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[[ImageFicheiro:Plinio praefecto.jpg|thumb|right|200px|Ornamento de uma rédea com a inscrição PLINIO PRAEFECTO, encontrado na base legionária de ''[[Castra Vetera]]'' (Xanten, Alemanha), que pode ter pertencido a [[Caio Plínio Segundo|Plínio, o Velho]] (23-79) quando ele era um ''praefectus alae'' (comandante de um regimento da cavalaria) na [[Germania Inferior]] (52-54). Plínio era um cavaleiro Romano hereditário. [[Museu Britânico]], Londres.]]
 
A '''Ordem Equestre Romana''' (''ordo equester'') formava a mais baixa das duas classes [[aristocrcia|aristocráticas]] da [[Roma antiga]], estando abaixo da [[Senado romano|Ordem Senatorial]] (''ordo senatorius''). Um membro desta ordem era conhecido como um ''eques'' (plural: ''equites''), que em [[latim]] significa qualquer pessoa a cavalo (''equus''), mas neste contexto tem o significado específico de "cavaleiro". Os cavaleiros proviam os oficiais veteranos e muita da cavalaria das legiões manipulares até [[88 a.C.]], quando a cavalaria legionária foi abolida. No período tardio da [[República de Roma|República]], os [[Senado romano|Senadores]] e os seus filhos tornaram-se numa elite não-oficial dentro da ordem dos cavaleiros.
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Sob o fundador do [[Império Romano]], [[Augusto]], a elite senatorial foi constituída como uma ordem separada e com estatuto e privilégios superiores aos cavaleiros. As duas ordens aristocráticas, compostas principalmente por Italianos, dominavam os postos administrativos e militares mais altos no governo imperial até ao [[século III]]. Nesse século, o poder mudou para uma secção dos cavaleiros que incluía oficiais com carreira militar e que tomaram o lugar dos aristocratas Italianos.
 
== Era real (753 - 509 a.C.)==
De acordo com a lenda Romana, Roma foi fundada pelo seu primeiro rei, [[Rómulo]], em [[753 a.C.]] Contudo, provas arqueológicas sugerem que Roma não era uma cidade-estado unida até 625 AC.<ref>Cornell (1995) 94, 102</ref> Segundo o historiador Romano [[Tito Lívio]], Rómulo estabeleceu um regimento de cavalaria de 300 homens chamados ''[[Celeres]]'' ("Céleres") para agirem como a sua escolta pessoal, e cada uma das três tribos originais de Roma (os Ramnes, Tities e Luceres) deu uma ''centuria'', ou seja, um grupo de 100 homens, e mais 1000 para fazerem de infantaria do exército.<ref>Lívio I.15, 36</ref> Este regimento de cavalaria foi supostamente redobrado para 600 homens pelo rei [[Tarquínio Prisco]] (datas convencionais de 616-578 a.C.).<ref>Lívio I.36</ref> P. Fraccaro interpreta as reformas Sérvias feitas ao exército como sugerindo que sob o rei [[Sérvio Túlio]] (r. 578-535 a.C.), a infantaria [[hoplita]] (com armadura) foi também redobrada em tamanho para uma única [[Legião romana|legião]] de 6,000, que, juntamente com 2,400 ''[[velites]]'' (infantaria sem armadura) e cavalaria de 600 homens faz um total de 9 000 ''iuniores'' (homens entre os 16 e 45 anos).<ref>Cornell (1995) 181-2</ref> Até recentemente, a teoria de Fraccaro não era muito aceite porque a teoria dominante dos anos 601960 era a de [[A. Alfoldi]], que dizia que Roma era um acampamento insignificante até [[500 a.C.]] e não podia ter tido um exército tão poderoso (ou cavalaria) na era real.<ref>Cornell (1995) 209</ref> Mas arqueologia recente estabeleceu que Roma era uma das maiores cidades na região do Mediterrâneo no período de 625-[[500 a.C.]] Com uma população estimada de 35 000 habitantes, uma soma militar de 9 000 é plausível.<ref>Cornell (1995) 204-7</ref> Segundo Lívio, Sérvio Túlio também criou mais 12 ''centuriae'' de cavalaria.<ref name="Lívio I.43">Lívio I.43</ref> Mas isto é improvável, visto que acrescentar a cavalaria para 1800 cavalos era demasiado, quando comparado com uma infantaria de 8 400 homens (na Itália peninsular, a cavalaria normalmente constituía cerca de 8% de um exército)..<ref>Baseado em números em Políbio II.24</ref>. Isto é confirmado pelo facto que no início da República, a cavalaria continuou a ser feita por 600 pessoas (2 legiões com 300 cavalos cada uma).<ref>Cornell (1995) 193</ref> Aparentemente, os cavaleiros recebiam dinheiro do estado para comprar um cavalo para o serviço militar e comida para o animal. Isto era conhecido como um ''equus publicus''.<ref> name="Lívio I.43<"/ref>
 
Uma questão importante é se a cavalaria real vinha exclusivamente dos [[Patrícios]] (''patricii''), a aristocracia da Roma antiga que era puramente hereditária.<ref>Cornell (1995) 245</ref> Esta é a opinião da maioria dos historiadores, a começar com [[Mommsen]]. Áparte da associação tradicional da aristocracia com cavalos, as provas para esta opinião é o facto que, durante a República, 6 ''centuriae'' de equites na ''[[comitia centuriata]]'' (assembleia eleitoral) mantiveram os nomes das 6 ''centuriae'' reais originais.<ref> name="Lívio I.43<"/ref> Estas são provavelmente as ''centuriae'' de nobres patrícios na ''comitia'' mencioned pelo lexicologista [[Festus]]. Se esta hipótese estiver correcta, implica que a cavalaria era exclusivamente patrícia (e portanto hereditária) no período real.<ref>Cornell (1995) 250 (apesar de Cornell considerar as provas como sendo talvez insuficientes)</ref>
De acordo com a lenda Romana, Roma foi fundada pelo seu primeiro rei, [[Rómulo]], em [[753 a.C.]] Contudo, provas arqueológicas sugerem que Roma não era uma cidade-estado unida até 625 AC.<ref>Cornell (1995) 94, 102</ref> Segundo o historiador Romano [[Tito Lívio]], Rómulo estabeleceu um regimento de cavalaria de 300 homens chamados ''[[Celeres]]'' ("Céleres") para agirem como a sua escolta pessoal, e cada uma das três tribos originais de Roma (os Ramnes, Tities e Luceres) deu uma ''centuria'', ou seja, um grupo de 100 homens, e mais 1000 para fazerem de infantaria do exército.<ref>Lívio I.15, 36</ref> Este regimento de cavalaria foi supostamente redobrado para 600 homens pelo rei [[Tarquínio Prisco]] (datas convencionais de 616-578 a.C.).<ref>Lívio I.36</ref> P. Fraccaro interpreta as reformas Sérvias feitas ao exército como sugerindo que sob o rei [[Sérvio Túlio]] (r. 578-535 a.C.), a infantaria [[hoplita]] (com armadura) foi também redobrada em tamanho para uma única [[Legião romana|legião]] de 6,000, que, juntamente com 2,400 ''[[velites]]'' (infantaria sem armadura) e cavalaria de 600 homens faz um total de 9 000 ''iuniores'' (homens entre os 16 e 45 anos).<ref>Cornell (1995) 181-2</ref> Até recentemente, a teoria de Fraccaro não era muito aceite porque a teoria dominante dos anos 60 era a de [[A. Alfoldi]], que dizia que Roma era um acampamento insignificante até [[500 a.C.]] e não podia ter tido um exército tão poderoso (ou cavalaria) na era real.<ref>Cornell (1995) 209</ref> Mas arqueologia recente estabeleceu que Roma era uma das maiores cidades na região do Mediterrâneo no período de 625-[[500 a.C.]] Com uma população estimada de 35 000 habitantes, uma soma militar de 9 000 é plausível.<ref>Cornell (1995) 204-7</ref> Segundo Lívio, Sérvio Túlio também criou mais 12 ''centuriae'' de cavalaria.<ref>Lívio I.43</ref> Mas isto é improvável, visto que acrescentar a cavalaria para 1800 cavalos era demasiado, quando comparado com uma infantaria de 8 400 homens (na Itália peninsular, a cavalaria normalmente constituía cerca de 8% de um exército).<ref>Baseado em números em Políbio II.24</ref>. Isto é confirmado pelo facto que no início da República, a cavalaria continuou a ser feita por 600 pessoas (2 legiões com 300 cavalos cada uma).<ref>Cornell (1995) 193</ref> Aparentemente, os cavaleiros recebiam dinheiro do estado para comprar um cavalo para o serviço militar e comida para o animal. Isto era conhecido como um ''equus publicus''.<ref>Lívio I.43</ref>
 
Uma questão importante é se a cavalaria real vinha exclusivamente dos [[Patrícios]] (''patricii''), a aristocracia da Roma antiga que era puramente hereditária.<ref>Cornell (1995) 245</ref>Esta é a opinião da maioria dos historiadores, a começar com [[Mommsen]]. Áparte da associação tradicional da aristocracia com cavalos, as provas para esta opinião é o facto que, durante a República, 6 ''centuriae'' de equites na ''[[comitia centuriata]]'' (assembleia eleitoral) mantiveram os nomes das 6 ''centuriae'' reais originais.<ref>Lívio I.43</ref> Estas são provavelmente as ''centuriae'' de nobres patrícios na ''comitia'' mencioned pelo lexicologista [[Festus]]. Se esta hipótese estiver correcta, implica que a cavalaria era exclusivamente patrícia (e portanto hereditária) no período real.<ref>Cornell (1995) 250 (apesar de Cornell considerar as provas como sendo talvez insuficientes)</ref>
 
== Inícios da República (509 - 338 a.C.) ==
 
== Inícios da República (509 - 338 a.C.) ==
É normalmente aceite que a monarquia Romana foi abolida por um golpe de estado patrício, provavelmente provocado pelas medidas populistas a favor da classe plebeia feitas pelo governo monárquico. De facto, Alfoldi sugere que o golpe foi feito pelos próprios ''Celeres''.<ref>Cornell (1995) 238, 446 note 32</ref> De acordo com a interpretação de Fraccaro, quando a monarquia Romana foi substituída por dois ''praetores'' (mais tarde chamados cônsules) eleitos anualmente, o exército real foi dividido igualmente entre eles para as suas respectivas campanhas, e se isto for verdade, então explica porque é que mais tarde Políbio diz que uma das legiões de cavalaria tinha 300 homens.<ref>Cornell (1995) 182</ref>
 
A algum ponto nos inícios da República, uma reforma constitucional importante foi introduzida, chamada organização centuriada Sérvia. Apesar de ser atribuída ao rei Sérvio Túlio, é geralmente aceite que foi feita mais tarde. Cornell sugere que foi introduzida em [[406 a.C.]], acompanhada pela introdução de pagamento por serviço militar para recompensar os soldados pelo tempo longe dos campos deles.<ref>Cornell (1995) 193</ref> Para os propósitos de actividade eleitoral e taxação, o corpo de cidadõescidadãos masculinos que podia cumprir serviço militar nas legiões foi dividido em 5 classes baseados nas suas propriedades. Estas classes eram então divididas em ''centuriae'' (grupos de voto neste contexto, não formações militares). O grupo mais alto era conhecido como a Primeira Classe e valia mais de 10000 ''[[dracma|dracmae]]e'' (a denominação Grega foi usada pelos Romanos como a sua moeda de prata principal até à introdução do ''[[denário]]'', com valor parecido, em 211 a.C.). Incluía 18 ''centuriae'' de equites e 80 de plebeus ricos.<ref>Políbio VI.23</ref> As 12 ''centuriae'' de ''equites'' adicionais àa 6 de origem real foram provavelmente formadas por esta altura. Pensa-se que tenham estado abertas a pessoas que não eram patrícias.<ref name="ReferenceA">Online 1911 Encyclopedia Britannica ''Equites''</ref> Por isso, a partir desta altura, se não antes, equites já não eram sinónimos de patrícios. Estes últimos tornaram-se num grupo mais pequeno dentro da ''nobilitas'' Romana (aristocracia), mas mantiveram precedência oficial, prestígio enorme e postos reservados, a maior parte deles de uma natureza religiosa.<ref>Online Encyclopedia Britannica ''Patricians''</ref>
 
Em [[403 a.C.]], de acordo com Lívio, numa crise durante o cerco de [[Veii]], o exército precisava urgentemente de mais cavalaria, e "aqueles que possuíssem estatuto esquestre mas não tinham cavalos públicos" voluntariaram-se para pagar pelos seus cavalos do seu próprio bolso. Como compensação, pagamento para o serviço de cavalaria foi introduzido, como já tinha sido para a infantaria (em 406 a.C.).<ref>Lívio V.7</ref> Este incidente parece ter sido o início do ''equites equo privato'', que, estando abaixo da classe ''equo publicopúblico'', existiu durante toda a República. Mommsen diz que os membros da Primeira Classe que não pertenciam às 18 ''centuriae'' de equites foram primeiro admitidos no serviço da cavalaria por esta altura como uma medida de emergência, mas que eventualmente tiveram de servir como cavaleiros de qualquer maneira. Contudo, nunca puderam juntar-se às 18 ''centuriae'' e, aparentemente, nunca desfrutaram o estatuto inteiro ou privilégios dos cavaleiros.<ref>Online 1911 Encyclopedia Britannica</ref> Em conclusão, depois de 403 a.C., parece que haviam três classes de equites: ''equo publicopúblico'' patrício nas 6 ''centuriae'' originais; ''equo publicopúblico'' plebeu nas outras 12 ''centuriae''; e o ''equo privato'' plebeu nas outras 80 ''centuriae'' da Primeira Classe.<ref>Online 1911 Encyclopedia Britannica ''Equites''<name="ReferenceA"/ref> Apesar dos membros das 18 ''centuriae'' de ''equo publicopúblico'' juntarem esse grupo por direito hereditário (pela linha masculino), novos membros podiam ser adicionados, e membros existentes expulsos pelos [[Censor romano|Censores]]<ref>Lívio XXXIX.19, 44</ref>
 
Segundo o historiador Grego [[Políbio]], cujas ''Histórias'' (escritas ca. [[140 a.C.]]) são o maior relato antigo da República, a cavalaria Romana originalmente não tinha armadura, usando apenas uma túnica e estando armados com uma lança leve e escudo de couro de má qualidade que se deterioravam depressa em acção.
 
== República tardia (338 - 30 a.C.)==
=== Transformação do estado e do exército (338 - 290) ===
O período a seguir ao fim da [[Guerras Latinas|Guerra Latina]] (340-338 a.C.) e das [[Guerras Samnitas]] (343-290) viu a transformação da República Romana de uma cidade-estado poderosa mas cercada, no poder hegemónico da península Itálica. Isto foi acompanhado por profundas mudanças na sua constituição e no exército. Internamente, o desenvolvimento crítico foi o papel do [[Senado romano|Senado]] como o órgão omnipotente do estado. Em 280 a.C., o Senado tinha assumido o controlo total da taxação do estado, quanto gastavam, declarações de guerra, tratados, do recrutameto de legiões, da criação de colónias e de assuntos religiosos. Noutras palavras, tudo estava sob a sua juridiçãojurisdição. De um grupo ''ad hoc'' de conselheiros nomeados pelos Cônsules, o Senado tinha-se tornado numa instituição permanente de cerca de 300 membros vitalícios que, como ex-oficiais executivos, se gabava de uma enorme experiência e influência.<ref>Cornell (1995) 369</ref> Ao mesmo tempo, a união política da nação [[Latinos|Latina]] sob o governo Romano depois de 338 a.C .deu a Roma uma base regional populosa de onde ela podia lançar as suas guerras contra os seus vizinhos.<ref>Cornell (1995) 351</ref>
 
A batalha exaustiva pela hegemonia Italiana que Roma lutou contra a Liga Samnita resultou na transformação do exército Romano de uma [[Falange (infantaria)|falange]] [[hoplita]] de estilo Grego para o exército manipular Italiano descrito por Políbio. Acredita-se que os Romanos copiaram essa formação dos Samnitas, aprendendo através de experiência própria o quão eficaz era esta estrutura no terreno montanhoso da Itália central.<ref name="Cornell 1995 354">Cornell (1995) 354</ref> Foi também a partir deste período que cada exército romano em acção fosse acompanhado por pelo menos o mesmo número de tropas dadas pelos ''socii'' (aliados latinos).<ref>Cornell (1995) 366</ref> Cada legião devia ter uma ''ala'' confederada, uma formação que continha mais ou menos o mesmo número de infantaria que uma legião, mas três vezes mais cavalos (900).<ref>Políbio VI.26</ref>
=== Transformação do estado e do exército (338 - 290) ===
 
A cavalaria legionária provavelmente também mudou neste período, e passou de cavaleiros leves sem armadura para os couraceiros de estilo Grego descritos por Políbio.<ref>Políbio VI.25</ref> Há provas para isto num dos murais das tumbas de Paestum na Lucânia (ca. 350-300 a.C.), um dos quais mostra um cavaleiro Samnita, usando uma variante de um elmo de estilo Coríntio e armadura de bronze.<ref>Reproduzido em Goldsworthy (2003) 19</ref> Visto que os Romanos estavam em guerra com os Samnitas, é provável que tenham querido estar tão tecnologicamente avançados como eles, especialmente porque, nas palavras de Políbio, "nenhum povo tem mais vontade [do que os Romanos] de adoptar novos costumes e de adoptar o que eles vêm que é feito melhor por outros.".<ref>Políbio VI.25</ref> Como resultado das hostilidades Samnitas, um exército consular normal foi redobrado em tamanho para 2 legiões, fazendo 4 legiões anualmente. A cavalaria romana foi então aumentada para cerca de 1,200 cavalos.<ref> name="Cornell (1995) 354<"/ref> Mas isto apenas representava 25% da cavalaria total do exército, enquanto o resto vinha dos confederados Italianos. Desta forma, a cavalaria foi aumentada de 7% (de um total de 4,500) para 12% num exército confederado, comparável com (ou mais alto do que) qualquer outras forças em Itália, excepto os Gauleses, e parecida com a dos exércitos Gregos, tal como o de Pirro.<ref>Sidnell (2006) 152</ref>
O período a seguir ao fim da [[Guerras Latinas|Guerra Latina]] (340-338 a.C.) e das [[Guerras Samnitas]] (343-290) viu a transformação da República Romana de uma cidade-estado poderosa mas cercada, no poder hegemónico da península Itálica. Isto foi acompanhado por profundas mudanças na sua constituição e no exército. Internamente, o desenvolvimento crítico foi o papel do [[Senado romano|Senado]] como o órgão omnipotente do estado. Em 280 a.C., o Senado tinha assumido o controlo total da taxação do estado, quanto gastavam, declarações de guerra, tratados, do recrutameto de legiões, da criação de colónias e de assuntos religiosos. Noutras palavras, tudo estava sob a sua juridição. De um grupo ''ad hoc'' de conselheiros nomeados pelos Cônsules, o Senado tinha-se tornado numa instituição permanente de cerca de 300 membros vitalícios que, como ex-oficiais executivos, se gabava de uma enorme experiência e influência.<ref>Cornell (1995) 369</ref> Ao mesmo tempo, a união política da nação [[Latinos|Latina]] sob o governo Romano depois de 338 a.C deu a Roma uma base regional populosa de onde ela podia lançar as suas guerras contra os seus vizinhos.<ref>Cornell (1995) 351</ref>
 
== Citações ==
A batalha exaustiva pela hegemonia Italiana que Roma lutou contra a Liga Samnita resultou na transformação do exército Romano de uma [[Falange (infantaria)|falange]] [[hoplita]] de estilo Grego para o exército manipular Italiano descrito por Políbio. Acredita-se que os Romanos copiaram essa formação dos Samnitas, aprendendo através de experiência própria o quão eficaz era esta estrutura no terreno montanhoso da Itália central.<ref>Cornell (1995) 354</ref> Foi também a partir deste período que cada exército romano em acção fosse acompanhado por pelo menos o mesmo número de tropas dadas pelos ''socii'' (aliados latinos).<ref>Cornell (1995) 366</ref> Cada legião devia ter uma ''ala'' confederada, uma formação que continha mais ou menos o mesmo número de infantaria que uma legião, mas três vezes mais cavalos (900).<ref>Políbio VI.26</ref>
 
A cavalaria legionária provavelmente também mudou neste período, e passou de cavaleiros leves sem armadura para os couraceiros de estilo Grego descritos por Políbio.<ref>Políbio VI.25</ref> Há provas para isto num dos murais das tumbas de Paestum na Lucânia (ca. 350-300 a.C.), um dos quais mostra um cavaleiro Samnita, usando uma variante de um elmo de estilo Coríntio e armadura de bronze.<ref>Reproduzido em Goldsworthy (2003) 19</ref> Visto que os Romanos estavam em guerra com os Samnitas, é provável que tenham querido estar tão tecnologicamente avançados como eles, especialmente porque, nas palavras de Políbio, "nenhum povo tem mais vontade [do que os Romanos] de adoptar novos costumes e de adoptar o que eles vêm que é feito melhor por outros.".<ref>Políbio VI.25</ref> Como resultado das hostilidades Samnitas, um exército consular normal foi redobrado em tamanho para 2 legiões, fazendo 4 legiões anualmente. A cavalaria romana foi então aumentada para cerca de 1,200 cavalos.<ref>Cornell (1995) 354</ref> Mas isto apenas representava 25% da cavalaria total do exército, enquanto o resto vinha dos confederados Italianos. Desta forma, a cavalaria foi aumentada de 7% (de um total de 4,500) para 12% num exército confederado, comparável com (ou mais alto do que) qualquer outras forças em Itália, excepto os Gauleses, e parecida com a dos exércitos Gregos, tal como o de Pirro.<ref>Sidnell (2006) 152</ref>
 
== Citações ==
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