Estêvão de Jesus Maria: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Estevao de Jesus Maria.jpg|thumb|250px|Retrato de D. frei Estêvão de Jesus Maria, gravado por [[António Joaquim de Santa Bárbara]].]]
D. frei '''Estêvão de Jesus Maria''', ou frei '''Estevam de Jesus Maria''' ([[Mafra (Portugal)|Mafra]], [[26 de Dezembro]] de [[1786]] — [[Angra do Heroísmo]], [[28 de Julho]] de [[1871]]), da [[Ordem dos Frades Menores]] Reformados, foi o 27.º [[Diocese de Angra|bispo de Angra]], governando formalmente a diocese no período de [[1827]] a [[1870]], embora, com as convulsões provocadas pela [[Guerras liberais|guerra civil]] e pela sua adesão ao [[miguelismo]], apenas tenha assumido o governo efectivo da diocese em [[1840]], e ainda assim permanecendo 19 anos, até [[1859]], em virtual exílio na [[ilha de São Miguel]], aparentemente sem se atrever a entrar na sua cidade episcopal de Angra, por demais conotada com o liberalismo.
 
== Biografia ==
Foi baptizado na freguesia de Santo André de Mafra, ingressando em [[1801]], com apenas 15 anos, como noviço na ordem [[franciscano|franciscana]] dos [[Ordem dos Frades Menores|Frades Menores Reformados da Província da Arrábida]], na qual professou um ano depois.
 
Ganhando fama como intelectual erudito e bom músico, passou a ensinar [[Hermenêutica]] no seu convento, encargo que manteve durante 9 anos. Após o regresso da corte a Lisboa, e tendo a sua fama chegado à corte, foi convidado para confessor de D. [[João VI de Portugal|João VI]] e professor da infanta D. [[Isabel Maria de Bragança]], ganhando tal influência e distinção que recebeu a comenda da [[Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]] e, por decreto de D. [[Bernardo António de Figueiredo]], bispo do Algarve e então [[Ministério dos Negócios Eclesiásticos e de Justiça]], foi a [[26 de Junho]] de [[1825]] proposto 14.º [[bispo de Meliapor]], hoje [[Mylapore]], não tendo entrado na diocese. Foi posteriormente proposto bispo de Angra, dignidade em que foi confirmado por bula do [[papa Leão XII]], datada de [[26 de Janeiro]] de [[1828]], tendo tomado posse da diocese, por procuração, a [[30 de Abril]] de [[1828]].
 
Em Angra, no acto da sua posse, o Cabido presidido pelo deão Dr. [[João José da Cunha Ferraz]], não dispensou três dias de luminárias em sinal de regozijo pela nomeação do novo bispo. O cónego José Augusto Pereira,<ref> José Augusto Pereira, ''A Diocese de Angra na História dos seus Prelados''</ref> afirma que a bula da confirmação trazia a obrigação de instituir na diocese um Seminário, ''conforme as prescrições do [[Concílio Tridentino]] e um Monte-Pio'', objectivos que desde há muito os bispos de Angra prosseguiam sem êxito.
 
D. frei Estêvão de Jesus Maria ainda estava em [[Lisboa]], ao que parece preparando-se para partir para os [[Açores]], quando eclodiu em Angra a revolta liberal de [[22 de Junho]] de [[1828]], em resultado da qual, com o apoio do [[Batalhão de Caçadores n.º 5]], então aquartelado no [[Castelo de São João Baptista do Monte Brasil]], implanta definitivamente o regime liberal na [[Terceira]]. Não o sabemos se por convicção se por ser a isso forçado, o novel bispo de Angra emite a [[7 de Março]] de [[1829]] uma [[s:Anais da Ilha Terceira/IV/IX|pastoral de cariz marcadamente pró-miguelista]], que reforçou a [[8 de Julho]] com um apelo à rebelião contra o regime liberal em que exaltava o governo absolutista. Esta atitude marcou o bispo como aderente ao partido [[miguelista]], colocando-o em oposição às forças dominantes em Angra, situação que marcaria por muitas décadas o seu episcopado.
 
Tendo Angra e Lisboa seguido caminhos diferentes, assumindo-se ambas as cidades como capital de cada um dos partidos em que Portugal se dividiu durante as [[guerras liberais]], o bispo permaneceu naturalmente em Lisboa, sendo considerada ''persona non grata'' na sua diocese. Considerado inimigo dos direitos inauferíveis da rainha D. [[Maria II de Portugal]], mantendo-se refugiado em Lisboa e sofrendo na diocese os maiores insultos.
 
Quando D. [[Pedro IV de Portugal|Pedro de Bragança]] se instalou nos Açores, uma das principais reivindicações dos liberais açorianos era a nomeação de um bispo liberal, que aceitasse as novas regras democráticas entretanto instituídas. NA impossibilidade de nomear um bispo, face ao não reconhecimento do novo regime pela [[Santa Sé]] e à certeza de que seria negada a bula de confirmação, D. Pedro, por carta régia de [[30 de Maio]] de [[1832]], nomeou governador temporal e visitador geral do Bispado, ''por ausência e rebeldia do bispo'', o bacharel [[Bernardo do Canto Machado de Faria e Maia]], prior da [[Igreja de São Sebastião (Ponta Delgada)|Matriz de São Sebastião]] de [[Ponta Delgada]]. Este prior pertencia a uma das mais importantes famílias terratenentes da [[ilha de São Miguel]], sendo a sua nomeação um prémio ao apoio familiar concedido à causa liberal. A nomeação foi deveras controversa, não colhendo a aceitação do Cabido nem da generalidade do clero da [[Terceira]] e das restantes ilhas.
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Face a lei que proibia os tradicionais enterramentos na Sé, foi o primeiro bispo a ser sepultado no cemitério de Nossa Senhora do Livramento, onde lhe foi erigido, por subscrição pública, um [[mausoléu]] para onde transitaram os seus restos mortais. Conta-se que ao passar o enterro no Alto das Covas uma pomba branca pousara sobre o ataúde.
 
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== {{Bibliografia}} ==
* Pereira, José Augusto (cónego), ''A Diocese de Angra na História dos seus Prelados'', União Gráfica Angrense, [[Angra do Heroísmo]], 1950.
 
== {{BibliografiaLigações externas}} ==
*[ {{Link||2=http://www.agencia.ecclesia.pt/diocese/pub/11/noticia.asp?jornalid=11&noticiaid=22068 |3=Nota biográfica de D. Frei Estêvão de Jesus Maria]}}
*Pereira, José Augusto (cónego), ''A Diocese de Angra na História dos seus Prelados'', União Gráfica Angrense, [[Angra do Heroísmo]], 1950.
*[ {{Link||2=http://purl.pt/6789 |3=Retrato (c. 1850) de D. Frei Estêvão de Jesus Maria por António Joaquim de Santa Bárbara]}}
=={{Ligações externas}}==
*[http://www.agencia.ecclesia.pt/diocese/pub/11/noticia.asp?jornalid=11&noticiaid=22068 Nota biográfica de D. Frei Estêvão de Jesus Maria]
*[http://purl.pt/6789 Retrato (c. 1850) de D. Frei Estêvão de Jesus Maria por António Joaquim de Santa Bárbara]
 
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