Fulque de Jerusalém: diferenças entre revisões

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|nome = Fulque
|título = [[Reino Latino de Jerusalém|Rei de Jerusalém]]
|imagem = [[ImagemFicheiro:Melisende and Fulk of Jerusalem.jpg|200px|]]
|legenda = [[Casamento]] de Fulque V de Anjou com [[Melisende de Jerusalém]] ([[miniatura]] da ''História da Conquista de Jerusalém'' de [[Guilherme de Tiro]])
|reinado = [[1131]] - [[1143]] (''com [[Melisende de Jerusalém|Melisende]]'')
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'''Fulque de Jerusalém''' ou '''Fulque V de Anjou''', [[cognome|cognominado]] ''o Jovem'' ([[Angers]], [[1089]]/[[1092]] - [[São João de Acre]], [[13 de Novembro]] de [[1143]]) foi [[Condes e Duques de Anjou|conde de Anjou e Tours]] de [[1109]] a [[1129]], [[Condado de Maine|conde de Maine]] de [[1110]] a [[1126]] e [[Reino Latino de Jerusalém|rei de Jerusalém]] de [[1131]] a [[1143]], reinando juntamente com a sua segunda esposa, [[Melisende de Jerusalém]].
 
== Conde de Anjou, Tours e Maine ==
Fulque nasceu entre [[1089]] e [[1092]], filho do [[conde]] [[Fulque IV de Anjou]] com [[Bertranda de Monforte]]. Em [[1092]] a sua mãe abandonou o marido para se casar em [[bigamia]] com o rei [[Filipe I de França]].
 
Antes de se casar com Bertranda, Fulque IV tivera vários [[casamento]]s. De um deles nascera [[Godofredo IV de Anjou]], que se [[rebelião|rebelou]] contra o pai em [[1098]]. Fulque V apoiou o pai até à morte do seu meio-irmão em [[1106]] e, quando Fulque IV morreu, em [[1109]], ''o Jovem'' tornou-se [[Condes e Duques de Anjou|conde de Anjou e Tours]], com cerca de 20 anos de idade.
 
[[ImagemFicheiro:France à la fin du Xe siècle.jpeg|thumb|left|250px|[[Mapa político]] dos territórios [[vassalo]]s da [[França]] no final do [[século X]], basicamente os mesmos na época de Fulque V de Anjou]]
 
Enquanto conde de Anjou, esteve principalmente ocupado a dominar os seus [[vassalo]]s mais turbulentos, particularmente os de [[Amboise]], tendo conquistado e mandado destruir vários [[castelo]]s dos [[Nobreza|nobrenobres]]s que mais ameaçavam o seu poder.
 
Pouco depois de herdar o condado, casou-se com [[Ermengarda de Maine|Ermengarda]], filha e herdeira de [[Elias I de Maine|Elias I]], [[condado de Maine|conde de Maine]]. Este casamento provocou a união definitiva dos territórios de Maine e [[Anjou (província)|Anjou]], mas obrigou Fulque a adoptar uma [[política]] evasiva entre [[Henrique I da Inglaterra|Henrique I]], [[Lista de monarcas britânicos|rei da Inglaterra]] e [[duque da Normandia]], e [[Luís VI de França|Luís VI ''o Gordo'']], [[Lista de reis de França|rei de França]]. No decurso destas mudanças de alianças, em [[1113]] casou a sua filha Alice (ou Isabel, Matilde) ([[1107]]-[[1154]]) com [[Guilherme Adelin|Guilherme Ætheling]], filho de Henrique I.
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Mas em [[1124]] alterou as suas alianças. Anulou o casamento de Sibila e, em [[1128]], casou o seu filho [[Godofredo V de Anjou|Godofredo V Plantageneta]] com [[Matilde de Inglaterra]], filha de Henrique I da Inglaterra e viúva de Henrique V da Germânia. Este casamento seria a origem da [[dinastia plantageneta]] da [[Inglaterra]].
 
== Rei de Jerusalém ==
=== Subida ao trono ===
Depois de enviuvar no ano anterior, em [[1127]] Fulque recebeu uma embaixada do rei [[Balduíno II de Jerusalém]], que não tinha herdeiros varões, e por isso designara a sua filha [[Melisende de Jerusalém|Melisende]] para a sucessão. Balduíno também julgava necessário casar a filha com um aliado poderoso, capaz de proteger e salvaguardar a sua herança e dos seus descendentes. A sua verdadeira intenção teria sido prover a filha com um simples consorte, não com um rei consorte reinante.
 
O [[Condes e Duques de Anjou|conde de Anjou, Tours e Maine]] parecia uma boa escolha: viúvo, um [[nobre]] poderoso e abastado, [[Cruzada|cruzado]] e comandante militar de renome. A sua experiência em batalhas seria de grande valor em um estado fronteiriço em constante guerra. Mas durante as negociações, Fulque insistiu no governo conjunto do reino com a sua esposa. Balduíno II acabou por ceder a estas condições uma vez que o [[Condes e Duques de Anjou|angevino]] tinha o dinheiro e o exército necessários para a defesa de Jerusalém.
 
[[ImagemFicheiro:Asia menor 1140.jpg|thumb|300px|O [[Reino Latino de Jerusalém]] e os outros [[estados cruzados]] em [[1140]], durante o reinado de Fulque]]
 
Fulque abdicou do governo do condado para o seu filho [[Godofredo V de Anjou|Godofredo V Plantageneta]] e partiu novamente para a [[Terra Santa]], onde se casou com Melisende a [[2 de Junho]] de [[1129]]. Com o nascimento em [[1130]] de [[Balduíno III de Jerusalém|Balduíno III]], o filho herdeiro deste [[casamento]], Balduíno II pretendeu reforçar a posição de Melisende como única monarca soberana de Jerusalém. Para isso, designou a filha como guardiã do seu jovem filho, excluindo o angevino desta posição de poder. Apesar disso, depois da morte do rei Balduíno II em [[1131]], Melisende e Fulque subiram ao trono, ambos como governantes.
 
=== Conflito com Melisende ===
Desde o início do seu reinado, Fulque tentou assumir sozinho o controlo do reino. Apoiado pelos seus [[cavalaria medieval|cavaleiros]], afastou Melisende da capacidade de conceder [[título nobiliárquico|títulos]] e outras formas de patronagem, e contestava publicamente a sua autoridade. Este tratamento para com a rainha irritou os membros da ''Haute Cour'', um tipo de [[conselho]] que compreendia a [[nobreza]] e o [[clero]] do reino, cujas próprias posições de poder ficavam em risco se o rei continuasse ganhar domínio sobre Jerusalém.
 
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[[Alice de Jerusalém]], a irmã de Melisende exilada do seu [[Principado de Antioquia]] pelo pai, voltara a tomar o controlo do estado depois da morte de Balduíno. Aliou-se a [[Pôncio de Trípoli]] e [[Joscelino II de Edessa]] para impedir que o novo rei de Jerusalém marchasse para norte em [[1132]]. Fulque e Pôncio enfrentaram-se na breve [[batalha de Rugia]], perdida por [[Condado de Trípoli|Trípoli]], e quando acabaram por [[tratado de paz|acordar uma paz]], Alice foi mais uma vez exilada.
 
[[ImagemFicheiro:Melisende of Jerusalem.jpg|frame|left|[[Iluminura]] com a representação de [[Melisende de Jerusalém]]]]
 
Em Jerusalém, a segunda geração de descendentes dos [[cristãos]] da [[Primeira Cruzada]] formava um partido afecto a Melisende, encabeçado pelo o [[conde]] [[Hugo II de Puiset]] e [[Jaffa]], primo da rainha. Hugo era o [[barão]] mais poderoso do reino, e devotadamente leal à memória de [[Balduíno II de Jerusalém|Balduíno II]]. Esta [[lealdade]] fôra extensiva à filha deste, sua prima, apesar de Hugo, se se levasse em conta a estrita [[sucessão varonil]], ter uma pretensão mais válida ao trono.
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Num verdadeiro golpe palaciano, os apoiantes da rainha derrubaram Fulque, e desde [[1135]] que a sua influência se deteriorou rapidamente. Os apoiantes do rei «''fugiram [do palácio] aterrorizados pelas suas vidas''».<ref name="Hamilton">''Women in the Crusader States: The Queens of Jerusalem'', Bernard Hamilton, ''Medieval Women'', ed. Derek Baker, Ecclesiastical History Society, 1978</ref> Melisende vencera e o seu controlo sobre o governo do reino era inquestionável. Fulque «''não tentou tomar a iniciativa, mesmo em assuntos triviais, sem o conhecimento [de Melisende]''».<ref name="GuilhermeTiro">''Historia'', [[crónica]] de [[Guilherme de Tiro]]</ref> O casal real reconciliou-se em [[1136]], e assim nasceu um segundo filho, [[Amalrico I de Jerusalém|Amalrico]], que sucederia ao irmão no [[Reino Latino de Jerusalém|trono de Jerusalém]].
 
=== Política externa ===
A [[fronteira]] [[norte]] de Jerusalém era uma das principais preocupações do reino. Fulque fora nomeado [[regente]] do [[Principado de Antioquia]] por [[Balduíno II de Jerusalém|Balduíno II]], e nessa capacidade organizou o [[casamento]] de [[Raimundo de Poitiers]] com a [[princesa]] [[Constança de Antioquia]], filha de [[Boemundo II de Antioquia|Boemundo II]] com [[Alice de Jerusalém|Alice]], e portanto sobrinha de Melisende.
 
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Em resposta, em [[1137]] Zengi acordou uma paz com Damasco e [[cerco]]u a [[fortaleza (arquitetura militar)|fortaleza]] [[cruzada]] de Baarin, obtendo uma vitória decisiva. Cercado na [[cidadela]], Fulque negociou a sua rendição: recebeu permissão para sair da região com os sobreviventes do seu exército em troca de um resgate de 50.000 [[dinar]]es. Pouco depois de abandonar a cidade encontraria um grande contingente de reforços e arrepender-se-ia de não ter resistido um pouco mais.
 
[[ImagemFicheiro:Zengid Dynasty 1127 - 1250 (AD).PNG|thumb|left|400px|[[Mapa]] do mundo [[muçulmano]] [[medieval]]. A [[vermelho]], os territórios do [[império]] da [[dinastia]] dos zengídias ([[1127]]-[[1250]]), fundada por [[Zengi]]]]
 
Fulque conquistou a fortaleza de [[Banias]] (ou [[Cesaréia de Filipe|Cesareia de Filipe]]), a norte do [[Mar da Galileia]], assim garantido a segurança da fronteira norte. A [[sul]], o seu [[mordomo]] Paganus construiu o [[castelo]] de [[Kerak]] a sul do [[Mar Morto]], ajudando a criar um acesso dos [[cristãos]] ao [[Mar Vermelho]]. Também ordenou a construção de [[Blanche Garde]], [[Ibelin]] e outras fortalezas a [[sudoeste]] para dominar os territórios de [[Ascalon]]. Esta cidade era uma base a partir da qual os [[fatímidas]] do [[Egipto]] lançavam incursões frequentes ao [[Reino Latino de Jerusalém]], e assim o objectivo era neutralizar esta ameaça.
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Já o [[cronista]] [[árabe]] [[Ibn al-Qalanisi]], que o chamava de ''al-Kund Anjur'', uma [[corruptela]] de "[[Conde de Anjou]]" pela [[língua árabe]], escreveu que «''ele não tinha bom julgamento nem era bem sucedido na sua administração.''» De facto, Zengi continuou a dominar as regiões da Síria e do norte do [[Iraque]], o que culminou na reconquista muçulmana do [[Condado de Edessa]] em [[1144]], o que despoletaria a proclamação da [[Segunda Cruzada]] pelo ocidente.
 
== Falecimento e descendência ==
[[ImagemFicheiro:FoulquesofAnjou-death.jpg|thumb|right|220px|Morte de Fulque de Jerusalém - ''Historia'' de [[Guilherme de Tiro]] e continuação, manuscrito do [[século XIII]] de [[São João de Acre]] ([[Biblioteca Nacional de França]])]]
 
Em [[1143]], quando o casal real se encontrava em [[São João de Acre]], Fulque morreu em um acidente de [[caça]]. No dia [[10 de Novembro]] o seu [[cavalo]] tropeçou e caíu. O [[crânio]] do rei foi esmagado pela [[sela]], «''e os seus miolos espirraram por ambas as orelhas e narinas''».<ref name="GuilhermeTiro" /> Foi levado para Acre, onde ficou inconsciente por três dias até morrer, tendo sido sepultado na [[Igreja do Santo Sepulcro]] em Jerusalém. Apesar dos conflitos do seu casamento, Melisende pôs [[luto]] em público e em privado.
 
Em [[1110]], Fulque casara-se com [[Ermengarda de Maine]], filha de [[Elias I de Maine]]. Do [[matrimónio]] nasceram:
* Alice (ou Isabel, Matilde) ([[1107]]-[[1154]]), casada com [[Guilherme Adelin|Guilherme Ætheling]] e, depois da morte deste, [[freira]] e [[abadessa]] [[Abadia de Fontevraud|em Fontevrault]]
* [[Sibila de Anjou]] ([[1112]]-[[1165]]), casada em [[1123]] com [[Guilherme Clito]], e depois da separação deste em [[1124]], casou-se em segundas núpcias em [[1134]] com [[Thierry da Alsácia|Teodorico da Flandres]]
* [[Godofredo V de Anjou|Godofredo V Plantageneta]] ([[1113]]-[[1151]]), seu sucessor nos [[Condes e Duques de Anjou|condados de Anjou]] [[Condado de Maine|e Maine]]
* [[Elias II de Maine]] (m.[[1151]]), sucessor do irmão no condado de Maine
 
Enviuvado em [[1126]], Fulque casara-se em segundas núpcias, a [[2 de Junho]] de [[1129]], com [[Melisende de Jerusalém]], filha de [[Balduíno II de Jerusalém]] com [[Morfia de Melitene]]. Do matrimónio nasceram:
* [[Balduíno III de Jerusalém]] ([[1131]]-[[1163]]), seu sucessor no [[Reino Latino de Jerusalém]]
* [[Amalrico I de Jerusalém]] ([[1136]]-[[1174]]), sucessor do irmão na [[Terra Santa]]
 
== Referências ==
=== Notas ===
<references/>
 
=== {{Bibliografia}} ===
* Crónicas de [[Orderic Vitalis]]
* Crónicas de Robert de Torigny
* ''Queen of Swords'', Judith Tarr, Tom Doherty LLC., 1997 ([[ficção]] [[história|histórica]])
* ''Medieval Women'', ed. Derek Baker, The Ecclesiastical History Society, 1978
* ''The Dream and the Tomb'', Robert Payne, 1984
* ''The Damascus Chronicle of Crusades'', tradução para o [[língua inglesa|inglês]] de H.A.R. Gibb, 1932.
* ''Women, Crusading and the Holy Land in Historical Narrative'', Natasha Hodgson, Woodbridge: Boydell, 2007
* ''Studies in the History of Queen Melisende of Jerusalem'', Hans E. Meyer, Dumbarton Oaks Papers 26, 1972
* ''Uppity Women of the Medieval Times'', Vicki Leon, Conari Press, 1997
* ''Damsels Not in Distress: the True Story of Women in Medieval Times'', Andrea Hopkins, Ph.D., The Rosen Publishing Group, Inc. 2004
* ''L'Empire du Levant: Histoire de la Question d'Orient'', René Grousset, 1949
 
=== {{Ligações externas}} ===
* {{link|fr|http://www.francebalade.com/anjou/anjcomte4.htm#foulquesjeune|Les Comtes d'Anjou (1040-1150) - FranceBalade}}
* [http://www.geneall.net/F/per_page.php?id=8624 geneall.net]
 
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{{Caixa de sucessão/um para dois|
|antes = [[Balduíno II de Jerusalém]]
|título1 = [[ImagemFicheiro:Armoiries de Jérusalem.svg|60px|Armas do Reino Latino de Jerusalém]]<br />[[Reino Latino de Jerusalém|Rei de Jerusalém]]<br />(com [[Melisende de Jerusalém|Melisende]])
|anos1 = [[1131]] - [[1143]]
|depois1 = [[Melisende de Jerusalém|Melisende]] e [[Balduíno III de Jerusalém|Balduíno III]]
|título2 = [[ImagemFicheiro:Armoiries Bohémond d'Antioche.svg|60px|Armas do Principado de Antioquia]]<br />[[Principado de Antioquia|Regente de Antioquia]]<br /><small>''(em nome de [[Constança de Antioquia]])''</small>
|anos2 = [[1131]] - [[1136]]
|depois2 = [[Constança de Antioquia|Constança]] e [[Raimundo de Poitiers|Raimundo]]<br />(príncipes)
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[[Categoria:Condes d'Anjou]]
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[[it:Folco V d'Angiò]]
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