Igreja da Graça (Santarém): diferenças entre revisões
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A '''Igreja de Santa Maria da Graça''', igualmente conhecida como '''Igreja da Graça''' ou como '''Igreja de Santo Agostinho''', localiza-se no Largo [[Pedro Álvares Cabral]] (também conhecido como Largo da Graça), em pleno centro histórico da cidade de [[Santarém (Portugal)|Santarém]]. A igreja, inserida no conjunto do convento dos [[Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho|Eremitas Calçados de Santo Agostinho]], é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade, constituindo um dos mais importantes exemplares da [[Gótico em Portugal|arte gótica]] no país. Neste templo, [[Monumento Nacional]] desde 1910, encontra-se sepultado [[Pedro Álvares Cabral]], descobridor do [[Brasil]].
==História==
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A igreja é o último grande monumento [[Gótico em Portugal|gótico]] monacal que a cidade actualmente conserva, tendo a sua construção ficado a dever-se à iniciativa dos [[Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho|agostinhos]] de [[Lisboa]]. Esta ordem religiosa instalou-se na cidade a partir de [[1376]], conseguindo o patrocínio de vários membros importantes da nobreza [[Santarém (Portugal)|escalabitana]], entre os quais os primeiros [[Conde de Ourém|Condes de Ourém]], D. [[João Afonso Telo de Menezes]] e D. [[Guiomar de Vilalobos]], sua esposa. Os [[Conde de Ourém|Condes de Ourém]] ofereceram mesmo guarida aos [[Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho|agostinhos]], que permaneceram instalados no seu [[solar (habitação)|solar]] até à inauguração do templo. As obras da igreja iniciaram-se em [[1380]], mas as dificuldades económicas e a própria história conturbada da família fundadora levaram a que apenas ficassem concluídas no segundo quartel do século XV.
Apesar de concluídas as obras de construção, a campanha artística prosseguiria nos séculos seguintes, tendo a igreja sido várias vezes objecto de renovação. Continuando a tradição funerária do espaço, muitos foram os poderosos [[Santarém (Portugal)|escalabitanos]] que aqui se fizeram enterrar. Cerca de [[1437]], foi executado o túmulo de D. [[Pedro de Menezes]], governador de [[Ceuta]], [[conde de Vila Real]] e de [[Viana do Alentejo]] e neto dos fundadores, e de D. [[Beatriz Coutinho]], sua esposa. Em [[1535]], foi edificada a '''Capela do Senhor Jesus dos Passos''', na nave lateral sul, sob o patrocínio de D. [[Mécia Mendes de Aguiar]], esposa do navegador [[Gonçalo Gil Barbosa]]. Na segunda metade do século, construiu-se a capela de D. [[Gil Eanes da Costa]], presidente do [[Desembargo do Paço]] e da Câmara de [[Lisboa]], com assento no Conselho de Estado de [[Filipe II de Espanha]]. Para esta obra, desmantelada pelo restauro do [[século XX]], o promotor escolheu nomes cimeiros da arte nacional, como o arquitecto [[Pedro Nunes Tinoco]] e o pintor [[Diogo Teixeira]]. Os actuais tectos de [[madeira (material)|madeira]] foram colocados em meados do [[século XVI]], após o desmoronamento das [[abóbada]]s das [[nave (arquitectura)|naves]], tendo o [[transepto]] sido então adequado ao [[estilo manuelino]]. A '''Capela de São Nicolau Tolentino''' foi edificada já no final do século, em [[1594]]. Durante os séculos XVII e XVIII, foram executadas decorações várias nos altares e nas capelas, nomeadamente pinturas, painéis cerâmicos e [[retábulo
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No exterior da igreja, os trabalhos não foram de menor relevância. O [[claustro]], datado de [[1597]], foi edificado por [[António Dias]] e, no século seguinte, as alas conventuais foram totalmente reformadas, sendo estas empreitadas marcadas por inscrições epigráficas em alguns [[portal (arquitectura)|portais]], como as de [[1638]] e [[1673]]. Ainda na [[década de 1570]], acrescentou-se um terceiro piso ao convento.
Com a [[extinção das ordens religiosas masculinas]] em [[1834]], o convento foi fechado e vendido. Em [[1872]], o conjunto foi ocupado pelo Asilo de Santo António. Em meados do século XX, foi levado a cabo um restauro selectivo que visou suprimir todos os elementos posteriores a [[1500]]. Com esta intervenção, foi desmantelada a maioria das obras [[Maneirismo em Portugal|maneiristas]] e [[Barroco em Portugal|barrocas]], nomeadamente o [[coro (arquitectura)|coro-alto]] e os revestimentos e [[retábulo
==Caracterização arquitectónica==
Este templo apresenta uma fachada principal de três panos, definidos por [[contraforte
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As fachadas laterais são rasgadas inferiormente por janelas em [[arco quebrado]] e, ao nível da [[nave (arquitectura)|nave]] central, por janelas idênticas abertas no eixo dos pilares. Os topos dos braços do [[transepto]] também apresentam grandes janelões. A [[cabeceira]] é tripartida, escalonada com [[abside]] e [[absíolo
O interior da igreja é de três [[nave (arquitectura)|naves]] amplas, de cinco tramos cada, separadas por doze colunas [[capitel
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A colecção de [[mausoléu
Fruto do longo período de construção, o templo engloba elementos de duas correntes distintas do [[Gótico em Portugal|gótico português]]: o chamado gótico [[mendicante]], de forte tradição na vila de [[Santarém (Portugal)|Santarém]], nomeadamente nos conventos dos Dominicanos e dos [[Convento de São Francisco (Santarém)|Franciscanos]] do século XIII, e o [[gótico flamejante]], bem patente no [[Mosteiro da Batalha]]. À primeira corrente arquitectónica obedecem a [[cabeceira]] tripartida, o [[transepto]] e as [[nave (arquitectura)|naves]]. Por sua vez, a fachada principal, com o seu [[portal (arquitectura)|portal]] e com a enorme [[rosácea (arquitectura)|rosácea]], é claramente representativa do [[gótico flamejante]], apresentando evidentes semelhanças com o emblemático [[Mosteiro da Batalha|mosteiro batalhino]], cuja construção foi contemporânea à deste templo. Também as sepulturas da família Menezes, que aproveitaram a igreja para seu [[panteão]], revelam a influência da [[Mosteiro da Batalha|Batalha]], designadamente do túmulo duplo de [[João I de Portugal|D. João I]] e de D. [[Filipa de Lencastre]], modelo adoptado por D. [[Pedro de Menezes]] e sua esposa.
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