Bia Lessa: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
PH (discussão | contribs)
Linha 54:
 
==Biografia==
Iniciou sua carreira aos 15 anos como atriz realizando alguns trabalhos na cidade do [[Rio de Janeiro]], mudando-se em seguida para São Paulo para participar do Grupo Macunaíma de [[Antunes Filho]] onde realizou os espetáculos Macunaíma e Nelson Rodrigues o Eterno Retorno. Muda-se para o Rio de Janeiro e faz sua primeira direção em A Terra dos Meninos Pelados, 1983, adaptação para obra de [[Graciliano Ramos]], que se torna um acontecimento do teatro infantil daquele ano.
Em seguida, dá seu primeiro passo na direção de um teatro de pesquisa, que caracterizaria uma fase fecunda de seu trabalho e que está em parte vinculada ao teatro do Sesc da Tijuca, onde a diretora realiza oficinas, ensaia e faz temporadas durante cerca de quatro anos. Nos títulos dos espetáculos, a palavra Ensaio marca a idéia de experimentação. Ensaio nº 1, 1984, é inspirado no texto A Tragédia Brasileira, de Sérgio Sant'anna, e o espetáculo seguinte, Ensaio nº 2 - O Pintor, 1985, adaptação do livro Sete Cartas e Dois Sonhos, de Lygia Bojunga (1932), escrito sob inspiração de pinturas de Tomie Ohtake. Em 1986, à frente do espetáculo de formatura da Casa das Artes de Laranjeiras, CAL, encena Ensaio nº 3 - Idéias e Repetições - um Musical de Gestos, uma coletânea de textos de Jorge Luis Borges, Lygia Bojunga e Julio Cortázar, que lhe vale o Prêmio Molière de melhor direção - o primeiro conferido a uma mulher. Em seguida, constrói um roteiro a partir de leituras de Os Possessos, de Dostoievski, Exercício nº 1, fantasia poética sobre a existência humana em um espetáculo sem texto, composto de uma partitura de ações de um grupo de atores. Dois elementos cenográficos desempenham papel obsessivo sobre a ação da peça: uma chuva de papel picado e caixas de papelão,. Em 1987, estréia Ensaio nº 4 - Os Possessos, nova incursão à obra de Dostoievski. Pela primeira vez trabalhando com atores experientes e agregando a palavra à cena, a diretora procura imprimir um estilo à interpretação. Segundo o crítico Macksen Luiz, este estilo "cria um efeito de afastamento, de frieza de uma equação matemática, como se os sentimentos que expressam fossem etapas de comprovação de um fenômeno físico".2
Em 1989, Bia Lessa realiza Cena de Origem, de Haroldo de Campos (1929 - 2003), em que a atriz Giulia Gam contracena com pássaros de origamis que perpassam a cena. No mesmo ano, faz uma versão de Orlando, de Virgínia Woolf, protagonizada por Fernanda Torres, a partir desse espetáculo participa de inúmeros festivais internacionais representando o Brasil. Em 1990, encena Suor Angélica, ópera de Giacomo Puccini, em que mulheres cortam os cabelos enquanto escalam paredes, interagindo com pétalas que brotam dos nichos. Em 1991, traz Cartas Portuguesas, de Mariana Alcoforado, com Luciana Braga e Carla Camuratti, num cenário natural de águas e plantas. Dois anos depois, encena Viagem ao Centro da Terra, de Júlio Verne. Em 1994, estréia O Homem sem Qualidades, de Robert Musil, e Futebol, de Alberto Renault, no Teatro Popular do Sesi - TPS. Em 1998, encena As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, no Centro Cultural Banco do Brasil, com Renata Sorrah no elenco, e um cenário vertiginoso de Gringo Cardia. Em 2002, leva para o palco um filme sobre Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, que só conta com a presença viva do ator no monólogo da cena final.