suas orelhas salientes, nariz grande e pés desproporcionais, e tendia a chamar a atenção como um palhaço da classe. Jogou futebol na escola, e desenvolveu uma paixão pela [[ópera]]; em sua adolescência, descobriu sua homossexualidade, mas manteve-a em segredo. Sob seu nome no anuário da High School, lê-se "Glimpy Milk - e dizem que as MULHERES nunca perdem para as palavras".<ref>Shilts, p. 9.</ref>
 
Milk graduou-se na Bay Shore High School, em [[Bay Shore]], em [[1947]] e frequentou a New York State College for Teachers em [[Albany (Nova Iorque)|Albany]] (hoje [[Universidade do Estado de Nova Iorque em Albany]]) de [[1947]] a [[1951]], formando-se em matemática. Ele escrevia para o jornal do colégio e ganhou a reputação de estudante sociável e amigável. Nenhum de seus amigos na escola ou faculdade suspeitava que ele era gay. Como um colega lembrou, "Ele nunca foi visto como uma possível [[gay|bicha]] - é assim que vocês então o chamavam - ele era um homem que gostava de coisas de homens (''a man's man'')".<ref>Shilts, p. 14.</ref>
 
===Início da carreira===
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[[Image:Harvey Milk in Dress Navy 1954.jpg|thumb|upright|left|Milk vestido para o casamento de seu irmão em 1954]]
 
O início da carreira de Milk foi marcado por mudanças frequentes; anos mais tarde, ele teria se deliciado ao falar sobre sua metamorfose iniciada a partir de um menino judeu de classe média. Começou a dar aulas na George W. Hewlett High School em [[Long Island (Nova Iorque)|Long Island]]. Em 1956, encontrou Joe Campbell na praia de [[Jacob Riis Park]], um local popular para homens gays em [[Queens]]. Campbell era sete anos mais novo do que Milk, e Milk ficou muito apaixonado. Mesmo depois que foram morar juntos, Milk escrevia a Campbell notas e poemas românticos.<ref>Shilts p. 20.</ref>. Com o tédio crescendo rapidamente, decidiram mudar-se para [[Dallas]], [[Texas]], mas foram infelizes lá e voltaram a Nova Iorque, onde Milk obteve um emprego com estatístico atuarial em uma seguradora." <ref name="alch">{{citar web |url= http://sfpl.org/librarylocations/main/glc/pdf/Harvey_Milk_Papers-Susan_Davis_Alch_Collection.pdf |titulo= Historical Note |acessodata=8 de outubro de 2008 |formato=PDF|obra= The Harvey Milk Papers: Susan Davis Alch Collection (1956–1962) |publicado=[http://sfpl.lib.ca.us/ San Francisco Public Library] |lingua= inglês}}</ref> Campbell e Milk separaram-se após quase seis anos; esse seria seu relacionamento mais longo.
 
Milk tentou separar sua vida romântica inicial de sua família e trabalho. Mais uma vez entediado e solteiro em Nova Iorque, ele pensou em mudar-se para [[Miami]] para se casar com uma amiga lésbica "para aparentarem ser um casal e cada um não seria um problema no caminho do outro".<ref name="alch"/> Entretanto, permaneceu em Nova Iorque e viveu relacionamentos gays em segredo. Em 1962, Milk envolveu-se com [[Craig Rodwell]], que era dez anos mais novo. Embora Milk cortejasse Rodwell ardentemente, acordando-o a cada manhã com um telefonema e enviando-lhe recados, Milk ficou desanimado pela participação de Rodwell na [[Sociedade de Mattachine]] de Nova Iorque, uma organização ativista gay. Quando Rodwell foi preso andando no Riis Park, acusado de estimular um motim e de usar de trajes indecentes (a lei exigia que os trajes de banho masculinos se estendessem desde acima do umbigo até abaixo das coxas), ele passou três dias na cadeia. O relacionamento logo terminou quando Milk tomou consciência da tendência de Rodwell em provocar a polícia. <ref>Shilts, p. 24–29.</ref>
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O papel de Milk como um representante da comunidade gay de São Francisco se expandiu durante este período. Em [[22 de setembro]] de [[1975]], o presidente [[Gerald Ford]] estava visitando São Francisco, andando de seu hotel a seu carro. Na multidão, [[Sara Jane Moore]] ergueu uma arma para disparar nele. Um ex-fuzileiro naval dos Estados Unidos que andava a seu lado agarrou seu braço, fazendo a arma disparar para o chão.<ref>{{citar jornal |ultimo= Shabecoff |primeiro= Philip | data = [[23 de setembro]] de [[1975]]|titulo= Ford Escapes Harm as Shot is Deflected; Woman Seized with Gun in San Francisco |jornal=[[ The New York Times]] |paginas=p. 77|idioma =inglês}}</ref><ref>{{citar jornal |ultimo= Melnick |primeiro= Norman | data = [[23 de setembro]] de [[1975]]|titulo= I was right behind her ... I saw a gun |jornal=[[ The San Francisco Examiner]] |paginas=p. 2|idioma =inglês}}</ref> O homem era [[Oliver Sipple|Oliver "Bill" Sipple]], que anos antes tinha abandonado o ex-namorado de Milk, Joe Campbell, o que tinha motivado sua tentativa do suicídio. Sipple, que havia deixado as forças armadas por incapacidade psiquiátrica, morava nas vizinhanças de [[Tenderloin]],<ref name="sippletime">{{citar web |url= http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,913513,00.html |titulo= The Man Who Grabbed the Gun |acessodata=6 de setembro de 2008 |data=6 de outubro de 1975|publicado= Time |lingua=inglês}}</ref> e imediatamente ganhou projeção nacional. Sipple recusou-se a chamar a si mesmo de herói e não quis revelar sua orientação sexual. Milk, entretanto, aproveitou-se da oportunidade para reforçar sua tese de que a percepção pública sobre os gays seria melhorada se eles [[o armário|saíssem do armário]]. Disse a um amigo: "É uma oportunidade demasiado boa. Pela primeira vez nós podemos mostrar que os gays fazem coisas heróicas, não apenas todos esses escândalos sobre molestamento de crianças e exposições públicas em banheiros."<ref>Shilts, p. 122.</ref> Milk contatou um jornal.<ref name="latimes2/13/89">{{citar jornal |ultimo= Morain |primeiro= Dan | data = [[13 de fevereiro]] de [[1989]]|titulo= Sorrow Trailed a Veteran Who Saved a President and Then Was Cast in an Unwanted Spotlight |jornal=[[ The Los Angeles Times]] |paginas=p. 1|idioma =inglês}}</ref>
 
Vários dias depois [[Herb Caen]], um colunista do ''[[The San Francisco Chronicle]]'', expôs Sipple como gay e um amigo de Milk. A notícia foi divulgada em jornais de âmbito nacional, e o nome de Milk foi incluído em muitas das histórias. A revista ''[[Time (revista)|Time]]'' chamou Milk de líder da comunidade gay em São Francisco.<ref name="sippletime"/> Sipple, entretanto, foi importunado por repórteres, assim como sua família. Sua mãe, uma fiel [[Igreja batista|batista]] em [[Detroit]], recusou-se a falar com ele. Embora estivesse envolvido com a comunidade gay por anos, até mesmo participando de paradas gays, Sipple processou o ''Chronicle'' por invasão de privacidade. <ref>{{citar jornal |ultimo= Duke |primeiro= Lynne | data = [[31 de dezembro]] de [[2006]]|titulo= Caught in Fate's Trajectory, Along With Gerald Ford |jornal=[[ The Washington Post]] |paginas=p. D01|idioma =inglês}}</ref> O presidente Ford enviou a Sipple uma nota de agradecimento por salvar sua vida. Milk disse que a orientação sexual de Sipple era a razão pela qual ele recebera somente uma nota, e não um convite para ir à [[Casa Branca]].<ref name="latimes2/13/89"/><ref group=nota> O processo movido por Sipple acabou sendo rejeitado em 1984 em uma corte de apelações da Califórnia. Sipple, que fora ferido na cabeça no [[Vietnã]], foi também diagnosticado como esquizofrênico paranóide. Não guardou, no entanto, mágoas de Milk, e manteve contato com ele. O incidente trouxe-lhe tanta atenção que, nos últimos anos de vida, ao beber lamentaria ter segurado a arma de Moore. Tempos depois Sipple retomou contato com sua mãe e irmão, mas foi rejeitado por seu pai. Manteve a carta escrita por Gerald Ford, emoldurada em seu apartamento, até sua morte devido a pneumonia em 1989.("Sorrow Trailed a Veteran Who Saved a President's Life", ''The Los Angeles Times'', [13 de fevereiro de 1989], p. 1.)</ref>
 
A continuação da campanha de Milk, conduzida a partir da vitrine da Castro Camera, era um estudo sobre desorganização. Embora os voluntários estivessem felizes e produtivos em enviar correspondências em massa, as anotações de Milk e as listas de voluntários eram guardados em pedaços de papel. Quando a campanha necessitava de fundos, o dinheiro vinha da caixa registradora sem qualquer preocupação com a contabilidade.<ref name="shiltsmachine"/> Uma menina de 11 anos da vizinhança comandava homens gays e avós irlandesas no trabalho da campanha, apesar do desalento de sua mãe. Milk mesmo era hiperativo e inclinado a irracionais descontroles de temperamento, apenas para recuperar-se rapidamente e gritar excitadamente sobre mais alguma coisa. Muitos de seus discursos extravagantes eram dirigidos a seu amante, Scott Smith, que estava ficando desiludido com o homem que já não lembrava mais o hippie calmo por quem ele tinha se apaixonado.<ref name="shiltsmachine"/>
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==Forças historicamente mais amplas==
O inexperiente movimento dos direitos dos homossexuais teve ainda que encontrar oposição organizada nos Estados Unidos. Em 1977 alguns ativistas gays bem conectados em [[Miami]] foram capazes de aprovar uma norma sobre direito civil que tornava ilegal a discriminação baseada em orientação sexual no [[Condado de Miami-Dade|Condado de Dade]]. Um grupo bem organizado de [[fundamentalismo religioso|cristãos fundamentalistas]] conservadores reagiu, dirigido pela cantora [[Anita Bryant]]. Sua campanha foi intitulada [[Salvem Nossas Crianças]], e Bryant argumentava que a norma transgredia seu direito de ensinar a moralidade bíblica às crianças. <ref name="fetner">Fetner, Tina (August 2001). "Working Anita Bryant: The Impact of Christian Anti-Gay Activism on Lesbian and Gay Movement Claims" (em inglês), ''Social Problems'', '''48''' (3), p. 411–428. ISSN 0037-7791</ref> Bryant e a campanha recolheram 64.000 assinaturas para pôr o assunto em votação em todo o condado. Com os fundos levantados em parte pela Comissão de Cítricos da Flórida, da qual Bryant era a porta-voz, fizeram propagandas na televisão que contrastavam a Parada do [[Orange Bowl]] com a [[Parada do Dia da Libertação Gay de São Francisco]], indicando que o condado de Dade seria transformado em um "viveiro de homossexualidade" onde "homens … pulam com meninos pequenos ".<ref>Clendinen p.&nbsp;303.</ref><ref group=nota>Bryant concordou em uma entrevista à ''[[Playboy (revista)|Playboy]]'', na qual ela foi citada dizendo que a norma dos direitos civis "teria tornado obrigatório que se divulgasse os homossexuais que estivessem empregados em escolas públicas e paroquiais … Se eles são uma minoria legítima, então também são os roedores de unha, os que fazem dieta, os gordos, os baixinhos, e assassinos." ("Playboy Interview: Anita Bryant", ''Playboy'', (maio de 1978), p.&nbsp;73–96, 232–250.) Bryant interromperia frequentemente o clássico "[[The Battle Hymn of the Republic]]" (O hino da batalha da república) enquanto falava durante a campanha, chamando os homossexuais de "lixo humano" e responsabilizando seus pecados pela seca na Califórnia (Clendinen, p.&nbsp;306.) Enquanto a eleição especial estava próxima, um senador estadual da Flórida lia em alta voz o [[Levítico|livro de Levítico]] ao Senado, e os parlamentares posicionaram-se de forma recorde contra a norma de direitos civis. (Duberman, p. 320.)</ref>
 
Jim Foster, então o organizador político mais poderoso em São Francisco, foi a Miami ajudar os ativistas gays enquanto o dia da eleição se aproximava, e um [[boicote]] de âmbito nacional de suco de laranja foi organizado. A mensagem da campanha Salve Nossas Crianças era influente, e o resultado foi uma derrota esmagadora para os ativistas gays; no maior comparecimento em uma eleição especial na história do condado de Dade, 70% votaram pela revogação da lei.<ref>"Miami Anti-gays Win in Landslide" (em inglês), ''The San Francisco Examiner'', (8 de junho de 1977), p. 1.</ref>
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Os conservadores cristãos foram inspirados por sua vitória, e viram uma oportunidade para uma nova e eficaz causa política. Os ativistas gays ficaram chocados ao virem quão pouco apoio tinham recebido. Uma demonstração espontânea de mais de 3.000 residentes do Castro formou-se na noite da votação da lei do condado de Dade. Os gays e as lésbicas estavam simultaneamente irritados, cantando "Fora dos bares e tomem as ruas! ", e jubilosos em sua resposta apaixonada e poderosa. O jornal ''The San Francisco Examiner'' relatou que membros da multidão retiravam outros dos bares ao longo das ruas Castro e Polk para participar da manifestação.<ref name="sfexam6/8/78"/> Milk liderou os manifestantes naquela noite em um trajeto de cinco milhas (8 km) através da cidade, constantemente movendo-se, ciente de que se parassem durante muito tempo haveria um motim. Declarou, "Este é o poder da comunidade gay. Anita vai criar uma força gay nacional." <ref name="sfexam6/8/78">{{citar jornal |ultimo= Sharpe |primeiro= Ivan | data = [[8 de junho]] de [[1977]]|titulo= Angry Gays March Through S.F.|jornal=[[ The San Francisco Examiner]] |paginas=p. 1|idioma =inglês}}</ref><ref>Weiss, p. 105.</ref> Os ativistas, no entanto, tiveram pouco tempo para se recuperar, porque a cena se repetiu quando leis de direitos civis foram derrubadas por eleitores de [[Saint Paul]] ([[Minnesota]]), [[Wichita (Kansas)]] e [[Eugene (Oregon)]], ao longo de 1977 e em 1978.
 
O senador estadual da Califórnia [[John Briggs]] viu uma oportunidade na campanha dos cristãos fundamentalistas. Ele planejava eleger-se governador da Califórnia em 1978, e ficou impressionado com o comparecimento às urnas que viu em Miami. Quando Briggs retornou a [[Sacramento (Califórnia)|Sacramento]], redigiu um projeto de lei que proibia gays e lésbicas de ensinarem em escolas públicas em toda a Califórnia. Briggs alegou em privado que não tinha nada contra os gays, dizendo a [[Randy Shilts]], "Isso é política. Apenas política." <ref>Shilts, p.&nbsp;158.</ref> Os ataques aleatórios a gays aumentaram no Castro. Quando a resposta da polícia foi considerada inadequada, grupos de gays patrulharam a vizinhança eles mesmos, em alerta contra agressores.<ref name="hinckle15">Hinckle, p. 15.</ref> Em [[21 de junho]] de 1977, um homem gay chamado Robert Hillsborough morreu devido a 15 ferimentos de facadas quando seus agressores cercaram-no e gritavam em coro "Bicha!" Tanto o prefeito Moscone quanto a mãe de Hillsborough responsabilizaram Anita Bryant e John Briggs.<ref>"Police Press Hunt for Slayers of Gay" (em inglês), ''The San Francisco Examiner'', (23 de junho de 1977), p. 3.</ref><ref>Clendinen, p. 319.</ref> Uma semana antes do incidente, Briggs tinha defendido sua opinião em uma coletiva à imprensa na prefeitura de São Francisco, onde chamou a cidade de um "monte de lixo sexual ", por causa dos homossexuais. <ref>Hinckle, p. 28.</ref> Semanas mais tarde, 250 mil pessoas compareceram à Parada do Dia da Liberdade Gay de São Francisco, o maior número já visto até aquela data em um evento de orgulho gay.<ref>Miller, p. 403.</ref>
 
Em novembro 1976, os eleitores de São Francisco tinham decidido reorganizar as eleições de supervisor para escolhê-los em cada distrito em vez de manter a votação aberta a toda a cidade. Harvey Milk qualificou-se rapidamente como o principal candidato do Distrito 5, nos arredores da Rua Castro.<ref>Shilts, p. 166.</ref>
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{{quote2|Neste aniversário de [[rebelião de Stonewall|Stonewall]], peço a minhas irmãs e irmãos gays para fazer o compromisso de lutar. Para si, pela sua liberdade, para o seu país ... Não conquistaremos nossos direitos ficando tranquilos [[o armário|em nossos armários]] ... Estamos saindo para lutar contra as mentiras, os mitos, as distorções. Estamos saindo para dizer as verdades sobre gays, porque estou cansado da conspiração do silêncio, então eu vou falar sobre isso. E eu queria que vocês falassem sobre isso. Vocês devem sair. Revelem-se a seus pais, a seus parentes.|Shilts<ref> Shilts, p. 224-225. </ref>}}
 
Apesar das perdas em batalhas por direitos gays em todo o país nesse ano, ele se manteve otimista, dizendo que "Mesmo que os gays percam nestas iniciativas, as pessoas ainda estão sendo educadas. Devido a [[Anita Bryant]] e o [[Condado de Miami-Dade|Condado de Dade]], todo o país foi educado sobre homossexualidade em maior medida do que nunca. O primeiro passo é sempre a hostilidade, e depois disso você pode sentar e conversar sobre o assunto."<ref name="giteck">{{citar jornal |ultimo= Giteck |primeiro= Lenny | data = [[28 de novembro]] de [[1978]]|titulo= Milk Knew He Would Be Assassinated |jornal=[[The San Francisco Examiner]] |paginas=p. 2|idioma =inglês}}</ref>
 
Citando as potenciais infrações sobre direitos individuais, o ex-governador da Califórnia [[Ronald Reagan]] manifestou a sua oposição à proposta, tal como fez o governador [[Jerry Brown]] e o presidente [[Jimmy Carter]], este último em uma explicação após um discurso que proferiu em Sacramento.<ref name="timesdoc" /> <ref name="clendinen388-389"> Clendinen, p. 388-389.</ref> Em [[7 de novembro]] de [[1978]], a proposta perdeu por mais de um milhão de votos, surpreendendo os ativistas gays na noite da eleição. Em São Francisco, setenta e cinco por cento votaram contra.<ref name="clendinen388-389"/>