Eduardo Blanco Amor: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
nova página: '''Eduardo Modesto Blanco Amor''' nasceu em Ourense em 14 de setembro de 1987 e morreu em Vigo em 1 de dezembro de 1979. Foi um escritor e jor...
(Sem diferenças)

Revisão das 20h47min de 19 de abril de 2010

Eduardo Modesto Blanco Amor nasceu em Ourense em 14 de setembro de 1987 e morreu em Vigo em 1 de dezembro de 1979. Foi um escritor e jornalista galego.

Biografia

Eduardo Blanco Amor não recebeu qualquer educação formal e formou-se lendo jornais por conta própria. Em 1915, com dezassete anos, começa a trabalhar como secretário de direção no jornal ‘’El Diario de Orense’’. Durante esta época freqüentou as conversas do intelectual nacionalista Vicente Risco, de quem foi aluno na Escola Normal e de quem iria adquirir uma profunda influência na sua posterior defesa e promoção da cultura galega.

Em 1919 emigra a Buenos Aires, onde contata com os intelectuais galegos da diáspora, tomando parte ativa na Federação de Sociedades Galegas, fundada em 1921 com a vontade de aglutinar todos a emigração galega. Chegará a ser diretor do seu órgão de expressão ‘’El despertar gallego’’. A sua participação na vida cultural da coletividade galega resultará, desde esse momento, fulcral. Em 1923 funda com Ramón Isla Couto a revista ‘’Terra’’ em língua galega, e desde 1924, estabelece uma relação profunda com Ramón Suárez Picallo, que terá um papel fundamental na organização do nacionalismo galego no exílio. Participa e dirige também a revista galega no exílio, ‘’[[Céltiga]’’. Como resultado da sua atividade na comunidade galega, em 1926 entra a fazer parte do jornal argentino ‘’La Nación’’, onde conhece escritores argentinos como Leopoldo Lugones, Horacio Quiroga, Jorge Luis Borges, Ernesto Sabato ou Eduardo Mallea. Também colabora noutros jornais como ‘’El Corrego de Galicia’’ ou a ‘’Revista de la Casa de Galicia’’.

Em 1927 publica a sua primeira obra poética, intitulada ‘’Os Nonnatos’’. Ao ano seguinte publica ‘’Romances Gallegos’’ numa órbita estética modernista com forte influência dos romances castelhanos e da obra do galego Luís Amado Carballo. Em 1928 regressa à Galiza como correspondente do jornal ‘’La Nación’’. É então quando conhece e trata Afonso Daniel Rodríguez Castelão e outros intelectuais do Partido Galeguista e da Geração Nós e escreve o ‘’Poema em quatro tempos’’ que publicará posteriormente na Argentina em 1931. Fruto dessa estadia e dos contatos com a Geração Nós publicará na revista Nós vários poemas e três capítulos do seu romance inconcluso ‘’A escada de Jacob’’.

Em 1933, de novo como correspondente de La Nación, instala-se em Madrid e conhece Federico Garcia Lorca, com quem estabelece uma profunda amizade ao ponto de que Lorca publicará ‘’Seis poemas galegos’’ em 1935 – a única obra do autor escrita em galego-português e a única não escrita em castelhano. Em 1935 regressa à Argentina.

Desde lá, defenderá a legalidade republicana contra a sublevação de Francisco Franco em diversos artigos e colaborações. Nos seguintes vinte anos utiliza apenas o castelhano como língua de escrita de obras como Los miedos’’ (1936) ou La catedral y el niño’’(1948). Em 1956 recupera o uso da língua galega com ‘’Cancioneiro’’ e em 1959 com ‘’A Esmorga’’, obra que se considera um fito extraordinário na renovação do conjunto da narrativa galega ao abandonar o costumbrismo próprio da literatura espanhola e por influência, da galega. O romance localiza-se em Áuria (transposição literária de Ourense), e refere a história de três personagens marginais no cenário de uma capital na Galiza eminentemente rural da época.

Em Buenos Aires fundou e dirigiu o Teatro Popular Galego, que pus em cena obras de Lugris Freire, do próprio Blanco Amor e doutros autores galegos. Também foi diretor da revista Galicia, publicada pola Federação de Sociedades Galegas da Argentina. + Mais uma vez, regressou à Galiza em 1965, onde publicou o livro de relatos ‘’Os biosbardos’’ que terá também uma forte repercussão na literatura galega. Embora ser apartado pola cultura oficial franquista, a última etapa de Blanco Amor é muito produtiva: em 1970 publica uma nova edição de ‘’A Esmorga’’ e em 1972 o longo romance ‘’Gente ao longe’’, em que retrata mais uma vez a sociedade urbana através de uma família de classe operária de Ourense no início do s. XX. Nos últimos anos deu maior importância ao género teatral, com obras como ‘’Farsas para títeres’’ (1973) e ‘’Teatro prá a gente’’ (1975).

Blanco Torres morreu em Vigo em 1979. Alguns críticos literários toparam na sua obra a presença de traços próprios do autor galego em língua castelhana Ramón María del Valle-Inclán e do português Eça de Queirós.

Obra em galego

  • Os Nonnatos (narrativa, 1927)
  • Romances galegos (poesia, 1928)
  • Poema em quatro tempos (poesia, 1931)
  • A escada de Jacob (narrativa, inconclusa)
  • Cantos à Galiza encadeada (poesia, 1946)
  • Cancioneiro (poesia, 1956)
  • A esmorga (romance, 1959)
  • Os biosbardos (relatos, 1962)
  • Gente ao longe (narrativa, 1972).
  • Farsas para títeres (teatro, 1973)
  • Teatro pra a gente (teatro, 1974)
  • Poemas galegos (poesia, 1980)
  • Processo em Jacobusland (Fantasia judicial em nenhures) (teatro, 1980)
  • Castelao escritor (ensaio 1986)

Obra em castelhano

  • Horizonte evadido (poesia, 1936)
  • En soledad amena (poesia, 1941)
  • La catedral y el niño (narrativa, 1948)
  • Chile a la vista (ensaio, 1950)
  • Las buenas maneras (ensaio, 1963)
  • Los miedos (novela, 1963)

Outros artigos

Ligações externas

Precedido por
Fermín Bouza-Brey
Dia das Letras Galegas
1993
Eduardo Blanco Amor
Sucedido por
Luís Seoane