Testemunhas de Jeová em Portugal: diferenças entre revisões

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O que o Tribunal não contava era que a maioria dos condenados tivessem preferido a prisão ao pagamento de uma multa que consideravam injusta. Na manhã do dia [[18 de Maio]] de 1967, o grupo de homens e mulheres, jovens e idosos, que haviam sido condenados, dirigiram-se a pé desde o [[Largo da Boa Hora]] até à [[Cadeia do Limoeiro]], em Lisboa, sem escolta policial, a fim de se entregarem às autoridades prisionais. Um facto insólito e paradoxal visto que aquelas 24 pessoas haviam sido condenadas por "crime contra a segurança do Estado" e "incitamento à desobediência no que respeita a leis de ordem pública, quer civis, quer militares".<ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Tribunal da Boa Hora, 3º Juízo, Processo 17386/65 5º vol., fl 933 e 933v</ref> Para tornar ainda mais ridícula a cena, o funcionário judicial apenas se preocupou em perguntar aos condenados e acompanhantes se sabiam o caminho para a cadeia e ele próprio segue de táxi para o local, aguardando que os condenados percorressem as ruas da cidade de Lisboa até ao Limoeiro! O grupo avançou a pé, rindo, conversando e cantando, sendo que alguns até pararam no caminho para tomar um galão e um bolo e comprar fruta.<ref>Revista História, nº 48, Setembro de 2002, pág. 39</ref> Dali, as mulheres seguiram de 'ramona' até à [[Cadeia das Mónicas]].
 
Apesar da imprensa ter sido silenciada desta vez, as rádios clandestinas "[[Portugal Livre]]" e "[[Voz da Liberdade]]", bem como jornais brasileiros da oposição, noticiam amplamente o julgamento. Durante os anos de 66 e 67, a Sociedade Torre de Vigia publica mais quatro artigos nas suas revistas de maior divulgação. Um dos artigos, intitulado: "O julgamento simulado de cristãos - a vergonha de Portugal!"<ref>[[A Sentinela]], 1º Dezembro de 1966, pág. 721 a 733</ref>, continha um relatório exaustivo das sessões do tribunal. O artigo foi reproduzido aos milhares e remetido para a metrópole e colónias, destinados a comerciantes e industriais, profissionais liberais, polícias e governantes.
 
===Vítimas pouco conhecidas===