Raimundo de Cápua: diferenças entre revisões

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Italiano, nascido em [[Cápua]] em [[1330]] entrou na [[Ordem dos Pregadores]] em [[1350]], em [[Bolonha]].
Foi director espiritual de Santa [[Catarina de Sena]], tendo sido ainda professor e prior em vários conventos. Exerceu os cargos de provincial emna [[Lombardia]] e em [[1380]] mestre geral da Ordem.
Faleceu em [[1399]] na cidade de [[Nuremberga]].
Festa litúrgica a [[5 de Outubro]].
 
=== Primeiros tempos na Ordem ===
Filho de uma das mais proeminentes famílias de Bolonha, foi como estudante da Universidade que conheceu a Ordem dos pregadores, que prontamente o receberam, em 1350, tendo ele mais tarde revelado que em sonhos, o próprio [[São Domingos]] o terá levado a dar esse passo.
Uma das suas primeiras obrigações foi a direcção espiritual de vários conventos de [[monjas]] na região de [[Montepulciano]]. Foi uma dos primeiros biógrafos de Santa [[Inês de Montepulciano]], que tinha falecido menos de 50 anos antes.
 
Em 1367 foi chamado a Roma a fim de se tornar o prior do convento de Minerva. Ensinou em [[Santa Maria Novella]], em Florença,, quando, em 1374 para foi enviado pelo Mestre Geral da Ordem para Siena. Ali vivia Santa [[Catarina de Siena]], a grande mística, pelo que as autoridades da Ordem estavam naturalmente interessadas em acompanhar, sendo Raimundo nomeado seu director espiritual e confessor.
 
=== Com Catarina =====
Raimundo foi um homem cuidadoso e modesto apesar de ter sido nomeado para acompanhar uma das mulheres mais célebres do seu tempo. A princípio não demonstrou grande entusiasmo pela sua nova missão. Mas o posterior convívio mostrou-lhe que estava perante uma verdadeira santa. A sua primeira decisão foi a de lhe permtir receber a [[comunhão]] diáriamente(então uma prática bastante raramente concidda aos leigos em geral). Com o advento da [[peste negra]] à região, ambos se tornaram incansáveis companheiros, apoiando e confortando os enfermos e as suas famílias. Ele próprio ficou doente, mas com os cuidados e sobretudo orações de Catarina restabeleceu-se quando todos o davam já como perdido.
Acompanhou a vida de Catarina nos últimos seis anos que a este lhe restavam.
Fruto da sua acção, Catarina envia diáriamente a Raimundo dezenas de pessoas para se confessarem e converterem, o que o deixava totalmente exausto e sem tempo para mais nada. A Ordem designou mais 2 frades para o acompanharem em tal trabalho.
 
== O Cisma ===
Quando Catarina conseguiu persuadir o Papa [[Gregório VI]] a regressar a Roma, terminando os 70 anos de [[Cativeiro de Avinhão]], este faleceu logo após a sua chegada. A posterior confusa eleição de [[Urbano VI]], alguns cardeais descontentes elegeram [[Clemente VII]], como [[anti-papa]]. Todo páis, a Igreja e própria Ordem se dividiram em várias facções, ora apoiando um ora outro.
Catarina e Raimundo ficaram do lado do papa legítimo, Urbano VI. Raimundo foi enviado por este ao rei de França a fim de estabelecer negociações, mas foi impedido por soldados e populares apoiantes da facção contrária. Catarina criticou-o severamente por lhe faltar a coragem e bravura suficiente para realizar uma missão de tal importância que de pouco valia ter salvo a própria vida.
=== Mestre e reformador ====
Poucas semanas após a morte de Catarina, em 1380, Raimundo foi eleito Mestre Geral da Ordem, pelo menos por aqueles que apoiavam Urbano VI. O seu mandato, em tais circunstâncias foi obviamente difícil e muito discutido. Para além de tudo ter tentado para reunir novamente a dividia Ordem, tentou introduzir o sistema dos [[observantes]] na Ordem, uma reforma religiosa que apenas com Santa [[Teresa de Ávila]] viria a triunfar. Mas foi criticado por negligenciar a vertente do estudo como factor primordial do carisma dominicano. No entanto a sua estratégia, de introduzir em cada província pelo menos um convento reformado, veio a mostrar-se vencedora.
 
Faleceu em Nurembega quando ali se encontrava a promover a reforma, sendo posteriormente transladado para Nápoles. No 5º centenário da sua morte, o papa [[Leão XIII]] procedeu à sua beatificação.
 
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