Diego Gelmires: diferenças entre revisões

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Foi um dos maiores prelados compostelanos: reformou o cabido, concluiu a catedral iniciada em [[1077]] pelo seu antecessor, engrandeceu a diocese com bens e privilégios e conseguiu que esta ficasse isenta de [[Braga]] e fosse elevada a metrópole pela transferência das dioceses sufragâneas de [[Mérida]] para ela (então Mérida ainda era muçulmana).
 
Sua data e lugar de nascimento não se conhecem, mas parece que nasceu em Santiago entre [[1068]] e [[1070]],<ref> p. 43 do livro de BIGGS, Gordon. ''Diego Gelmírez''</ref> embora a tradição situe seu lugar de nascimento em [[Catoira]], possivelmente porque seu pai, [[Gelmírio]], era o custódio das [[torres do Oeste]]. Educou-se na [[Escola Catedralicia de Compostela]] e depois na corte de [[Afonso VI]]. De volta a Compostela trabalhou na chancelaria do bispo [[Diego Páez]]. Em [[1092]], o conde [[Raimundo de Borgonha]] nomeou-o seu notário e secretário e, em [[1093]], administrador de ''honra'' da sé compostelana, cargo que exerceu com acerto até que foi eleito bispo [[Dalmácio]] em [[1094]]. À morte deste, em [[1095]], o clero solicitou ao rei que Gelmírez voltasse ao posto de administrador, coisa que fez enquanto a sé esteve vacante. Em [[1099]] o novo papa [[Pascoal II]] autorizou a eleição de um novo bispo. Deste jeito, no tempo em que Gelmírez estava em peregrinação para Roma e foi ordenado diácono pelo próprio Papa, foi também eleito bispo a [[1 de Julho]] de [[1100]]. A consagração teve lugar em [[21 de Abril]] de [[1101]].
 
=== [[Roma]] e Santiago= ==
Superados os receios da auto-proclamação de Santiago como [[Sé Apostólica]] na época de [[Crescônio]], Gelmírez alcança um fecundo entendimento com Roma. Para isso desprega um trabalho diplomático sem precedentes que inclui sua viagem pessoal ao centro da cristandade ocidental.
 
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Ao mesmo tempo, o Papa nomeia-o ''[[Legado Pontifício]]'' para os Reinos de [[Leão]] e Galiza (incluídas as terras portuguesas), em virtude do qual convoca sínodos e concílios de enorme repercussão política e religiosa.
 
A rivalidade com Braga, pela supremacia do espaço eclesiástico galaico-português, levou-o a cometer o latrocínio de importantes relíquias entesouradas na Sede de Braga, de acordo com o relato da [[História Compostelana]]. Nomeadamente, organizou o roubo das [[relíquia]]s dos santos mais venerados em [[Braga]], possivelmente com o fim de eliminar esta cidade como centro de peregrinação que o bispo Pedro aí pretendera criar, e transferir para Compostela a supremacia eclesiástica sobre a antiga província da [[Galécia]].
 
Gelmírez convocou e presidiu em [[1124]] uma reunião dos bispos dos territórios cristãos peninsulares para tratar de superar as dificuldades que atravessava o reino através da predicação da paz e a aplicação da trégua de Deus, e estabelecendo uma paridade nos benefícios que obteria um morto na luta contra os ''"violadores da paz"'' (mouros), a remissão dos pecados, a imagem dos mortos na viagem a [[Jerusalém]], as [[Cruzadas]]. Este jeito de entender a separação com os ''"infiéis ismaelitas"'' e comum em toda [[Europa]] e estabelece uma fronteira religiosa entre os reinos cristãos, dos quais vários formam o Reino da Espanha (seguindo a História Compostelana) e os mais reinos europeus.
 
=== Defesa de [[Afonso VII]] ===
Após o encarceramento do rei [[Garcia da Galiza]], [[Afonso VI]] de Leão cedeu o [[Reino da Galiza]] ao conde [[Raimundo de Borgonha]], casado com a sua filha [[Urraca de Leão e Castela|Urraca]]. Filho de ambos era Afonso Raimúndez a quem o testamento do rei garantia os direitos sobre Galiza caso de que Urraca, já viúva, voltara a casar. Não deve esquecer-se que Afonso Raimúndez era sobrinho do Papa [[Calisto II]].
 
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Após sua coroação, Afonso VII nomeou Gelmírez capelão e chanceler reais, e continuou solicitando o apóio econômico e político do arcebispo compostelano para seu projeto imperial.
 
=== Reorganização do Senhorio das Terras de Santiago ===
[[Ficheiro:Santiago GDFL050914 036.jpg|thumb|250px|rightdireita|Arco do paço pertencente ao conhecido como Paço de Gelmírez, em que pese a serem posteriores a ele, possivelmente de tempos de [[Xoán Arias]], e que unem várias estâncias do mesmo permitindo o passo por baixo deles.]]
O Senhorio de Santiago abrangia as terras entre os montes do [[Bocelo]] e as costas Atlânticas, um espaço de poder autônomo sob a soberania prelados de Compostela.
 
As disputas entre seu antecessor [[Diego Páez]] e Afonso VI, geraram um vazio de poder que Gelmírez acometeu com acerto.
 
Favoreceu as peregrinações com o apóio pleno de Roma e a [[Ordem de Cluny]]. Reativou o [[comércio]] por meio de cunhar moeda própria tal como fizera [[Diego Páez]]. Assim mesmo, deu um empurrão à expansão urbana (Rua Nova) e aplicou [[justiça]] com energia.
 
Construiu e organizou uma frota galega para a defesa das costas dos ataques [[normandos]] o que manteve na linha às [[vikings|invasões vikings]] que desapareceram para sempre das costas galegas.
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{{ref-sectionReferências|Referências e Notas}}
 
== {{Bibliografia}} ==
{{ref-livro
| autor= BIGGS, Gordon
| título= Diego Gelmírez
| ano=1983