Kenji Mizoguchi: diferenças entre revisões
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'''Kenji Mizoguchi''' (溝口 健二 ''Mizoguchi Kenji''; [[16 de maio]] de [[1898]]
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Mizoguchi nasceu em [[Tóquio]], filho de um carpinteiro. Circunstâncias económicas adversa, obrigaram o seu pai a vender sua [[Irmão|irmã]] mais velha para se tornar uma [[gueixa]], um acontecimento que afetou profundamente a visão de mundo de Mizoguchi ao longo de sua vida. Manteve uma feroz resistência contra seu [[pai]] pelo tratamento que ele dava a sua [[mãe]] e irmã durante toda sua vida. Deixou a [[escola]] com 13 anos para trabalhar e estudar [[Design Gráfico|artes gráficas]] e seu primeiro trabalho foi como [[designer]] [[Propaganda (comunicação)|publicitário]] em [[Kobe]]. Estreou-se na [[indústria]] cinematográfica em Tóquio, como [[ator]], em [[1920]]; Três anos depois, tornar-se-ia um diretor bastante conceituado da [[Nikkatsu Corporation]].
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Os primeiros trabalhos de Mizoguchi foram exploratórios, principalmente trabalhos do gênero de adaptações de [[Eugene O'Neill]], [[Tolstói]] e ''remakes'' do [[Expressionismo alemão|Expressionismo Alemão]]. nestes primeiros trabalhos, Mizoguchi trabalhou rapidamente, por vezes produzindo uma série de filmes em semanas. Isso explicaria a contagem de mais de cinquenta filmes entre [[1920]] e [[1930]], a maioria dos quais se perderam. Vários de seus filmes posteriores foram ''keiko eiga'' ou "filmes tendenciosos", nos quais Mizoguchi explorou suas tendências [[Socialismo|socialistas]] e modelou suas famosas marcas e preocupações. Mais tarde, Mizoguchi persistiu em dizer que sua carreira como diretor sério não havia começado até ''[[Sisters of Gion]]'' e ''[[Naniwa Elegy]]'', ambos de [[1936]]. Em seus filmes centrais, Mizoguchi começou a ser saudado um diretor [[Neo-realismo|Neo-realista]]": tais filmes eram considerados como documentos sociais de um Japão em transição do [[feudalismo]] para o [[modernismo]]. ''[[The Stody of the Last Chrysanthemus]]'' ([[1939]]) ganhou um prêmio do Departamento de Educação; Como os dois filmes inicialmente citados, este último explora o papél depreciativo da [[mulher]] em uma [[sociedade]] injustamente [[Machismo|machista]]. Durante este tempo, Mizoguchi também desenvolveu sua famosa aproximação cinematográfica de "''uma-cena-uma-tomada''". A meticulosidade e autenticidade de seu [[Cenografia|cenógrafo]] [[Hiroshi Mizutani]] teria contribuido para o uso freqüente de lentes altamente distorcidas nos filmes de Mizoguchi. Durante a guerra, Kenji foi forçado a firmar compromissos para o governo militar como [[Propaganda|publicitário]]; Seu mais famoso filme dessa época foi um ''remake'' do clássico ''[[Samurai Bushido]]'' chamado ''[[The 47 Ronin]]'' ([[1941]]), um ''drama histórico'' épico (''rekishi geki'').
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Mizoguchi foi redescoberto no Ocidente particularmente por críticos como [[Jacques Rivette]]. Depois de uma fase inspirada pelo [[Sufrágio|sufráfio]] feminino japonês, que produziu filmes radicais como ''Victory of the Women'' ([[1946]]) e ''My Love Has Been Burning'' ([[1949]]), Mizoguchi se voltou para o ''[[Chambara|jidai-geki]]'' — ou "período dramático", reconstituição de histórias do [[folclore]] japonês ou período histórico — junto com o escritor e colaborador de longa data [[Yoshikata Yoda]]. Seria sua mais celebrada série de trabalhos, incluindo ''[[The Life of Oharu]]'' ([[1952]]), que ganhou reconhecimento internacional e o qual ele considerava seu melhor filme, e ''[[Ugetsu]]'' ([[1953]]), que ganhou o Leão de Prata no [[Festival de Veneza]]. ''[[Sansho the Bailiff]]'' ([[1954]]) toma a premissa do Japão feudal e a trabalha como um conto moralista [[Confucionismo|confucionista]]. De aproximadamente 100 filmes que desenvolveu, apenas dois — ''[[Tailes of the Taira Clan]]'' ([[1955]]) e ''[[Princess Yang Kwei-Fei]]'' ([[1955]]) — são coloridos. Mizoguchi morreu em [[Kyoto]] de [[leucemia]] com 58 anos, na época em que havia sido reconhecido como um dos três mestres do [[Cinema do Japão|cinema japonês]] ao lado de [[Yasujiro Ozu]] e [[Akira Kurosawa]]. De acordo com sua memória, fez ao todo 75 filmes, embora a maioria dos seus primeiros trabalhos tenham sido perdida. Em [[1975]], [[Kaneto Shindo]] filmou um [[documentário]] sobre Mizoguchi chamado ''[[Kenji Mizoguchi: The Life of a Film Director]]''.
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O trabalho de Mizoguchi é bastante conhecido pela sua proteção feminina característica. Foi considerado o primeiro maior diretor [[Feminismo|feminista]], embora as audiências modernas possam cogitar que seus temas não se delineiam com o conceito moderno de feminismo. Revelou a posição feminina na sociedade japonesa como humilhante e oprimida, e demonstrou que elas podem ser capazes de maior nobreza entre os sexos. Fez muitos filmes sobre os apuros das gueixas, mas seus protagonistas podem derivar de qualquer lugar: [[prostituta]]s, [[trabalhador]]es, ativistas de rua, donas-de-casa e [[Príncipe|princesas]] feudais. Seus filmes tem uma estética remanescente da [[Arte do Japão|arte japonesa]]. Prefere tomadas longas e ricas, pictoricamente ''mise-en-scene'', raras as vezes com o ''close up'' favoricido pelo cinema do [[Ocidente]]; uma [[cena]] típica pode demorar poucos [[minuto]]s e dar ênfase à luminosidade e ao cenário — tal como o trabalho de [[Josef von Sternberg]]. Essa beleza formalizada é balanceada com o envolvimento com as audiências através do tema, que habilidosamente provoca simpatia com os [[protagonista]]s; Em suas melhores obras, a emotividade pode ser extraordinariamente comovente. A obsessão de Mizoguchi por repetições é infame e poderia se tornar um pesadelo para suas atrizes. Sua preferência por longas tomadas significava que não havia espaço para erros: conta-se que ele repetia determinadas cenas cerca de cem vezes. [[Kinuyo Tanaka]], atriz que trabalhou regularmente com Mizoguchi, relatou certa vez que Mizoguchi a pediu para ler toda uma [[biblioteca]] como preparação para um papel.
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