Modernidade reflexiva: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 3:
 
Modernidade reflexiva é um termo utilizado por autores como Anthony Giddens, Ulrich Beck e Scott Lash para caracterizar a sociedade pós-moderna ou contemporânea. A idéia de [[pós-modernidade]] carrega em si uma ambigüidade: de um lado, senso de fim de uma época; e de outro, senso de um novo começo. O conceito de reflexividade é central para estes autores, que caracterizam a nova fase da [[modernidade]] como reflexiva. A reflexividade representa assim uma possibilidade de reinvenção da modernidade e de suas formas industriais. Por meio da radicalização da modernidade, abrem-se caminhos para uma nova modernidade. O que a modernização reflexiva traz é a idéia que muitas modernidades são possíveis, em oposição à idéia fatalista de que só existe uma forma de modernidade: a da sociedade industrial.
 
O termo modernidade reflexiva, proposto por Giddens, Beck e Lash no livro Modernização Reflexiva visa se debruçar sobre as transformações do mundo atual, o processo de crise e as consequências advindas delas. Acentua a idéia de que vivemos em um mundo cada vez mais reflexivo, que estimula a crítica ativa e autoconfrontação. A modernidade reflexiva envolveria um processo de individualização e de destradicionalização em que a tradição muda seu status e é constantemente contestada.
 
Os autores remetem a idéia de que o mundo social e natural está totalmente influenciado pelo conhecimento humano reflexivo, dando origem a uma idéia de crise ecológica, de imprevisibilidade e de risco - noção que cada vez mais se torna importante na cultura moderna. Pressupõe que a sensibilidade reflexiva se encontra na vida cotidiana e é derivada da sensibilidade estética ou hermenêutica. Considera que a modernidade seria marcada tanto pela penetração da visão de mundo analítica e científica nas grandes massas, como pressupõe, mas é também configurada pela difusão da sensibilidade do modernismo estético pelo público leigo. A teoria da modernização reflexiva considera que as decisões políticas de mais influência sobre as vidas cotidianas não derivam mais da esfera ortodoxa da tomada de decisão - o sistema político formal, mas adviria das esferas informais, da politização do não-político. Essa teoria nega, portanto, a suposta paralisia da vontade política.
 
A obra Modernização Reflexiva não se limita a apresentar três ensaios independentes a respeito da modernidade. Ao final do livro, cada autor responde aos outros dois, neste sentido a seção denominada “réplicas e críticas” apresenta-se como uma clara atitude em demonstrar que as diferenças teóricas entre os autores, não se sobrepõe a possibilidade de realizar um diálogo construtivo sobre o conceito de reflexividade.