Santo Isidro de Pegões: diferenças entre revisões

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'''Santo Isidro de Pegões''' é uma [[Lista de freguesias portuguesas|freguesia]] portuguesa do [[lista de municípios portugueses|concelho]] do [[Montijo]], [[Distrito de Setúbal]], a 50  km de [[Lisboa]], e que conta com uma área de 55,33  km², sendo a segunda maior do concelho. Com 1 454 habitantes (2001) e com uma densidade populacional de 26,3 hab/km², a freguesia foi criada a 14 de Outubro de 1957, por desanexação de áreas pertencentes às freguesias de [[Canha]] e [[Marateca (Palmela)|Marateca]], tendo por sede a localidade de '''Pegões Velhos'''.
 
 
==História==
 
 
 
As terras de Pegões, em poder da [[Ordem de Santiago]] durante os séculos XIII e XIV, por se situarem na proximidade da antiga Estrada Real ([[EN4|N4]]) que liga Lisboa a [[Badajoz]], foram beneficiadas pela importância que tem essa ligação nas comunicações com o Sul do país e com Espanha, tendo assim observado a paragem de vários monarcas, de que se destacam os Duques [[Jaime I, Duque de Bragança|D. Jaime]] e [[Teodósio II, Duque de Bragança|D. Teodósio de Bragança]], nas suas frequentes viagens entre Lisboa e o [[Paço de Vila Viçosa]]. Também se assinalam as visitas oficiais do [[Américo de Deus Rodrigues Thomaz|Almirante Américo Tomás]], [[Duarte Pacheco]], [[Mário Soares]], [[Francisco Sá Carneiro]], [[Freitas do Amaral]], entre outros.
 
 
Em [[1593]], o nome de Pegões aparece nos documentos referentes à partida do [[Alberto de Áustria|Cardeal Alberto de Áustria]], que deixava o reino em direcção a [[Toledo]], uma vez que tinha terminado o seu serviço como [[Vice-Rei de Portugal]]. O Cardeal, determinou que no lugar de Pegões se concentrassem 170 carros, 100 mulas de aluguer e 110 de carga, além de animais de reserva num total de 700 animais e 400 pessoas.
 
 
Em [[1728]], com os preparativos dos casamentos reais entre [[Maria Bárbara de Bragança, Rainha de Espanha|D. Maria Bárbara de Bragança]] e o infante [[Fernando VI de Espanha|D. Fernando de Bourbon]], e de [[José I de Portugal|D. José]] com [[Mariana Vitória de Bourbon|D. Mariana Vitória de Bourbon]], [[D. João V]] mandou arranjar a Estrada Real e ordenou a construção de um palácio em [[Vendas Novas]] afim de alojar condignamente os convidados espanhóis na sua vinda a Lisboa.
 
 
Por esta altura, foram construídos quatro fontanários, um dos quais localizado em Pegões Velhos. Em estilo barroco, com linhas singelas características da arquitectura setecentista, apresenta uma fachada com cerca de dez metros de comprimento, recortada por volutas de enrolamento e o cimafronte acrotério também com volutas. Ostenta uma cruz de secção hexagonal. Sob a bica pode-se admirar uma tabela circular cega. Possui uma dupla taça destinada a bebedouro para os animais e corte circular central para aproximação e enchimento de vasilhame na bica.
 
A Mala-Posta teve grande influência no aparecimento de pequenas localidades ou vendas nesta zona do município constituída essencialmente por pinhais.
 
 
No século XX, os terrenos foram arroteados para darem lugar a um projecto de colonização interna elaborado entre 1937/1938 pelos engenheiros agrónomos Mário Pereira e [[Henrique de Barros]], utilizando os terrenos pertencentes à Herdade de Pegões.
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Esta herdade pertencia a '''José Rovisco Pais''', que tentou instalar aí um projecto de colonização análogo ao que José Maria dos Santos criara na [[Herdade e Palácio de Rio Frio|Herdade de Rio Frio]], de forma a fixar a mão-de-obra assalariada necessária às grandes explorações da zona. Ao falecer em 1932, Rovisco Pais doou aos Hospitais Civis de Lisboa a posse da restante área, pelo que, a [[Junta de Colonização Interna]], criada em 1936 com o intuito de colonizar os baldios e terrenos públicos, desenvolveu um projecto de fixação de colonos semelhate ao modelo agrícola alemão de [[Richard Walter Darré]].
 
A '''Herdade de Pegões''', que contava com uma área de 4700 hectares, foi então dividida em três núcleos, '''Pegões Velhos''', '''Faias''' e '''Figueiras'''. Em cada um deles foram construidos casais agrícolas com uma área média de dezoito hectares, dotados de habitação e instalações agrícolas (silos, estábulos, pocilgas e nitreiras), beneficiando ainda de sistemas de captação de águas subterrâneas e de superfície (33  km de rede de rega para 240 hectares de regadio, duas barragens e vários furos artesianos). A cada casal correspondiam onze hectares de sequeiro, quatro de vinha, um de regadio e dois de pinhal, tendo ainda direito, por parte da [[Junta de Colonização Interna|Junta de Colonização]], a uma vaca, uma vitela, uma égua, uma carroça com alfaias e um empréstimo de seis mil escudos. Estas facilidades levaram a que, a partir de 1952, cinco anos após o início das obras de transformação da herdade, 207 colonos e respectivas famílias ali se fixassem.
 
[[ImagemFicheiro:2007.03.03.pt.montijo.PegoesVelhos.casal.jpg|thumb|180px|Casal típico do núcleo de Pegões Vehos]]
 
A '''Herdade de Pegões''', que contava com uma área de 4700 hectares, foi então dividida em três núcleos, '''Pegões Velhos''', '''Faias''' e '''Figueiras'''. Em cada um deles foram construidos casais agrícolas com uma área média de dezoito hectares, dotados de habitação e instalações agrícolas (silos, estábulos, pocilgas e nitreiras), beneficiando ainda de sistemas de captação de águas subterrâneas e de superfície (33 km de rede de rega para 240 hectares de regadio, duas barragens e vários furos artesianos). A cada casal correspondiam onze hectares de sequeiro, quatro de vinha, um de regadio e dois de pinhal, tendo ainda direito, por parte da [[Junta de Colonização Interna|Junta de Colonização]], a uma vaca, uma vitela, uma égua, uma carroça com alfaias e um empréstimo de seis mil escudos. Estas facilidades levaram a que, a partir de 1952, cinco anos após o início das obras de transformação da herdade, 207 colonos e respectivas famílias ali se fixassem.
 
[[Imagem:2007.03.03.pt.montijo.PegoesVelhos.casal.jpg|thumb|180px|Casal típico do núcleo de Pegões Vehos]]
 
Os candidatos à ocupação de uma fracção da colónia deviam obedecer a cinco requisitos fundamentais: ser cidadão português, menor de 45 anos, robusto e saudável, não ser alcoólico, nem [[comunista]].
 
 
Os três núcleos contavam ainda com outras infra-estruturas, a saber, escolas primárias, centros de convívio, 3 centros sociais de apoio à infância e postos médicos, igreja paroquial em Pegões Velhos e capela no núcleo das Faias, 3 centros de assistência técnica, casas para os técnicos residentes e uma Pousada para o pessoal técnico exterior.
 
 
O Prof. [[Henrique de Barros]] foi o grande mentor do projecto técnico de colonização e José Pereira Caldas, como Presidente da Junta de Colonização Interna, o executor. O projecto arquitectónico, saído do traço do arquitecto Eugénio Correia, apresenta um aspecto pitoresco, com características que podem ser consideradas típicas da zona, como as arcadas em forma de parábola que envolvem portas e janelas, as chaminés e os telhados.
 
 
 
 
Após a [[Revolução dos Cravos|Revolução de Abril]], e com a consequente extinção da Junta de Colonização Interna, iniciou-se um longo processo de regularização da posse da terra, até então Património do Estado. A insistência dos colonos levou à atribuição da posse plena das suas fracções em finais da década de 1980.
 
 
Hoje, Santo Isidro de Pegões aposta na agricultura, horticultura, floricultura, silvicultura, vitivinicultura, metalomecânica e pecuária.
 
 
 
 
A 7 de Março de 1958 foi constituída a '''Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões''', como infra-estrutura indispensável de apoio ao plano de fomento e ordenamento agrícola executado pela Junta de Colonização Interna que, em colaboração com a Junta Nacional do Vinho, implantou na área cerca de 800 hectares de vinha e todos os meios técnicos e humanos. Superada a fase de ocupação decorrente do processo revolucionário iniciado em Abril de 1974, a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro empreendeu um amplo projecto de recuperação e modernização que tornaram os vinhos de Pegões reconhecidos e premiados tanto a nível nacional como internacional.
 
 
==Heráldica==
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O arado representa Santo Isidro, padroeiro dos agricultores e da freguesia, e os cachos de uvas a riqueza agrícola destas terras e a fama dos seus vinhos.
 
 
 
 
 
==Património==
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*[[Légua|Marco de Légua da Estrada Real]]
*[[Parque de Merendas de Santo Isidro]]
 
 
 
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