O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música: diferenças entre revisões

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A atitude de Nietzsche parece destacar o instinto dionisíaco relativamente ao elemento apolínio. Contudo, no final da obra ele hesita em atribuir uma prevalência ou em reconhecer uma predominância. Nem um domina o outro, nem um deve substituir o outro. O instinto dionisíaco foi descurado durante dezenas de séculos, mas a entrega total a ele equivale à destruíção absoluta do indivíduo. A tragédia é o desenvolvimento desse elemento na medida da ruptura e desproporção possível. No anfiteatro, o heleno dissolvia-se na plateia, era um com todos e com o Universo no espírito do mito trágico representado. A tragédia é precisamente uma representação em que esta característica de ''representar'' não se apresenta, pois que o indivíduo, ao dissolver-se com o todo no espírito dionisíaco, rompe com as barreiras da individuação e com a racionalidade, sendo tomado pelo próprio mito, vivendo o que o herói vive. Mas como representação que é, mantém o indivíduo na sua individualidade, resgatando-o para a civilização no final da actuação.
 
Esta conceptualização, de matriz marcadamente shopenhaureanaschopenhaueriana, vai mais longe e elege a música como meio pelo qual os Gregos conseguiram esse distanciamento face às suas grandes produções culturais e [[civilidade|civilizacionais]].
 
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