O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música: diferenças entre revisões

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== Introdução à Leitura ==
A compreensão da [[filosofia]] de Nietzsche deve sempre ter em atenção que este ''filósofo'' nunca pertenceu aos círculos académicos da filosofia institucional. Não há razões para crermos que não o desejou, pelo menos ao princípio, mas o seu afastamento de [[Richard Wagner|Wagner]] afastá-lo-ía das correntes institucionalizadas da [[Alemanha]]. Num segundo momento, devemos reter que as suas preocupações começaram por ser religiosas. A sua especulação neste domínio vem de tenra idade, fruto de certas fatalidades que acometiam a sua família. Finalmente, tome-se nota de que Nietzsche não tinha formação filosófica. Os seus estudos compreendiam a [[teologia]] a [[filosofia]] e a [[filologia]]. Por outro lado, foram precisamente os estudos teológicos e os filológicos que o colocaram frente a frente com os autores da Filosofia. Nesta medida, as suas influências são naturalmente clássicas. São os filósofos da antiguidade que o tocam e primeiramente o movem. Podemos confirmá-lo quer em ''O Livro do Filósofo, Introdução Teorética sobre a Verdade e a Mentira'', quer em ''A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos'', bem como nos seus escritos desta fase marcada pela leitura de [[Arthur Schopenhauer|Schopenhauer]], pela amizade de Wagner e pelo vivo interesse pelas [[ciência]]s.
 
Assim delimita-se habitualmente a época de influência e o período em que vigora a compreensão vigente em ''O Nascimento da Tragédia'' entre os anos de [[1865]] e [[1875]]. Este período denota sobretudo a influência dos antigos, mas numa combinação frutífera e explosiva com as novas produções da cultura germânica via Wagner, Schopenhauer e [[Charles Darwin|Darwin]]. A leitura que Nietzsche faz começa normalmente por ser efusiva (salvo raras excepções, como por exemplo [[Karl Robert Eduard von Hartmann|Hartmann]]), derivando na destruição e rejeição dos princípios de cada autor. Contudo, este era o próprio método que usava, preparando a criação a partir da destruição. Este método identifica-se com a noção de ''[[ironia socrática]]'', tal como [[Søren Kierkegaard|Kierkegaard]] a dissecou. Trata-se de uma concepção tal que exige a destruição dos [[pressuposto]]s estabelecidos de modo a aplanar terreno de lançamento de novos fundamentos cognitivos.
 
Num primeiro momento, o acto de ''educar'' deve elidir as velhas estruturas cognitivas. As dificuldades em analisar este processo prendem-se com a característica do método. Se Sócrates jamais afirmava alguma coisa, Nietzsche parecia defrontar-se com a dificuldade de encontrar uma linguagem nova que não o envolvesse de novo na penumbra da tradição que considerava obsoleta.
 
== Figuras do '''Nascimento da Tragédia''' ==