José Oiticica: diferenças entre revisões
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|data_nascimento =
|local_nascimento = [[Oliveira]], [[Minas Gerais]] ([[Brasil]])
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|local_morte = [[Rio de Janeiro]] ([[Brasil]])
|ocupação = [[Professor]], [[Filólogo]] e [[Escritor]]
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===Contato com o anarquismo===
Em [[1912]] José Oiticica já colaborava sistematicamente para o semanário [[anticlericalismo|anticlerical]] [[A Lanterna]], sendo o autor
de um artigo especial dedicado à memória do terceiro aniversário do fuzilamento do pedagogo anarquista [[Francisco Ferrer]]. Conta-se no entanto, que seu primeiro contato com o movimento operário anarquista ocorreu somente um ano depois em [[1913]], quando compareceu na modesta sede da [[Federação Operária do Rio de Janeiro]] no momento em que seus membros se articulavam para a reconstituição da [[Confederação Operária Brasileira]], pedindo para falar com seu presidente ou diretores. Obteve a resposta de um
:''Para a anarquia vai a humanidade''[[File:Fazenda riachão.png|thumb|right|300px|Fazenda Riachão, perto de [[Rio Largo]], [[Alagoas]], local onde vivia a família Oiticica.]]
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:''Façam da ação dos subversivos crime,'
:''Persigam, matem, zombem... tudo em vão...''
:''A
:''Pois nos rude ataques à opressão,''
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Paralelamente a vida de literato e libertário, José Oiticica constituiu uma ampla família: Foi pai de cinco filhas - Vanda Oiticica, [[Sônia Oiticica]], Selma Oiticica, Laura Oiticica, Dulce Oiticica, e um filho que receberia o nome de seu pai: José Rodrigues Leite e Oiticica Filho.
A época a casa dos Oiticica era
Dos rumos tomados por seus filhos, Sônia Oiticica enveredou mais tarde para as artes cênicas conquistando fama no teatro e na televisão, enquanto José Oiticica Filho tornou-se a seu tempo um grande entomólogo e fotógrafo de renome.
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===Rio de Janeiro 1918===
{{Artigo principal|[[Insurreição anarquista de 1918]]}}
Para os anarquistas brasileiros o ano de [[1918]] começou com as comemorações do Primeiro de Maio, colocando a cidade do Rio de Janeiro em estado de sítio, e inspirando meses depois, em agosto, greves em diversas companhias com a Cia Cantareira e a Viação Fluminense, exigindo aumento nos salários e jornada laboral de 8 horas. Durante todo o ano os confrontos nas ruas entre trabalhadores e o aparato repressivo do estado se tornam
É neste contexto que as notícias que a [[Revolução Bolchevique]] na [[Rússia]] havia alcançado êxito são recebidas. Sem saber muito bem quem eram de fato os "[[Bolchevique]]s", diversos grupos anarquistas passaram a se organizar também com a intenção de derrubar o governo central no Brasil.
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Na tarde do dia 18 José Oiticica e outros membros do chamado "conselho revolucionário" foram presos. Em contrapartida, anarquistas e sindicalistas revoltados reuniram-se em São Cristóvão e tomaram de assalto a delegacia do Décimo Distrito Policial. Os insurgentes foram julgados e condenados à prisão sendo enviados para a [[Ilha Rasa (Rio de Janeiro)|Ilha Rasa]].
Após a misteriosa fuga de José Eduardo de Macedo Soares da ilha, os carcereiros passaram a instituir um regime descrito pelos prisioneiros como "um inferno", "dos mais iníquos e aviltantes". Na ocasião Oiticica compôs o Hino da Rasa cantado pelos encarcerados como exercício de ânimo e liberdade.{{quote|"''Sr. Senador Bueno Brandão</br>Em discurso de 10 do corrente, referindo-se V. Ex. a presos que assinaram documentos comprobatórios de maus tratos sofridos nas prisões, acentua-se que, entre os signatários, há desordeiros, desclassificados e alguns anarquistas.</br>Como de entre os signatários só eu sou anarquista, vejo-me classificado por V. Ex. abaixo de desordeiro e desclassificado.</br>Era meu propósito não retorquir à ofensa, pois não julgo mais digno ser senador que ser anarquista, porquanto se qualquer anarquista x*poderia ser senador, nem todo o senador poderá ser anarquista.</br>- Como, porém, temos decidido, entre nós, não deixar sem pronta repulsa qualquer insulto ou inverdades e isso para mostrar que estamos vivos, escrevo a V. Ex. estas linhas somente para agradecer a V. Ex. o favor que aos anarquistas
===Senioridade===
[[Imagem:Jose Oiticica4.jpg|left|thumb|400px|Fotos publicadas na primeira página da matéria ''Confissões de um anarquista emérito'', publicada na revista [[O Cruzeiro (revista)|O Cruzeiro]] em [[1953]].]]
Liberto em [[1929]], funda o periódico clandestino ''[[5 de Julho]]'' e lança o primeiro número do jornal anarquista ''[[Ação Direta (jornal)|Ação Direta]]''. Publica também textos
Em fins de 1929 é convidado à lecionar [[filologia]] portuguesa na Universidade de [[Hamburgo]], na [[Alemanha]], onde permanece até o ano seguinte. Em 1930 volta para o Rio de Janeiro onde publica ''Do método de estudo das línguas sul-americanas'' e passa a lecionar na hoje extinta Universidade do Distrito Federal.
José Oiticica, que se manteve sempre fiel a seus ideais voltou a editar o periódico ''Ação Direta'' em 1946 que continuou sendo produzido com alguma interrupção, mesmo depois de seu falecimento. Em 1955 publicou ainda seu ''Roteiro de fonética fisiológica, técnica do verso e dicção'' e ''A teoria da correlação''.{{quote|"''Episódios de uma vida atribulada - Sete concursos para uma nomeação - Três mil réis no
==Legado==
Ainda que reduzido, jamais esquecido nos meios libertários brasileiros, o legado de José Oiticica tem sido recuperado nas duas últimas décadas por grupos de estudos e coletivos organizados. No ano de [[1971]] (em plena [[ditadura militar]]) foi fundada na periferia da cidade de [[Salvador]], na [[Bahia]] por [[
==Obras==
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