Júlio Bressane: diferenças entre revisões

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Seu último filme, "[[Cleópatra]]", foi apresentado no [[Festival de Cinema de Veneza]] de [[2007]], fora da competição<ref>[http://ofuxico.uol.com.br/Materias/Noticias/2007/09/57754.htm Uol]</ref>, além de ter sido premiado como melhor filme do 40º [[Festival de Brasília do Cinema Brasileiro]], em [[novembro]] de [[2007]].
 
===Complemento===
Um dos líderes do movimento do Cinema Marginal do Rio de Janeiro, Júlio Bressane desenvolveu um estilo próprio de fazer filmes os quais não seguem uma narrativa convencional e têm um movimento de câmera incomparável. Sua obra é notadamente influenciada por Orson Wells e Jean-Luc Godard.
 
"Cara a Cara" (1967) é bastante marcado pelas preocupações e a estética do Cinema Novo, em especial por "Terra em Transe" (1967, dir. Glauber Rocha). Em 1969, dirige "O Anjo Nasceu" e "Matou a Família e Foi ao Cinema" nos quais a ruptura e a distância com "Cara a Cara" são grandes. A fragmentação narrativa é acentuada e a preocupação com a representação da estória é abandonada. O universo ficcional é elaborado em proximidade com a banalidade da vida dos personagens, não se constituindo a partir da intriga.
 
Bresane funda em 1970, no Rio de Janeiro, juntamente com Rogério Sganzerla a produtora de vida efêmera Belair, que produziu seis longas-metragens em três meses de existência. Na Belair, Bressane dirigiu "Barão Olavo, o Horrível" (1970), "Família do Barulho" (1970) e "Cuidado, Madame" (1970).
 
Por causa de perseguições políticas, o cineasta abandona o Brasil em março de 1970 levando os negativos de "Cuidado, Madame" para a Europa, onde termina a montagem e a revelação. Bressane fica exilado três anos em Londres, onde realiza "Amor Louco" (1971), Memórias de um Estrangulador de Loiras" (1971) e "Lágrima Pantera" (de 1971, filmado em Nova Iorque). Passa também um tempo no Marrocos, dirigindo "A Fada do Oriente" (1972). Em 1972, viaja de carro até o extremo oriente, cenas desta viajem podem ser vistas em "O Monstro Caraíbas" (1975).
 
Tom destoante, busca do novo e repúdio às concessões são traços predeterminantes da obra de Júlio Bressane de 1975 a 1980. Aqui, o que surpreende e garante lugar de destaque para o cineasta é a regularidade da produção, combinada com a deliberada postura de permanecer de costas para platéias maiores. Filmagens rápidas, utilização de material filmado em 16 mm e um cinema com tendências artesanais é o que faz este diretor.
 
Após a fase mais aguda do Cinema Marginal, Bressane filma "O Rei do Baralho" (1974), "O Monstro Caraíbas" (1975), "Agonia" (1977), "O Gigante da América" (1980), "Cinema Inocente" (1980), "Tabu" (1982) e "Brás Cubas" (1985). Estas são obras que mostram um relacionamento com a prática cinematográfica equivalente ao mais livre trabalho poético de outras áreas artísticas, centralizando a inventividade e o questionamento da linguagem. O cinema como moderno jogo de sombras, as aproximações da imagem cinematográfica com a pintura e a poesia, a revelação incessante do processo de filmagem, a dissolução completa da estrutura narrativa clássica permeiam o cinema de Bressane. Em "Tabu" há uma maturidade de um criador que não recuou um milímetro em suas concepções estéticas, mesmo produzido com recursos do Estado. O cineasta volta a retrabalhar a magia do cinema, lançando mão de velhos recursos - como cortes desconcertantes ou a exposição do diretor batendo claquete - mas revela um aprofundamento plástico, obtido com movimentos de câmera.
 
==Carreira==
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* [http://www.repom.ufsc.br/REPOM2/lucia.html A música enquanto estratégia narrativa emBrás Cuba, de Julio Bressane - por Lúcia de Almeida - Revista de Estudos Poético-Musicais, nº 2/jun, 05], UFSC]
* [http://users.urbi.com.br/cinebook/variado.htm _Variados] ''in'' [http://users.urbi.com.br/cinebook/ Cinebook]
* {{imdb nome|id=0107788}}
 
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