Sviatoslav Richter: diferenças entre revisões

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[[ImagemFicheiro:Rikhter.jpg|thumb|right|Sviatoslav Richter]]
 
'''Sviatoslav Teofilovich Richter''' ([[Língua ucraniana|Ucraniano]]: Ріхтер Святослав Теофілович, [[Língua russa|Russo]]: Святосла́в Теофи́лович Ри́хтер, [[Zhitomir]] - [[Ucrânia]], [[20 de março]] de [[1915]] – [[1 de agosto]] de [[1997]]) é considerado um dos maiores pianistas clássicos de todos os tempos. Richter era um pianista virtuoso, ainda que nunca tenha usado essa virtuosidade para outro fim a não ser para manifestar a poesia essencial da música. As suas interpretações eram soberbas e controladas, seu repertório era muito amplo - variava de [[Bach]] e [[Haydn]] até [[Debussy]] e [[Shostakovich]].
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'''Sviatoslav Teofilovich Richter''' ([[Língua ucraniana|Ucraniano]]: Ріхтер Святослав Теофілович, [[Língua russa|Russo]]: Святосла́в Теофи́лович Ри́хтер, [[Zhitomir]] - [[Ucrânia]], [[20 de março]] de [[1915]] – [[1 de agosto]] de [[1997]]) é considerado um dos maiores pianistas clássicos de todos os tempos. Richter era um pianista virtuoso, ainda que nunca tenha usado essa virtuosidade para outro fim a não ser para manifestar a poesia essencial da música. As suas interpretações eram soberbas e controladas, seu repertório era muito amplo - variava de [[Bach]] e [[Haydn]] até [[Debussy]] e [[Shostakovich]].
 
Richter tinha um espírito independente, preferia seguir os seus instintos a aprender com outros pianistas e, por isso, as suas interpretações são únicas. No entanto, ele podia interpretar uma obra magnificamente bem ou, segundo ele mesmo admitia, como um aluno medíocre. A sua obsessão pela qualidade e perfeccionismo tornou-o um crítico feroz, sobretudo dele mesmo.
 
== Vida e carreira ==
 
Quando criança, Richter teve a sua introdução musical dada pelo seu pai, Theophile, que era um organista que emigrara da [[Alemanha]] para a [[Rússia]]; desde cedo, Richter mostrava-se auto-didata e assim foi desenvolvendo a sua técnica excepcional, tocando as músicas que mais gostava. Aos oito anos, ele tocava passagens de óperas (principalmente de [[Wagner]], [[Tchaikovsky]] e [[Verdi]]), costume que manteria quando adulto em reuniões informais com amigos. Richter cresceu em [[Odessa]] onde seu pai lecionava no Conservatório; lá, ele convivia com [[Emil Gilels]] e [[David Oistrakh]], que futuramente tornar-se-iam parceiros de concertos.
 
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Em 1958, Richter desempenhou o papel de jurado na primeira [[Competição Tchaikovsky]], em Moscou; Richter ficou tão impressionado com a interpretação de [[Van Cliburn]] que atribuiu 100 pontos como a sua nota final, quando o máximo permitido era 10 pontos, e deu nota 0 aos restantes dos participantes. Van Cliburn venceu a competição, mas Richter nunca mais foi chamado para fazer parte de juri novamente.
 
O Ocidente teve a primeira oportunidade de ouvir Richter através de gravações dos anos 501950, e sua reputação diante dos críticos cresceu rapidamente. Em 1955, [[Gilels]] fazia apresentações pelos [[EUA]] e certa vez ele respondeu às críticas que havia recebido sobre as suas atuações: "Esperem até vocês ouvirem o Richter!".
 
O empresário [[Sol Hurok]] tentou organizar uma turnê para Richter nos EUA, mas apenas alguns anos depois o governo soviético permitiu. Durante a década de 501950, Richter viajou para os países soviéticos do [[Leste Europeu]]. Apenas em maio de 1960, foi autorizado a viajar para o Ocidente, mas no máximo até a distância de [[Helsinque]] - [[Finlândia]]. Cinco meses depois, ele finalmente fez a sua estréia em [[Chicago]]. Ele tocou o [[Concerto para Piano No 2]] de [[Brahms]], sob a regência de [[Erich Leinsdorf]]. Uma gravação foi feita no dia seguinte, que permanece no seu catálogo. A sua estréia em [[Nova York]] consistia em uma série de sete recitais em 10 dias no [[Carnegie Hall]] em Outubro de 1960.
 
No entanto, Richter preferia fazer os seus concertos para o público do Leste Europeu, apesar do baixo pagamento que varia em torno de US$100 a US$200 por concerto. Ele dizia: "prefiro o entusiasmo das platéias de [[Novokuznetsk]] às aclamações artificiais de um Carnegie Hall, de Nova York".
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=== Vida política ===
 
Richter se irritava com o rótulo, que as pessoas davam a ele, de militante contrário ao governo soviético. Segundo ele, "era contra o sistema mas em nenhum momento eu fui um ativista". Avesso a causas políticas, Richter nunca se filiou ao [[Partido Comunista]], porém tocou no funeral de [[Stalin]], em um piano de armário com os pedais quebrados. Para ele, aquele foi um momento triste, não pela morte do ditador mas sim pela morte de seu amigo Sergei Prokofiev, que coincidentemente morrera no mesmo dia (5 de março de [[1953]]). Quando Richter ainda estudava no [[Conservatório de Moscou]], em plena era stalinista, ele foi expulso duas vezes da instituição por se recusar a freqüentar as aulas obrigatórias de "Política". Graças a intervenção de [[Neuhaus]], a quem sempre o apoiara e o considerava como um pai espiritual, acabou readmitido no Conservatório.
 
=== Vida pessoal ===
 
Em [[1945]], Richter foi acompanhante da soprano russa [[Nina Dorliak]] com o repertório de [[Rimsky-Korsakov]] e [[Prokofiev]]. Este foi um início de uma amizade que duraria até o último momento de suas vidas. Richter e Dorliak não eram oficialmente casados, embora eles fossem companheiros inseparáveis. O lado prático de Dorliak contrabalanceava com o lado impulsivo de Richter. Ela o ajudava a organizar a sua agenda, relembrava-o de seus compromissos e administrava seus compromissos profissionais.
 
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== Estilo e características de interpretação ==
 
É difícil descrever o seu estilo de execução em poucas palavras. Seu estilo mudava conforme o compositor e, além disso, sua técnica também mudou ao passar dos anos. Sua interpretação de [[Bach]] era sereno e discreto, enquando a de [[Liszt]] era brilhante e calorosa. Em [[Schumann]], as suas interpretações eram cheias de paixão e a de [[Stravinsky]] eram vivas e divertidas. Não existem um consenso de suas interpretações, embora a sua interpretação é facilmente reconhecida, já que sempre possui muita elegância, inteligência e controle técnico. É sempre reconhecido a importância que Richter dava a idéia poética da música, dando enfoque a cada nota tocada. As suas execuções de uma obra nunca eram iguais, o que mostra que Richter tinha o interesse de descobrir o seu verdadeiro sentido por trás da obra.
 
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== Legado ==
 
Richter nunca teve um posto de professor em um Conservatório e nunca teve um discípulo, ao menos formalmente. Richter justificava: "Como eu posso ensinar alguém se eu estou sempre aprendendo?"; porém, ele tinha amizades íntimas com jovem pianistas como [[Lazar Berman]], [[Andrei Gavrillov]] e [[Zoltan Kocsis]], a quem indiscutivelmente os ensinara muito. Gavrilov afirmava sobre a influência que Richter tinha sobre toda uma geração de músicos: "Richter não era simplesmente uma grande escola, mas um tipo de pessoa que emanava uma energia que nos fazia sentir absolutamente diferentes".
 
Richter educou uma geração de ouvintes com as suas interpretações e sua escolha de repertório. Ele era um artista único e imprescindível, que desafiava sua platéia e atraia um enorme público fiel. De fato, sua reputação continua crescendo.
 
==Páginas {{Ligações externas}} ==
* [http://www.doremi.com/sr.html Discografia completa que inclui até as gravações atualmente indisponíveis e gravações particulares (em inglês)]
* [http://www.neuhaus.it/english/dorliak.html Pequena biografia of Nina Dorliak (em inglês)]
 
== Referências ==
* Bruno Monsaigeon, Sviatoslav Richter: Notebooks and Conversations (Princeton University Press, 2001)
* [http://www.imdb.com/title/tt0180096/ Bruno Monsaigeon, The Enigma (film biography of Richter)]
 
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