Aliança Clube: diferenças entre revisões

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Em 1981, após grandes campanhas, o Aliança chama a atenção de um clube tradicionalíssimo de São Bernardo, o Esporte Clube São Bernardo que estava afastado do futebol profissional desde a década de 60. Após algumas reuniões entre as diretorias, em 15 de dezembro de 1981 o Conselho Deliberativo do Aliança aceita ser "absorvido" pelo ECSB. Como o Aliança estava na Divisão de Acesso o ECSB assume sua vaga. Com a fusão o ECSB acrescenta a cor azul em seu uniforme ficando então tricolor, e em seu símbolo é acrescentado uma aliança azul em cima. Com o elenco do Aliança e a estrutura do São Bernardo, o previsto aconteceu, o São Bernardo continuou com as ótimas campanhas do Aliança chegando inclusive à ser Vice-Campeão em 1983 e 3º Colocado em 1986. Mas após grandes problemas na diretoria do clube o time conhece uma fase negra em sua história, com vários descensos nas divisões paulista. Após esses anos de insucesso, o Esporte Clube São Bernardo retorna seus uniformes e seu escudo tradicional e põem fim de vez ao que sobrou do Aliança.
 
== Ídolos ==
 
Qualquer admirador do futebol, e não precisa ser dos fanáticos, tem um ou alguns jogadores que são uma marca indelével na memória, aquele ídolo que, na citação de um fato, nunca fica sem nome, destacando-se da massa de recordações que vão se misturando e se apagando com o tempo.
Para o aliancista, não precisa nem perguntar. Hoje, e daqui a 10 anos, os maiores jogadores do clube foram e sempre serão Perú e Baitaca. Dupla de área infernal, jogando como se fosse por telepatia, terror das defesas inimigas ; ambos já jogavam juntos há alguns anos quando os diretores do Aliança foram buscá-los em 1973, na equipe do Matarazzo. Na realidade, estavam apenas de olho em Baitaca, de quem já conheciam do Galo. Mas ao vê-los jogar juntos, a decisão de trazer ambos foi imediata.
Baitaca chegou a disputar algumas boas partidas pelo Aliança, antes que Perú. Conquistou imediatamente a atenção e a confiança da torcida. Já Perú (cujo nome é Daniel Perez Ramon) não foi bem em suas primeiras apresentações, chegando a ser vaiado pela torcida. Mas bastour engrenar com o colega que, que em questão de dias, já eram assunto diário nas rodas de torcedores.
Perú, considerado como o maior goleador que o time já TVE, lembra-se de um de seus jogos mais emocionantes, o da final do Super-Galo, contra o Ressaca, time pelo qual chegou a disputar muitas partidas. A dois minutos do final, uma bola foi lançada na área. Dividiu com o beque, ganhou a jogada e na saída do goleiro, na altura da marca do pênalti, tocou por baixo do arqueiro. Aliança 1 x 0, a dois minutos do final. Campeão do Super-Galo.
Mas a consagração definitiva dos dois craques viria na semifinal da Intermediária de 1976, contra o Barretos. O primeiro tempo acabou com o Aliança em desvantagem por dois gols. Para o segundo, tem noite inspiradíssima, Perú e Baitava infernizaram a defesa adversária virando o jogo em 4 x 2, dois gols de cada um.
Equipe amiga. A admiração pelo futebol desses dois verdadeiros ídolos não se restringia apenas às arquibancadas. Seus companheiros de equipe também se recordam que, mesmo sendo as estrelas incontestáveis da equipe, nenhum deles impunha qualuqer opinião e nem agiam como donos do time.
Didi, outro grande craque do Aliança, capitão do time de 1974 ate o primeiro ano de profissional, lembra que o ambiente dentro do Aliança era espetacular. Os jogadores eram muito amigos. Não havia “igrejinhas” e quando um tinha de gritar com o outro, gritava mesmo, mas se sabia que o intuito era sempre um só: a vitória.
 
== Participações em estaduais ==
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* [[Ficheiro:Bandeira do Estado de São Paulo.svg|20px]] Campeão do Torneio ACEESP de 1977 (invicto)
* [[Ficheiro:Bandeira do Estado de São Paulo.svg|20px]] Taça Amizade
 
== Torcida ==
 
Todo mundo, em São Bernardo, já foi torcedor do Aliança. Existiram os fanáticos e existiam aqueles que torciam pelo clube e pelo fato do mesmo ter defendido o nome da cidade, variando o grau de entusiasmo entre um e outro. Mas, de um modo geral, por uma questão de bairrismo, a unanimidade se formava.
Mas entre todos estes torcedores existem aqueles que contribuíram com garra e emoção para que o Aliança chegasse onde chegou. Ao lado de torcedores anônimos, que são tão abnegados como aqueles que se destacam de maneira especial, surgem os mais aliancistas, os mais “roxos”.
Em seus treze anos de existência, o clube possuia uma torcedora símbolo. Ela acompanha os jogos do Aliança desde que o pessoal de Vila Marisa, no Rudge Ramos, montou um timinho e partiu para a história da cidade.
 
'''LOUCURA TOTAL'''. Terezinha Molina Simão, chamada carinhosamente por “dona Terezinha”, era uma pessoa que se tornara legendária. Funcionária da Câmara Municipal, ela explica que começou a assistir os jogos do Aliança ainda quando o time não tinha nem camisa, “essas cores maravilhosas”.
Como todo aliancista, ela não pode nem ouvir falar em Santo André F. C., “aquele time encardido. Tenho a maior loucura de ganhar do Santo André, aqueles ceboleiros”.
Simpática, bem falante, voz macia, dona Terezinha contra que viveu um dos períodos mais emocionantes de sua vida na época em que o time, ainda no amadorismo, passava por sua melhor fase, disputando o “Desafio ao Galo”. Ela não perdia um jogo, estava em todas. “Eu ia lá para o campo do CMTC e até brigava com os outros torcedores, como aconteceu á pouco tempo, depois de um empate (1 x 1) frente ao Paulista de Jundiaí, em pleno Baetão, empate cedido no último minuto. Um cara começou a queimar faixas e a insultar os jogadores, gozando a gente. Olhei prum lado, pro outro, vi um pedaço de pau e mandei ver no peito dele. Meu marido perguntou se eu tinha ficado louca”.
 
'''15 DIAS DE CAMA'''. Dona Terezinha não mede esforços para acompanhar o time de sua devoção, mesmo que isso lhe cause problemas físicos, como aconteceu em 1976: o Aliança perdeu a chance de subir para a Especial no último jogo. Foi contra o XV de Jaú, em Campinas.Uma partida na memória dos aliancistas.
“Foi uma loucura. Um jogo que não podíamos perder. O Baitaca deitando e rolando e perdendo gols. O Aliança tinha chance de golear e perdeu de dois a zero. Fiquei quinze dias de cama, num nervosismo que não me agüentava”.
Apesar de fanática, ela sabe reconhecer quando o time não vai bem. Um exemplo disso é a análise clara que ela faz da derrota por 4 x 2 frente ao São José, ano passado, ficando o Aliança novamente em segundo lugar. “O São José merecia ganhar. Não foi marmelada, eles entraram para ganhar e foram uns adversários e tanto”.
 
'''DOIS AMORES'''. Aliancista roxa, ela se confessa corintiana roxa também, e explica que isso não lhe causa problemas. Quando o Aliança foi no Parque São Jorge jogar contra o alvinegro, ela estava lá, com a bandeira do Aliança, fazendo a maior festa, irritando os torcedores adversários que, em certo momento, ameaçaram atacá-la. “Meu marido ficou dizendo que eu estava louca, que eles iam me matar. Comprei um chapeuzinho com o símbolo do Corinthians, pus na cabeça e eles não me incomodaram mais”.
Mas, no fundo do coração, ela diz que entre os dois, prefere o Aliança. “Eu às vezes até choro de saudades do tempo do Super-Galo, e o meu maior sonho é rever todos aqueles jogadores memoráveis, com Perú e Baitaca deitando e rolando”.
No dia sete de setembro de 1981 ela entregou um troféu ao centroavante Carlinhos, artilheiro do time neste ano. “Ele sabe que eu não gosto dele, mas é artilheiro e por isso merece a homenagem”. Terezinha compra esses troféus (é o terceiro que entrega) com dinheiro do próprio bolso e porque quer. “É uma forma de fazer minha festa para eles. O primeiro eu entreguei para o Antonio Carlos e o outro foi pro China, que o levou para Portugal”.
 
'''MAIOR ALEGRIA'''. Ela diz viver esperando os dias de jogo do Aliança. “Tenho dez filhos, cinco netos. Mas meu maior amor é o Aliança. Um dos meus filhos quase nasceu em campo, o maior sufoco”.
Torcedora da TAI (Torcida Aliancista Independente), Dona Terezinha comemorou os doze anos do clube com muita festa, convidou todos os jogadores. “Esse time é a minha maior alegria”.
 
'''OUTRO SÍMBOLO'''. Existem muitos outros torcedores que poderiam ser destacados como exemplos de amor e garra, como o Ceará, da Discoteca Merci, como o pai do jogador Perú, que não perdeu um jogo, já velhinho, fosse onde fosse.
Mas aqueles torcedores mais antigos certamente se lembrarão de Bidu, cujo nome certo poucos conhecem. Negro, forte e alto, uma grande pessoa, não perdia um jogo do time e, sem dinheiro como sempre se encontrava, ia a pé do Rudge Ramos até o Baetão para vibrar com seu time. Bastava o Aliança marcar um gol que ele comemorava todo o tempo, mesmo que o adversário virasse o jogo. Ao final da partida, sob a influência do álcool, ao saber do resultado final, chorava desesperadamente, como se tivesse perdido um ente querido.
Bidu morreu numa aposta idiota. Já completamente embriagado, apostou que conseguiria beber mais uma garrafa de pinga. Não conseguiu.
 
'''AS TORCIDAS'''. O clube contou com três torcidas uniformizadas. A mais organizada, que obteve maior número de associados e um bloco carnavalesco estruturado, era a Torcida Aliancista Independente, a TAI, fundada em 11 de setembro de 1980, por Arnaldo Alves Barreto, Cláudio Pereira Dias e Ivan dos Santos.
Havia também a Torcida Unidos do Baetão, fundada em 29 de abril de 1977, exatamente para incentivar o time, que passava por uma má fase técnica. Seu fundador é o serralheiro Luis Carlos de Barros, e chegou a contar com cerca de 380 sócios.
E a mais nova das torcidas organizadas, fundada em agosto de 1981, a Torcida Uniformizada do Aliança (TUA), fundada por um grupo de jovens, liderados por Osvaldo Negrini Fr., Roseli Aparecida dos Santos e Henrique Modeli.
 
== Ligações Externas ==