Alferes: diferenças entre revisões

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'''Alferes''' é a denominação de um posto de [[oficial subalterno]], nas [[forças armadas]] de vários países de [[língua Portuguesa]] e [[Espanhol]]a. Normalmente é a primeira patente de oficial.
Na [[Idade Média]], "alferes" era a denominação da função de [[bandeira|porta-bandeira]] ou [[estandarte|porta-estandarte]] de uma organização, militar, civil ou religiosa.
No âmbito militar, a função de alferes acabou por se tornar na primeira patente de oficial, com responsabilidades diferentes da de transportar a [[bandeira]] ou [[estandarte]]. Em outras línguas, a denominação da primeira patente de oficial de alguns ramos das [[forças armadas]], refere-se também à antiga função de porta-bandeira, tal como ''ensign'' ([[Inglês]]), ''enseigne'' ([[Francês]]) e ''Fähnrich'' ([[Alemão]]). No [[Brasil]] e em outros países, a patente equivalente, denomina-se "[[segundo-tenente]]".
 
Na [[Idade Média]], designava-se "alferes" o [[bandeira|porta-bandeira]] ou [[estandarte|porta-estandarte]] de uma organização militar, civil ou religiosa. No âmbito militar, a função de alferes acabou por se tornar na primeira patente de oficial, com responsabilidades diferentes da de transportar a [[bandeira]] ou [[estandarte]]. Em outras línguas, a denominação da primeira patente de oficial de alguns ramos das [[forças armadas]], refere-se também à antiga função de porta-bandeira, tal como ''ensign'' ([[Inglês]]), ''enseigne'' ([[Francês]]) e ''Fähnrich'' ([[Alemão]]). No [[Brasil]] e em outros países, a patente equivalente, denomina-se "[[segundo-tenente]]".
==Origem==
Existem duas teorias para a origem da palavra "alferes". A de que é uma palavra derivada do [[língua árabe|Árabe]], onde o "''al''" é artigo definido e o "''feres''" significa cavalheiro (educado e gentil) ou cavaleiro (o homem que monta um cavalo). A outra teoria é de que é derivada do termo [[Latim|latino]] "''aquila feres''", o soldado que transportava a "[[águia]]" - insígnia das [[legião|legiões romanas]].<br>
Na [[Península Ibérica]], na Idade Média, eram chamados "alferes" os guerreiros que, em campanha, levavam a bandeira de uma unidade, de uma [[ordem militar]] ou mesmo de todo o exército Real. Também existiam alferes em instituições não militares - como municípios, corporações profissionais ou organismos religiosos - que levavam as, respectivas, bandeiras em procissões ou outras cerimónias.<br>
No exército, o transporte de um símbolo tão importante tornou, igualmente importante a função de alferes. Em vários reinos ibéricos, o alferes da bandeira Real, tornou-se no comandante-chefe de todo exército, subordinado, apenas ao Rei. Os alferes das [[companhia (militar)|companhias]] e de outras pequenas unidades, tornaram-se os oficiais imediatos no comando, subordinados apenas aos comandantes. Mais tarde a função de alferes tornou-se um posto de oficial, já sem a função permanente de transporte de uma bandeira. <br>
Atualmente, posto de alferes corresponde, normalmente, à primeira patente de oficial, dos exércitos, [[força aérea|forças aéreas]] e [[marinha]]s, onde existe.
 
==Forças Armadas Portuguesas==
Atualmente, em [[Portugal]], alferes é o posto de oficial subalterno, intermédio entre o de [[tenente]] e o de [[aspirante a oficial]], no [[Exército Português|Exército]], [[Força Aérea Portuguesa|Força Aérea]] e [[Guarda Nacional Republicana]]. Na [[Marinha Portuguesa]], a patente equivalente é a de [[guarda-marinha]] ou [[subtenente]].
 
==Origem==
Tal como nos restantes reinos ibéricos, em Portugal, na Idade Média, dava-se o nome de "alferes" aos porta-bandeiras dos exércitos, das unidades militares e de outras instituições. O alferes da bandeira Real, tinha o título de "alferes-mor", estando-lhe atribuída a função de comandante-chefe do exército. Na organização do Exército, decretada pelo Rei [[Sebastião I de Portugal|D. Sebastião]], cada companhia passou a ter um alferes, que, além de levar a bandeira da unidade, exercia as funções de segundo comandante, imediatamente subordinado ao [[capitão]]. Alferes, acabou por deixar de designar uma função e passou a ser um posto de oficial que já não tinha, necessariamente, a função de levar uma bandeira. Os alferes mantiveram-se os segundos comandantes das companhias de Infantaria, até à introdução do posto de tenente, em [[1707]]. Atualmente, a função de transportar o [[Bandeira de Portugal|Estandarte Nacional]], de uma unidade, em cerimónias militares, continua a ser atribuição de um oficial subalterno, que pode ser tanto um alferes como um [[tenente]].
Existem duas teorias para a origem da palavra "alferes". A de que é uma palavra derivada do [[língua árabe|Árabe]], onde o "''al''" é artigo definido e o "''feres''" significa cavalheiro (educado e gentil) ou cavaleiro (o homem que monta um cavalo). A outra teoria é de que é derivada do termo [[Latim|latino]] "''aquila feres''", o soldado que transportava a "[[águia]]" - insígnia das [[legião|legiões romanas]].<br>
 
Na [[Península Ibérica]], na Idade Médiamedieval, eram chamados "alferes" os guerreiros que, em campanha, levavam a bandeira de uma unidade, de uma [[ordem militar]] ou mesmo de todo o exército Real. Também existiam alferes em instituições não militares - como municípios, corporações profissionais ou organismos religiosos - que levavam as, respectivas,respetivas bandeiras em procissões ou outras cerimónias.<br>
Os alunos, dos cursos superiores, de duração superior a cinco anos, da [[Academia Militar (Portugal)|Academia Militar]] e da [[Academia da Força Aérea (Portugal)|Academia da Força Aérea]], são graduados em alferes no 6º ano, sendo designados "'''alferes alunos'''".
 
No exército, o transporte de um símbolo tão importante tornou, igualmente importante a função de alferes. Em vários reinos ibéricos, o alferes da bandeira Real, tornou-se no comandante-chefe de todo exército, subordinado, apenas ao Rei. Os alferes das [[companhia (militar)|companhias]] e de outras pequenas unidades, tornaram-se os segundos oficiais imediatos no comando, subordinados apenas aos comandantes[[capitão (militar)|capitães]]. Mais tarde a função de alferes tornou-se umnum posto de oficial, já sem a função permanente de transporte de uma bandeira. <br>
 
Atualmente, posto de alferes corresponde, normalmente, à primeira patente de oficial, dos exércitos, [[força aérea|forças aéreas]] e [[marinha]]s, onde existe.
==Alferes-Mor de Portugal==
Desde o reinado de [[Afonso Henriques|D. Afonso Henriques]] que existiu, no exército Real, o cargo de '''Alferes-Mor do Reino''' ou '''Alferes-Mor de Portugal'''. O Alferes-Mor tinha a função de transportar a bandeira Real em campanha e de ser o imediato do Rei no comando supremo do Exército. Como as funções de comando o impediam de transportar, efectivamente, a bandeira em campanha, essa tarefa foi atribuída a um seu substituto, denominado '''Alferes-Menor''' ou '''Alferes Pequeno'''.
 
Durante o reinado de [[Fernando I de Portugal|D. Fernando I]] foram criados os cargo de [[Condestável de Portugal|Condestável]] e de [[Marechal de Portugal]], aos quais foram atribuídas as funções de, respectivamente, comandante-chefe e segundo comandante do Exército. O Alferes-Mor passou a ser, então, apenas o terceiro oficial na hierarquia de comando, voltando a ter funções efectivas de transporte da bandeira Real. Durante a [[batalha de Toro]], ficou famoso [[Duarte de Almeida]], Alferes-Mor de [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]] pelo seu sacrifício na proteção da bandeira do Rei. O cargo acabou por se tornar meramente honorífico, existindo até ao fim da monarquia.
 
 
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imagem:Danish-Navy-OF1B.svg|Marinha do Uruguai<br>(''Alférez de fragata'')
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==Forças Armadas Portuguesas==
Atualmente, em [[Portugal]], alferes é oum posto de oficial subalterno, intermédio entre o de [[tenente]] e o de [[aspirante a oficial]], no [[Exército Português|Exército]], na [[Força Aérea Portuguesa|Força Aérea]] e na [[Guarda Nacional Republicana]]. Na [[Marinha Portuguesa]], a patente equivalente é a de [[guarda-marinha]] ou [[subtenente]].
 
Tal como nos restantes reinos ibéricos, emno Portugal, na Idade Médiamedieval, dava-se o nome de "alferes" aos porta-bandeiras dos exércitos, das unidades militares e de outras instituições. O alferes da bandeira Real, tinha o título de "alferes-mor", estando-lhe atribuída a função de comandanteComandante-chefeChefe do exércitoExército. Na organização do Exército, decretada pelo Rei [[Sebastião I de Portugal|D. Sebastião]], cada companhia passou a ter um alferes, que, além de levar a bandeira da unidade, exercia as funções de seu segundo comandante, imediatamente subordinado ao [[capitão]]. Alferes, acabou por deixar de designar uma função e passou a ser um posto de oficial que já não tinha, necessariamente, a função de levar uma bandeira. Os alferes mantiveram-se oscomo segundos comandantes das companhias de Infantaria, até à introdução do posto de tenente, em [[1707]]. Atualmente, a função de transportar o [[Bandeira de Portugal|Estandarte Nacional]], de uma unidade, em cerimónias militares, continua a ser atribuição de um oficial subalterno, que pode ser tanto um alferes como um [[tenente]].
 
Os alunos, dos cursos superiores, de duração superior a cinco anos, da [[Academia Militar (Portugal)|Academia Militar]] e da [[Academia da Força Aérea (Portugal)|Academia da Força Aérea]], são graduados em alferes no 6º ano, sendo designados "'''alferes alunos'''".
 
 
==Alferes-Mor de Portugal==
Desde o reinado de [[Afonso Henriques|D. Afonso Henriques]] que existiu, no exército Real, o cargo de '''Alferes-Mor do Reino''' ou '''Alferes-Mor de Portugal'''. O Alferes-Mor tinha a função de transportar a bandeira Real em campanha e de ser o imediato do Rei no comando supremo do Exército. Como as funções de comando o impediam de transportar, efectivamente,efetivamente a bandeira em campanha, essa tarefa foi atribuída a um seu substituto, denominado '''Alferes-Menor''' ou '''Alferes Pequeno'''.
 
Durante o reinado de [[Fernando I de Portugal|D. Fernando I]], foram criados os cargo de [[Condestável de Portugal|Condestável]] e de [[Marechal de Portugal]], aos quais foram atribuídas as funções de, respectivamenterespetivamente, comandanteComandante-chefeChefe e segundo comandante do Exército. O Alferes-Mor passou a ser, então, apenas o terceiro oficial na hierarquia de comando, voltando a ter funções efectivasefetivas de transporte da bandeira Real. Durante a [[batalhaBatalha de Toro]], ficou famoso [[Duarte de Almeida]], - Alferes-Mor de [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]] - pelo seu sacrifício na proteção da bandeira do Rei. O cargo acabou por se tornar meramente honorífico, existindo até ao fim da monarquia.
 
O cargo acabou por se tornar meramente honorífico, existindo até ao fim da monarquia.