Cão Danado: diferenças entre revisões

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| título-pt = {{semtitpt}}{{PORb}} Cão Danado
| título-br = {{BRAb}} Cão Danado
| imagem = [[ImagemFicheiro:Nora inu poster.jpg|180px]]
| legendas =
| ano = [[1949]]
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| direção = [[Akira Kurosawa]]
| roteiro = [[Ryuzo Kikushima]]<br />Akira Kurosawa
| elenco = [[Toshiro Mifune]]<BRbr />[[Takashi Shimura]]
| género = [[filme policial|policial]]
| código-IMDB = 0041699
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É um filme em [[preto e branco]], com ''aspect ratio'' de 1.37:1 e gravado em [[35 mm]]. Ganhou os [[prêmio]]s de melhor [[ator]] ([[Takashi Shimura]]), melhor [[montagem]] ([[Fumio Hayasaka]]), melhor [[fotografia]] ([[Asakazu Nakai]]) e melhor [[Diretor de arte|direção de arte]] ([[So Matsuyama]]), em [[1950]], no [[Mainichi Eiga Concours]].
 
== Sinopse ==
{{Revelações sobre o enredo}}
: ''"Nora Inu é, na minha opinião, a primeira obra prima de Kurosawa. e é essa a excitação que você sente quando você assiste o filme hoje: é a excitação de ver um grande cineasta vindo da época."
: — [[Terrence Rafferty]]
 
=== O roubo da arma e a perseguição ===
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-63728.png|thumb|200px|left|A suspeita dá detalhes sobre pistas ao detetive Murakami, após um dia inteiro de perseguição.]]
O filme começa com o recruta Murakami, da sessão de [[Homicídio]]s, interpretado por Toshirō Mifune, se desculpando com seus superiores por ter sua [[arma]] roubada em um [[ônibus]] lotado. O recruta alega que todas as sete balas estavam na arma, uma [[pistola]] [[Colt]]. A partir de então, ocorre um ''[[Analepse|flashback]]'', mostrando inicialmente o momento em que Murakami praticava o [[Tiro desportivo|tiro ao alvo]] em seu quartel general.
 
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Em uma nova busca, ele encontra o registro da mulher, cujo tenente no encargo de seu caso identifica como sendo Ogin, uma ladra de [[dinheiro]] conhecida pelo inspetor. Ambos fazem uma visita à mulher, que se nega a colaborar. O recruta Murakami, então, passa a persegui-la por toda a cidade, até que ela finalmente desiste e resolve contar a ele o que se passa. Ela diz que sua arma está agora nas mãos de traficantes, que lidam com compra, venda, e aluguel, descarregando as [[Munição|bala]]s. No entanto, ela não dá maiores detalhes, e o recruta então sai pelas ruas da cidade à procura de pistas, encarando toda sorte de contratempos. Acaba por encontrar um sujeito que o oferece armas para compra, mandando-o visitar um [[bar]] local e falar com uma senhorita com uma [[flor]] [[Branco|branca]] no [[cabelo]]. Este faz conforme indicado pelo sujeito e ela, após solicitar o cartão de alimentação dele, mostra-lhe a arma. O policial tenta agarrar a arma e então aborda a mulher, apesar de sua resistência e tentativa de fuga, recupera a arma e a leva sob custódia.
 
=== Honda ===
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-68164.png|thumb|250px|right|Murakami interroga a mulher do bar em busca de detalhes sobre sua colt roubada. Posteriormente, junto do detetive Sato, obtém pistas que levam até Honda.]]
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-72334.png|thumb|250px|right|Honda, que foi rendido pelos detetives, dá acesso ao cartão de identificação do portador da arma, identificado como Shinjiro Yuna.]]
Murakami descobre que a arma em posse da mulher não era a sua Colt; ela é interrogada e declara que emprestou a arma do recruta a alguém no dia anterior, e que iria pegá-lo devolta no momento em que foi abordada pelo policial. Diz ainda que o sujeito lendo [[jornal]] atrás dela no bar era [[olheiro]] do grupo com quem ela trabalhava, e que ela não estava com o cartão de alimentação do sujeito, que foi passado para o seu olheiro. Voltando ao quartel general, o recruta Murakami descobre que uma pessoa foi ferida no [[cotovelo]] por uma bala disparada de uma Colt, teve uma quantia considerável de dinheiro roubada e que trabalhará por três meses recebendo apenas metade do salário.
 
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Murakami relata à Sato que verificou na noite anterior à apreensão da mulher não havia ocorrido assaltos à mão armada, o que o levaria a crer que Honda emprestou a arma, pensou duas vezes e resolveu devolvê-la, mas notou que algo errado estava acontecendo naquela noite, e então praticou o delito. Após localizarem Honda no [[estádio]], os detetives traçam um plano para chamá-lo através do sistema de [[Altifalante|auto-falantes]] para comparecer ao portão principal, onde encontraria um suposto parceiro. O plano funciona e a dupla consegue capturart Honda com sucesso.
 
=== A caçada às pistas da Colt de Murakami ===
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-76508.png|thumb|250px|left|Namiki é interrogada pelos policiais pela primeira vez no clube onde trabalha, sem fornecer detalhes valiosos para ajudar nas investigações.]]
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-80433.png|thumb|250px|left|O recruta Murakami se impressiona com o número de citações de seu colega Sato, em visita à sua casa.]]
 
Em posse do cartão de alimentação do portador da colt, os detetives descobrem que o nome do elemento em questão é Shinjiro Yusa. Fazem uma visita à casa de sua irmã, que os faz revelações sobre o irmão: descreve-o como um sujeito bom, mas que ficou rancoroso devido a um roubo do qual foi vítima na volta para casa após servir na [[guerra]]. Ela diz que culpa as más amizades de Shinjiro, sendo um sujeito chamado de "Sei san", que fez o [[exército]] junto com Yusa, o principal responsável. Os investigadores pedem ainda para dar uma olhada nos pertences e no quarto de Yusa, e encontram uma nota depressiva nos aposentos deste. A irmã relata que da última vez que o viu ele estava sentado no escuro, segurando a cabeça, chorando, o que a assustou bastante; Murakami e Sato encontram ainda o nome do Hotel Sakura, o que faz com que a irmã se lembre de que Yusa costumava mencionar que o amigo Sei san trabalhava lá.
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Após um longo dia de trabalho, Sato leva Murakami até a sua casa, onde ambos se confraternizam. Murakami fica impressionado com as numerosas citações de honra e coragem que Sato possui penduradas na parede. Ambos discutem e no meio da conversa surge o assunto sobre as péssimas condições em que encontrava o dormitório de Yuna, o que evoca uma série de questionamentos sociais: Murakami demonstra uma certa pena e compaixão para com Shinjiro Yuna; Já Sato o vê apenas como um sujeito ruim, incapaz de se tornar bom, e alerta Murakami de que se ele continuar pensando daquela forma não adiquirirá qualquer lugar como policial. Murakami revela que quando voltava de [[trem]] também teve seus pertences roubados e que, a despeito de todo o rancor que sentiu, decidiu que seria melhor arrumar um emprego e se reestruturar. Sato declara que Murakami e Yusa formam dois tipos de pessoas diferentes, e dá a entender que Murakami tomou a escolha certa. O detetive se despede a comtemplar os filhos de Sato dormindo, o que evoca uma sensação de felicidade pelo fim da guerra, tema recorrente durante a prosa entre os colegas de trabalho.
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=== A aproximação de Harumi e o episódio do Hotel Yayoi ===
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-86671.png|thumb|250px|right|O detetive Sato liga ao recruta Murakami do hotel onde Yuna está hospedado. O episódio do tiroteio no Hotel consegue ser escutado por Murakami ao telefone.]]
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-87256.png|thumb|250px|right|O detetive Sato, interpretado por Takashi Shimura, agoniza no chão após ser baleado por Yuna.]]
No dia seguinte, os detetives recebem o relatório de um assalto à mão armada, que acabou com a trágica morte de uma senhora. O marido se desespera e dá cabo da [[horta]] de [[tomate]]s que a esposa havia plantado antes que ele saísse de viagem, dizendo que não fazia mais sentido aquilo estar ali, já que ela estava morta. Murakami se aflige novamente com a idéia de que poderia ter sido sua Colt a responsável pela morte da senhora, idéia que posteriormente vem a se confirmar. Sato aconselha Murakami a se esforçar para evitar novas ações de Shinjiro Yusa — a quem ele define como um assassino à [[sangue]] frio. Ambos os detetives vão novamente atrás de Harumi Namiki, pois vêem uma forte ligação afetiva entre ela e o fugitivo. Encontram-na em sua casa, junto da mãe. Harumi se nega a colaborar novamente, a despeito de todos os esforços da mãe. Os investigadores observam uma caixa de fósforos e perguntam se é de Yusa, fato que é confirmado pela mãe, que diz que eles têm recebido visitas constantes de Shinjiro.
 
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Nesse momento Harumi demonstra toda sua rebeldia diante do desconserto do mundo, alegando que os pertences de Yusa haviam sido roubados e que, portanto, ele fazia bem em utilizar dos meios que utilizava para obter o que queria. O investigador Murakami intervém e diz que também teve seus pertences roubados. O detetive interpretado por Mifune também perde a compostura, nesse momento, e compele Harumi a usar o vestido que havia ganho de presente de Yusa. Concomitantemente, o inspetor Sato visita o endereço do hotel que o táxi o tinha fornecido, mas novamente não encotnra Yusa. O responsável pelo hotel afirma que Yusa saiu com uma gueixa chamada Kintaro, e novamente o inspetor Sato tenta alcançar Yusa através da gueixa. Chega a outro hotel, indicado pela gueixa, e dessa vez encontra Shinjiro no quarto. Avisa aos donos do hotel para trancar as entradas e não dizer que haviam policiais no prédio. Nesse momento, Sato dirige-se a um telefone e liga para Murakami. Yusa toma ciência de que há policiais no prédio e tenta escapar. Quando Sato o persegue logo após entrar em contato com Seu parceiro, é baleado, e os estrondos dos tiros são escutados pelo telefone e Murakami, se desespera.
 
=== A caçada ao criminoso Shinjiro Yusa ===
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-88936.png|250px|left|thumb|No clímax do filme, após uma perseguição, Yusa dispara contra Murakami, acertando-lhe o braço. Erra os dois disparos restantes e é finalmente capturado.]]
[[ImagemFicheiro:Vlcsnap-90390.png|250px|left|thumb|Em uma das cenas finais da película, o assassino chora de arrependimento, e é observado com compreensão pelo detetive Murakami.]]
A cena que se segue mostra o recruta Murakami saindo do quarto de Sato. Após doar sangue para seu companheiro, Murakami se mostra resignado e acabado. Desespera-se à porta do quarto de Sato, tendo que ser retirado aos berros pelos seus colegas de investigação. após se acalmar, Murakami recebe a visita de Namiki Harumi, que resolve colaborar com as investigações e contar um evento importante que está por acontecer: Harumi irá se encontrar com Yusa às 6:00 da manhã. Murakami adianta-se e toma o seu lugar, evitando que ela vá consigo, porque Yusa ainda está armado e é perigoso.
 
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Então o bandido corre e Murakami sai atrás dele em uma louca perseguição. Após quase conseguir agarrar o bandido, o recruta vê-se diante de uma situação perigosa: Yusa estava armado, conforme previsto, e apontando sua própria Colt para Murakami. Este é atingido no braço por um tiro, mas Yusa, trêmulo e assustado, erra os dois outros tiros restantes, o que dá oportunidade para Murakami agarrá-lo e algemá-lo. Então Yusa chora de desespero, provavelmente de arrependimento de suas atitudes. Desta cena pulamos para a conversa final entre Murakami e Sato no hospital, onde Sato relata que o recruta recebeu sua primeira citação com a captura de Yusa. Este, por sua vez, declara que não consegue tirar a imagem de Yusa da cabeça, mas Sato o aconselha a esquecer Yusa porque, apesar de este ter tido uma vida difícil, escolheu traçar os próprios caminhos, caminhos errados e que fizeram pessoas inocentes sofrer, pessoas como as que estavam por debaixo dos telhados observados pela janela daquele quarto de hospital.
 
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== {{Ligações externas}} ==
{{commonscat|Stray Dog}}
* {{link|en|2=http://www.archive.org/details/Nora_inu|3=''Filme completo para download''}} com legendas embutidas em [[Língua inglesa|inglês]].
Linha 80:
* {{link|en|2=http://imagesjournal.com/2004/reviews/straydog/|3=''Resenha do DVD''}} por [[Gary Morris]].
* {{link|ja|2=http://www.jmdb.ne.jp/1949/by001430.htm|3=''野良犬 Nora inu''}} no [[Japanese Movie Database]].
 
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{{Akira Kurosawa}}