Arqueação bruta: diferenças entre revisões
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Revisão das 17h59min de 15 de novembro de 2010
A arqueação bruta ou tonelagem bruta (AB ou GT) é um valor adimensional relacionado com o volume interno total de um navio.
A AB é calculada tendo com base o volume moldado de todos os espaços fechados do navio e é usado para determinar coisas como os regulamentos de operação da embarcação, as regras de segurança, as taxas de registro e as taxas portuárias.
A AB substituiu a arqueação bruta de registo (GRT) a partir de 1994, sendo que esta se refere ao volume total de uma embarcação em termos de toneladas de arqueação (tAB). Por sua vez, cada tAB corresponde a 100 pés cúbicos ou seja 2,83 m³. Nem a AB nem a GRT constituem medidas de massa ou de peso, não devendo pois ser confundidas com o deslocamento ou com o porte
Tanto a AB como a arqueação líquida (AL) foram definidas pela Convenção Internacional sobre a Arqueação de Navios, 1969, adoptada nesse ano pela Organização Marítima Internacional, entrando em vigor a 18 de julho de 1982. Estas duas medidas substituiram, respetivamente a GRT e a arqueação líquida de registo (NRT).
História
A Convenção Internacional sobre a Arqueação de Navios, 1969 (ICTM 1969) foi adoptada no mesmo ano pela pela Organização Marítima Internacional, entrando em vigor a 18 de julho de 1982. A ICTM 1969 determinou que as antigas medidas da arqueação bruta de registro e arqueação líquida de registro (NRT) fossem substituídas, repstivamente, pela arqueação bruta e pela arqueação líquida (AL). Foi a primeira tentativa de sucesso para introduzir um sistema universal de medição da arqueação.
Anteriormente, eram utilizados vários métodos para calcular a arqueação dos navios mercantes, mas diferiam significativamente entre si, fazendo-se sentir a necessidade de um sistema internacional uniforme. Um dos métodos mais utilizados era o do Sistema Moorson, desenvolvido na Inglaterra em 1854.
As regras para a determinação da arqueação passaram a aplicar-se a todos os navios construídos depois de 18 de julho de 1982. Aos navios construídos antes dessa data foi dado um período de 12 anos para passarem do uso da GRT ao da AB e AL. Este período terminou a 18 de julho de 1994. O período de transição foi dado para dar tempo para os navios se ajustarem economicamente, uma vez que a arqueação constitui a base para o cumprimento das regras de operação e de segurança. A arqueação é também a base de cálculo para o cálculo dos emolumentos cobrados para registro e para as taxas portuárias. Um dos objetivos da ICTM 1969 era o de assegurar que as novas arqueações calculadas não diferiam substancialmente das tradicionais GRT e NRT.
Tanto a AB como a AL são obtidas pela medição do volume do navio, seguida da aplicação de uma fórmula matemática. A AB baseia-se no volume moldado de todos os espaços fechados do navio enquento que a AL se baseia no volume moldado de todos os espaços para transporte de carga do navio. Além disso, existe a obrigação da AL de um navio não ser inferior a 30 % da sua AB.
Cálculo
O cálculo da arqueação bruta vem definido no Anexo I à Convenção Internacional sobre a Arqueação de Navios, 1969 e baseia-se em duas variáveis:
- V - o volume total do navio em metros cúbicos (m³),
- K - um multiplicador baseado no volume do navio.
O valor do multiplicador K varia de acordo com o volume total do navio (em m³) e é aplicado como uma espécie de fator de redução na determinação do valor da AB, à qual não está associada uma unidade de medida como o metro cúbico ou a tonelada. Para navios menores, o K é menor, para navios maiores, o K é maior. O valor do K pode ir de 0,22 a 0,32 é é calculado através de uma forma que usa o logaritmo de base 10.
Depois de conhecidos V e K, a arqueação bruta é calculada usando uma fórmula, na qual, AB é função de V:
Como exemplo, podemos calcular a arqueação bruta de um navio como 10 000 m³ de volume total.
Então, a arqueação bruta é calculada:
Referências
- International Convention on Tonnage Measurement of Ships, 1969
- HAYLER, William B., American Merchant Seaman's Manual, Cornell Maritime Press, 2003
- ESPARTEIRO, António M., Dicionário Ilustrado de Marinha (reimpressão), Lisboa: Clássica Editora, 2001
- FONSECA, Maurílio M., Arte Naval (5ª edição), Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1989
Ver também