Refinaria de Petróleo Riograndense: diferenças entre revisões

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A '''Refinaria (ou Destilaria) Riograndense de Petróleo''' é uma [[refinaria]] de [[petróleo]] [[brasil]]eira, estrategicamente localizada na fronteira com [[Argentina]] e [[Uruguai]]), na cidade de [[Uruguaiana]], no estado do [[Rio Grande do Sul]]. Construída em [[1932]] foi a primeira refinaria de petróleo a ser construída no Brasil <ref name=anocr>RAPHAEL SIMAS ZYLBERBERG [http://www.gee.ie.ufrj.br/publicacoes/pdf/2006_impactos_economicos_sociais.pdf IMPACTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA NOVA REFINARIA NO BRASIL]</ref> .
'''''História'''''
 
A Refinaria Riograndense de Petróleo foi elaborada por um grupo de empresários brasileiros, uruguaios e argentinos, entre eles [[Eustáquio Ormazábal]], [[João Francisco Tellechea]] e os argentinos [[Raul Aguiar]] e [[Manuel Morales]]<ref name=cria>Jornal Agora [http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=46&noticia=30054 Refinaria Ipiranga: o grão de areia que virou montanha]</ref>.
 
Utilizando método simples de refino, a Refinaria Riograndense de Petróleo operava com petróleo importado do [[Equador]], que cruzava a Argentina. Com a proibição de tráfego de óleo em trânsito para outros países em seus portos emitida, pela Argentina em [[1935]], se faz necessário que a importação fosse realizada através do [[porto da cidade de Rio Grande]], também no Rio Grande do Sul, e que logo após resultou na construção da [[Refinaria de Petróleo Ipiranga]], inaugurada em [[1936]], próxima ao porto<ref name=anocr>GlobalSecurity.org [http://www.gee.ie.ufrj.br/publicacoes/pdf/2006_impactos_economicos_sociais.pdf Salafi Islam]</ref>.
A Refinaria de Petróleo Ipiranga foi inaugurada no dia 07 de setembro de 1937, na cidade do Rio Grande (RS), dando início ao processo de refino de petróleo no país e originando assim as Empresas de Petróleo Ipiranga.
 
Em torno da [[década de 1970]], devido a decisão do governo argentino, a primeira refinaria de petróleo do Brasil entrou em processo descontínuo.
Mas sua história começou mesmo em 1933, na cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, quando os empresários brasileiros João Francisco Tellechea e Eustáquio Ormazabal se associaram a empresários argentinos e fundaram a Destilaria Rio-Grandense de Petróleo S/A.
 
O controle acionário das [[Petróleo Ipiranga|Empresas Petróleo Ipiranga]] foi adquirido em março de 2007, pela [[Petrobras]], [[Ultrapar]] e [[Braskem]]<ref name=RPR>Refinaria de Petróleo Riograndense [http://www.refinariariograndense.com.br/refinaria/refinaria/cronologia Cronologia]</ref>.
Nessa fase inicial de operações, a Destilaria foi surpreendida por uma medida do governo argentino que proibiu a reexportação de petróleo, inviabilizando o esquema de recebimento de matéria-prima da empresa.
 
Foi a partir daí que um grupo de empresários uruguaios começou a se articular para montar uma refinaria de petróleo no sul do país. Brasileiros, argentinos e uruguaios encontraram uma estreita faixa de terra entre o oceano e a Lagoa dos Patos e definiram que este seria o local ideal para instalar uma refinaria.
 
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O terreno deveria preencher uma série de requisitos: ter uma área entre 10 e 12 hectares, fácil ligação com o porto da cidade, com a linha de viação férrea, com a rede de água potável, com a rede elétrica e ter possibilidade de acesso rodoviário ao centro da cidade.
{{Refinarias da Petrobras}}
[[Categoria:Refinarias|Riograndense Petroleo]]
[[Categoria:Construções do Rio Grande do Sul]]
[[Categoria:Uruguaiana]]
[[Categoria:Empresas do Rio Grande do Sul]]
 
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Começava ali a árdua tarefa do aterro. Mesmo num tempo em que não existiam guindastes ou solda elétrica, o projeto foi executado com extrema rapidez. E no dia 07 de setembro de 1937 era inaugurada a Ipiranga S/A. - Companhia Brasileira de Petróleo, a atual Refinaria de Petróleo Riograndense S/A
 
 
'''''Nacionalização'''''
 
 
O governo brasileiro, através do Decreto Lei 355, de abril de 1938, nacionalizou a industrialização do petróleo. Esse dispositivo legal estabeleceu que só poderiam ser acionistas de refinarias de petróleo os brasileiros natos. Os sócios argentinos e uruguaios foram obrigados a vender suas ações.
 
Nessa ocasião, começou a ser moldada a estrutura de controle acionário da Ipiranga. Permaneceram no negócio João Francisco Tellechea e Eustáquio Ormazabal (que transferiu a sua participação ao filho René Ormazabal). Entraram Carlos Fagundes de Mello, Aristides de Almeida, Francisco Martins Bastos e João Pedro Gouvêa Vieira. Algum tempo depois, Aristides de Almeida vendeu a sua participação aos demais sócios.
 
 
'''''O Conflito'''''
 
 
Após a reestruturação societária, a Refinaria conviveu com o fornecimento irregular de petróleo durante a II Guerra Mundial. O petróleo bruto vinha do Equador, transportado por navio petroleiro de bandeira argentina, que fazia sua rota passando pelo Estreito de Magalhães, no extremo sul da América do Sul.
 
Preocupada com a falta de matérias-primas, todas priorizadas para as nações em guerra, a Argentina se viu obrigada a impedir que seu cargueiro transportasse petróleo para o Brasil. A solução encontrada foi empregar um petroleiro brasileiro, o Recôncavo, e depois substituí-lo pelo Santa Maria, os dois únicos disponíveis.
 
A situação se agravou quando a empresa que explorava e distribuía o petróleo equatoriano cancelou seu fornecimento ao Brasil, alegando que o almirantado inglês necessitava de matéria-prima. Assim, não restavam opções.
 
Do Mediterrâneo, em plena área de conflito, não se podia cogitar a compra de petróleo. As Antilhas, que pareciam ser a opção natural, estavam bloqueadas pelos submarinos alemães que cercavam a região exatamente para impedir a saída de produtos das refinarias de Curaçau e Aruba.
 
Com a entrada do Brasil na guerra, em 1942, o bloqueio alemão se tornou mais rígido. Sem petróleo, com os tanques quase vazios e sem perspectivas de conseguir abastecimento, a Refinaria chegou a paralisar suas atividades, com os funcionários fazendo serviços de manutenção para não serem despedidos.
 
Quando Getúlio Vargas se certificou de que as reservas da Refinaria estavam completamente esgotadas, o petroleiro Recôncavo partiu carregado das Antilhas, trazendo o abastecimento após driblar a intensa vigilância alemã.
 
Com o recebimento da matéria-prima, a Refinaria voltou a operar. Nesse período, a Ipiranga iniciou sua participação no segmento químico, desenvolvendo tecnologia para a fabricação de solventes que supriram a indústria da borracha.
 
Depois de estudar o problema junto ao parque industrial paulista de pneumáticos, a Refinaria passou a fabricar, em caráter pioneiro, os solventes especiais usados na indústria da borracha, liberando o setor da dependência das importações e iniciando sua liderança neste setor.
 
 
'''''Novo cenário'''''
 
 
Com a criação, em 1997, da nova legislação do petróleo, o país iniciou o processo de abertura de um setor até então fechado à iniciativa privada, desde 1953. A Lei 9.478 desregulamentou os mecanismos de preços, produção e vendas das refinarias existentes, inclusive as privadas, entre elas, a então Refinaria de Petróleo Ipiranga S/A atual Refinaria de Petróleo Riograndense S/A.
 
Essa mudança assegurou à empresa um período de cinco anos de transição, permitindo a adequação de seus parques fabris às novas condições de mercado. Diante desse novo cenário, a Refinaria, que operou durante 45 anos limitada em sua capacidade produtiva, iniciou uma nova fase em sua história.
 
Após 45 anos de limitação, a capacidade de produção da Refinaria Ipiranga evoluiu cerca de 30%, tendo processado 12.035 barris por dia durante o ano de 1999. O aumento de produção foi possível após a definição, em 1998, pela ANP, da titularidade da Refinaria, com base na capacidade operacional das instalações existentes.
 
Além do aumento, o perfil de produção foi alterado devido à possibilidade de uso de matérias-primas mais adequadas, com a importação direta de 60% do petróleo consumido a partir do segundo semestre de 1999.
 
Estes dois fatores permitiram à Refinaria adotar maior flexibilidade de produção, proporcionando melhor aproveitamento das unidades de processo em conformidade às necessidades do mercado.
 
Assim, manteve suas posições, com alavancagem no atendimento à demanda de diesel, por exemplo, e evolução nas vendas de matéria-prima para produção de bunkers (combustíveis para navios).
 
Em 2001 a Refinaria ampliou a sua capacidade para 17 mil barris/dia. Mas a alta do preço internacional do petróleo nos anos de 2003 a 2006 causou significativos prejuízos à atividade de refino.
 
 
'''''Novos Controladores'''''
 
 
Em março de 2007 o controle acionário das Empresas Petróleo Ipiranga foi vendido.
 
A Refinaria Ipiranga foi adquirida pela Petrobras, Ultrapar e Braskem.
 
Neste período, a empresa formalizou um acordo com o governo do Estado do Rio Grande do Sul por meio de credito fiscal presumido de ICMS e, também, celebrou um contrato de industrialização com a Petrobras para, dependendo do cenário econômico e do mercado, utilizar uma eventual capacidade ociosa da Refinaria para o processamento de petróleo para a Petrobras.
 
Em 2009 a Refinaria passou a se chamar Refinaria de Petróleo Riograndense S/A (RPR), criando uma nova identidade visual. Neste mesmo ano, a Refinaria operou a plena capacidade, tendo, inclusive registrado recorde de produção com uma média de 13.858 barris/dia.
 
FONTE: http://www.refinariariograndense.com.br/refinaria/
 
Decio Roque Diehl Junior