Mao: a História Desconhecida: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Leão Magno (discussão | contribs)
Leão Magno (discussão | contribs)
melhoramento do parágrafo introdutório
Linha 1:
'''''Mao: A História Desconhecida''''' é um livro lançado em [[2005]] com oitocentos e trinta e duas páginas escrito pela escritora [[Jung Chang]] e seu marido, o historiador [[Jon Halliday]] e sua equipe, tratando-se de uma [[biografia]] de [[Mao Tsé-Tung]] ([[1893]]-[[1976]]), [[Presidente]] da República Popular da China]] e do [[Partido Comunista da China]], responsabilizandocriticando duramente sua liderança. porO maislivro mortesse (muitas em tempo detornou paz) do que ocorridas nosum [[Ditadura|regimesbest-seller]] no [[AlemanhaReino nazista|nazistaUnido]] dee na [[AdolfAmérica Hitlerdo Norte]]. Inicialmente foi elogiado calorosamente, mais posteriormente opiniões de especialistas da China criticaram o livro e [[Uniãoseus Soviética|soviético]]autores de [[Josephterem Stalin]]utilizado uma documentação seletiva de fontes.
 
O casal viajou todo o mundo para a pesquisa do livro, que foi escrito em 12 anos,<ref name="DIDiscs JC">{{cite episode |title=Desert Island Discs with Jung Chang |url=http://www.bbc.co.uk/radio4/factual/desertislanddiscs_20071116.shtml
Ao realizar sua pesquisa para o livro ao longo de uma década, os autores entrevistaram centenas de pessoas que foram próximas de Mao Tsé-Tung em algum momento em sua vida, utilizando memórias publicadas recentemente de figuras políticas chinesas, e explorando novos arquivos abertos na [[China]] e [[Rússia]]. Chang viveu durante a [[Revolução Cultural]], que ela descreveu em seu livro anterior, ''Wild Swans'', e suas experiências com este acontecimento lhe deram engajamento para a análise do regime comunista.
|series=Desert Island Discs | serieslink=Desert Island Discs |network=[[BBC]] |station=[[BBC Radio 4|Radio 4]] |airdate=2007-11-16}}</ref> os autores entrevistaram centenas de pessoas que foram próximas de Mao Tsé-Tung em algum momento em sua vida, incluindo [[George Bush]] (e sua irmã), [[Henry Kissinger]] e [[Tenzin Gyatso]] (o [[Dalai Lama]]).<ref name="DIDiscs JC"/>
 
Aotambém realizar sua pesquisa para o livro ao longo de uma década, os autores entrevistaram centenas de pessoas que foram próximas de Mao Tsé-Tung em algum momento em sua vida, utilizandoutilizaram memórias publicadas recentemente de figuras políticas chinesas, e explorandoexploraram novos arquivos abertos na [[China]] e [[Rússia]]. Chang viveu durante a [[Revolução Cultural]], que ela descreveu em seu livro anterior, ''Wild Swans'', e suas experiências com este acontecimento lhe deram engajamento para a análise do regime comunista.
O livro se tornou um [[best-seller]] no [[Reino Unido]] e na [[América do Norte]]. Inicialmente foi elogiado calorosamente, mais posteriormente opiniões de especialistas da China criticaram o livro e seus autores de terem utilizado uma documentação seletiva de fontes e terem até mesmo inventado algumas afirmações.
==O livro==
No livro Chang e Halliday não aceitam as explicações idealistas para a ascensão ao poder os créditos comumente aderidos à Mao. Eles argumentam que Mao, desde os seus primeiros anos, foi motivado por um desejo de poder e que ele ordenou a prisão e assassinato de muitos opositores políticos, incluindo alguns de seus amigos pessoais. Durante os anos [[1920]] e [[1930]], eles alegam, que o partido comunista chinês era mantido quase exclusivamente devido ao financiamento do [[Komintern]] e que Mao não poderia ter adquirido o controle do comunismo chinês sem o apoio de [[Stalin]], nem que Mao foi um herói durante a [[Longa Marcha]] como retratou [[Edgar Snow]] em "A Estrela do Oriente". Também argumentam que [[Chiang Kai-shek]] não teria realmente perseguido o [[Exército vermelho]] porque seu filho estava sendo mantido refém em [[Moscou]].
 
Zonas sob controle comunista durante a [[Segunda Frente Unida]] e a [[Guerra Civil Chinesa]], tais como a [[Jiangxi]] e [[Yan'an]] teriam sido controladas através do terror e financiadas pelo [[ópio]]. Mao, segundo alegam, sacrificou milhares de tropas simplesmente para se livrar dos partidos rivais, como [[Chang Kuo-tao]], também os comunistas não teriam tomado a iniciativa na luta contra os invasores japoneses durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. Também alegam que apesar de ter nascido em uma família camponesa, quando Mao chegou ao poder em 1949, ele tinha pouca preocupação com o bem-estar dos camponeses chineses. A determinação de Mao ao utilizar o excedente agricultual para subsidiar a indústria e intimidação dos [[dissidente]]s levou a uma onda de assassinatos e fomes resultantes do [[Grande Salto Adiante]], agravada quando Mao autorizou a exportação de grãos para outros países, mesmo quando se tornou claro que a China não possuía grãos suficiente para alimentar a sua própira população.
Linha 22:
 
===Número de mortes sob Mao===
O livro abre com a frase "Mao Tse-tung, que durante décadas detou poder absoluto sobre as vidas de um quarto da população mundial, foi responsável por bem mais de 70 milhões de mortes em tempo de paz, mais do que qualquer outro líder do [[século XX]]". Chang e Halliday alegam que Mao estava dispostadisposto à sacrificar metade da população chinesa para tornar a China uma [[superpotência]] militar e nuclear. As estimativas do número de mortes durante este período variam, sendo às de Chang e Halliday uma das mais elevadas. O sinólogo Stuart Schram, em uma revisão do livro, notou que "o número exato ... foi estimado pelos bem-informados escritores, entre 40 e 70 milhões." <ref> {{cite journal|title=Mao: The Unknown Story|journal=The China Quarterly|date=2007-03|first=Stuart|last=Schram|coauthors=|volume=|issue=189|pages=205|id= |url=|format=|accessdate= }}</ref>
 
Os estudiosos da China concordam que a fome durante o [[Grande Salto Adiante]] causou dezenas de milhões de mortes. Chang e Halliday argumentam que as vítimas deste período representam cerca de metade dos 70 milhões do total. Uma estimativa oficial de Hu Yaobang, em 1980 colocou o número de mortes em 20 milhões, enquanto Philip Short em 2000 seu livro ''Mao: A Life'' disse que em torno de 20 a 30 milhões era um número mais credível. Chang e Halliday elogiaram o valor apresentado pelo historiador Stuart Schram que indica que 37,67 milhões "pode bem ser o mais preciso."<ref>^ Stuart Schram "Mao: The Unknown Story". The China Quarterly (189): 207. Retrieved on 2007-10-07.</ref>
Linha 31:
Mao: A História Desconhecida se tornou um bestseller, no Reino Unido as vendas atingiram 60.000 em seis meses.<ref name="GuardianDecemeber">{{cite web|url=http://observer.guardian.co.uk/uk_news/story/0,6903,1657292,00.html|title=Storm rages over bestselling book on monster Mao|publisher=Guardian Unlimited|date=[[2005-12-04]]|accessdate=2007-11-19}}</ref>Comentaristas e especialistas ficeram opiniões desde o grande louvor<ref name="Walsh">{{Cite web|url= http://www.asianreviewofbooks.com/arb/article.php?article=553|title=Mao: The Unknown Story by Jung Chang and Jon Halliday |date=2005-06-10|accessdate=2007-08-27|work=Asian Review of Books|author=John Walsh}}</ref> a sérias críticas.<ref>{{Cite web|url= http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2005/12/08/AR2005120801641.html|title=Chairman Monster|date=2005-12-11|accessdate=2007-04-04|work=Washington Post|author=John Pomfret}}</ref>
===Elogios===
Simon Sebag Montefiore elogiou o livro em [[The Times]], chamando o trabalho de Chang e Halliday de "um triunfo" que "expõe o seu tema como provavelmente o mais repugnante (...) sangrentasangrento do século XX. Tirano-messias, em termos de caráter, ações - e número de vítimas... Esta é a primeiro biografia política íntima do maior monstro (...) - o imperador vermelho da China."<ref>{{Cite web|url=http://entertainment.timesonline.co.uk/tol/arts_and_entertainment/books/article526263.ece|title=History: Mao by Jung Chang and Jon Halliday|date=2005-05-29|accessdate=2007-04-04|work=The Sunday Times|author=Simon Sebag Montefiore}}</ref>
No [[The New York Times]], Nicholas Kristof refere-se ao livro como "uma obra magistral." Kristof afirmou este é um trabalho que demonstra que Mao foi mais "catastrófico" do que qualquer outra coisa para a China até o presente. Em suas próprias a palavras a "crueldade de Mao" foi "brilhantemente capturada neste livro extraordinário."<ref>{{cite news | first=Nicholas | last=Kristof | coauthors= | title='Mao': The Real Mao | date=[[2005-10-23]] | publisher= | url =http://www.nytimes.com/2005/10/23/books/review/23cover.html?pagewanted=print | work =The New York Times | pages = | accessdate = 2007-10-04 | language = }}</ref>
Linha 39:
Michael Yahuda, professor de Relações Internacionais na London School of Economics, também expressou seu apoio no ''[[The Guardian]]''. Ele se referiu a ele como um "magnífico livro" e "um trabalho fantástico" que expressaria uma "nova luz reveladora sobre quase todos os episódios tumultuosos da vida de Mao."<ref>{{Cite web|url=http://books.guardian.co.uk/reviews/biography/0,6121,1498718,00.html|title=Bad element |date=2005-06-04|accessdate=2007-04-04|work=The Guardian|author=Michael Yahuda}}</ref>
 
O professor Richard Baum da [[Universidade da Califórnia]] disse que o livro "tem de ser levado muito a sério como a investigação mais exaustivamente investigadarica e ricamente documentada (..) da ascensão de Mao e do PCC." Baum ainda acredita que "este livro provavelmente mudará para sempre como a maneira como a história moderna chinesa é entendida e ensinada."<ref>{{Cite web|url=http://chinadigitaltimes.net/2005/09/cdt_bookshelf_r.php|title=CDT Bookshelf: Richard Baum recommends "Mao: The Unknown Story"|date=2005-09-05|accessdate=2007-04-04|work=China Digital Times|author=Sophie Beach}}</ref>
 
Stuart Schram, simultaneamente criticava certos aspectos de Mao: A História Desconhecida, mais defendeu uma revisão do livro pois o considera "uma contribuição valiosa para a nossa compreensão dode [Mao] e seu lugar na história."<ref>Schram 208.</ref>
Perry Link, professora de literatura chinesa na [[Universidade de Princeton]], elogiou o livro em ''The Times Literary Supplement'' e enfatizou o efeito que poderia ter no Ocidente: