Dia dos Santos Inocentes: diferenças entre revisões

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SANTOS INOCENTES, mártires
 
1. Nota histórico-litúrgica
 
A festa dos santos Inocentes, celebrada em todas as Igrejas nos dias posteriores ao Natal, venera os mártires, que não só morreram por Cristo, mas, na realidade foram assassinados no lugar dele. Esta celebração litúrgica é atestada no Ocidente pela primeira vez por São Pedro Crisólogo, na primeira metade do século V. Mais tarde, encontramos a celebração desta festa no calendário de Cartago com o seguinte nome “Os santos infantes mortos por Herodes” e no martirológio jeronimiano, assiim nomeada, “Em Belém, o nascimento dos santos infantes e lactentes, que sofreram por Cristo sob Herodes”. Ela foi inserida nos livros litúrgicos latinos mais ou menos depois de 450, e no século XII ela já tinha uma oitava, revelando a sua importância litúrgica; e, de 1568 em diante, era celebrada como uma solenidade. Na tradição de Constantinopla, a festa desses “infantes” era celebrada em 29 de dezembro. A narrativa da matança dos santos Inocentes nos foi transmitida por Mt 2,13-18, que a apresenta como cumprimento de uma profecia de Jeremias 31,15 que diz: “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e pranto muito grande, é Raquel que chora os seus filhos, e não quer ser consolada, porque não existem mais”. Nesta lembra-se a crueldade de Herodes que não surpreende nem mesmo os seus compatriotas; Augusto dizia que “era melhor ser um porco de Herodes do que ser filho dele” .
 
2. Mensagem e atualidade
 
Pelas orações utilizadas nas celebrações podemos descobrir o valor que esta festa dos Santos Inocentes tem para todos os cristãos, que se reconhecem neles.
 
a) A oração da coleta (aquela feita no início da missa) do dia 28 de dezembro, na qual celebramos a memória dos Santos Inocentes, pede a “Deus, que foi glorificado hoje nos santos Inocentes não com palavras, mas com o sangue, que também nós possamos exprimir com a vida a fé que professamos com os lábios”. Esse martírio é, pois, considerado mais como uma graça, isto é, como um dom gratuito do Senhor, do que uma homenagem do homem a Deus. No hino de Prudêncio, os Santos Inocentes são vistos como flores dos mártires que o perseguidor, apanhou como rosas nascentes e são chamados de “primeiras vítimas por Cristo e rebanho tenro dos imolados, os quais exultam em sua simplicidade sob o mesmo altar com palmas e coroas”. Em outro hino de um outro autor chamado Venerável Beda, esses mártires são comparados àqueles que, segundo o Apocalipse, “lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14).
 
b) Pela oração sobre as oferendas pedimos a “Deus, que fez dom de sua santidade também às crianças, que não o conhecem, para que dê um coração puro e simples a nós, que celebramos seus mistérios ...” A afirmação da gratuidade absoluta do dom da santidade lembra o mistério de que estes Inocentes foram sacrificados como primícias do martírio do único Santo e Inocente, o Cristo.
 
c) A oração depois da comunhão invoca o “Pai misericordioso, para que abra aos seus fiéis os tesouros da redenção na festa dos santos Inocentes, que, sem falar, confessaram com o sangue seu Filho, Salvador do mundo”. A insistência no tema do silêncio verbal daqueles que foram sacrificados, substituído pelo sangue como expressão da confissão da fé, deve fazer-nos compreender que o martírio inconsciente daquelas crianças adquire o valor de uma afirmação de fé nos desígnios de Deus que se realizam no derramamento do sangue, mesmo sem resposta do homem.
 
A atualidade dessa festa nos é oferecida no sermão do bispo Quodvultdeus de Cartago do (séc.V) que o conclui com as palavras seguintes: “Oh! grande dom da graça! Por quais méritos foi concedido que crianças vencessem desse modo? Ainda não falam e já confessam; ainda não são capazes de enfrentar a batalha com movimentos do corpo e conquistam a palma da vitória”. É, pois, a festa da inocência gratuita, a ser pedida como dom sempre novo, para que também nós, como os Inocentes meninos lactentes que foram mortos pelo rei iníquo, possamos seguir o Cordeiro sem mancha dizendo sempre: “Glória a Deus” (Ap 14,4) Assim repetimos com o salmista: “o perfeito louvor vos é dado pelos lábios dos mais pequeninos” (salmo 8)
 
 
 
[[ca:Els sants innocents]]
[[de:Kindermord in Betlehem#Tag der Unschuldigen Kinder]]