Fuzileiro: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Revertidas edições por 187.110.172.23, para a última versão por Jsobral
Linha 1:
{{minidesambig|soldado da infantaria naval|Fuzileiro naval}}
[[Imagem:Fusilero del regimiento de Asturias (Años de 1780 á 1789).jpg|thumb|270px|Fuzileiro do Regimento das Astúrias do [[Exército Espanhol]], em [[1780]].]]
Originalmente, '''fuzileiro''' era um [[soldado]] armado com [[espingarda de pederneira]]. O termo foi introduzido no [[século XVII]] e deriva da palavra "[[fuzil]]". Esta designava, originalmente, a peça móvel de aço onde percutia a pederneira de uma [[espingarda]], passando mais tarde, por extensão, a ser usada para designar a própria espingarda.
 
Na maioria dos [[exército]]sexércitos do [[século XVIII|séculos XVIII]] e [[século XIX|XIX]], os fuzileiros constituiam os soldados comuns não especializados, que formavam as [[companhia (militar)|companhias]] do centro de cada [[regimento]] de [[infantaria|infantaria de linha]]. Os fuzileiros combatiam em formação cerrada, efetuando sucessivas descargas de fuzilaria até à carga final à [[baioneta]]. Por oposição, os [[granadeiro]]s, os [[caçador (militar)|caçadores]] e os [[atirador]]es eram soldados especialistas de elite, que constituiam as companhias de flanco dos regimentos, combatendo geralmente em formação aberta.
 
Os fuzileiros desapareceram no final do século XIX, com a caída em desuso das táticas de formação cerrada. Contudo, o uso do termo "fuzileiro" manteve-se, em algumas [[forças armadas]], para designar os soldados de infantaria. Hoje em dia, nos países de [[língua portuguesa]], é especialmente usado para designar os soldados de [[infantaria naval]].
 
== História ==
[[Imagem:Uniform - Fusilier - Royal Scotch Fusiliers (1742 Cloathing Book).jpg|thumb|200px|Soldado dos Fuzileiros Reais Escoceses do Exército Britânico, em [[1742]].]]
O aparecimento dos fuzileiros está diretamente ligado ao desenvolvimento das armas de fogo de pederneira e da [[baioneta]]. O fecho de pederneira foi desenvolvido a partir de meados do [[século XVI]], sendo aplicado a vários tipos de [[armas ligeiras]], inclusive aos [[mosquete]]s. Este tipo de fecho consistia num mecanismo no qual um [[cão (arma de fogo)|cão]] com uma pedra de [[sílex]] na ponta ([[pederneira]]) percutia numa peça móvel de metal ([[fuzil]]), provocando uma faísca que deflagrava a [[pólvora]], originando o disparo da arma. No [[século XVII]], surgiu a baioneta que consistia numa [[adaga]] que era colocada na ponta do mosquete transformando-o numa espécie de [[lança]]. Inicialmente colocada no interior do tubo da [[arma de fogo]], mais tarde a baioneta foi aperfeiçoada, passando a ser colocada no exterior do tubo, o que permitia que a arma pudesse ser disparada mesmo com aquela montada. Com a adição do fecho de pederneira e da baioneta, o mosquete transformou-se na espingarda de pederneira. De observar que, em alguns países, a espingarda de pederneira continuou a ser referida como "mosquete" e em outros passou a ser conhecida como "fuzil".
 
Linha 23:
== Fuzileiros por países ==
=== Alemanha ===
[[Imagem:Prussian Fusiliers.jpg|thumb|250px|Fuzileiros doda Exército PrussianoPrussia, em 1792.]]
Ao contrário do que era comum na maioria dos restantes exércitos europeus, a Prússia e outros estados alemães não usavam o título "''Füsilieren''" (fuzileiros) para designar os soldados de infantaria de linha, mas sim para designar um tipo de infantaria ligeira, com características semelhantes às dos ''Jägers'' (caçadores) e dos ''Schützen'' (atiradores). Os fuzileiros prussianos atuavam como atiradores e fardavam um uniforme verde, sendo organizados como [[batalhão|batalhões]] independentes em [[1787]].
 
Linha 42:
 
=== Brasil ===
[[Imagem:Guerra do Paraguai - Oficial e Soldado.JPG|250px|thumb|right|Oficial e soldado fuzileiros do Exército BrasileiroBrasil, em [[1867]].]]
No século XVIII e no início do século XIX, as [[forças terrestres]] no [[Brasil]] seguiam o modelo de organização em vigor no Exército Português, com os fuzileiros a formarem as companhias ordinárias de cada regimento de infantaria. Além das companhias de fuzileiros, cada regimento tinha ainda as companhias graduadas de granadeiros e - a partir de [[1796]] - de caçadores.
 
Linha 53:
Hoje em dia, a designação "fuzileiro" é aplicada a todos os soldados de infantaria do Exército Brasileiro. A designação "fuzileiros blindados" ou "fuzileiros mecanizados" é aplicada aos soldados das subunidades dos regimentos de cavalaria que combatem a pé ou em [[viatura blindada de transporte de pessoal|viaturas blindadas de transporte de pessoal]].
 
A designação "fuzileiro naval" é aplicada aos soldados de infantaria da [[Marinha do Brasil]]. Os fuzileiros navais brasileiros têm origem no contingente da [[Brigada Real da Marinha]] que chegou ao Brasil em [[1808]], com a [[Família Real Portuguesa]]. Em [[1932]], passaram a constituir o [[Corpo de Fuzileiros Navais]]. São soldados especiais, que operam em qualquer território (água, terra e ar), em qualquer relevo, clima e vegetação (amazônia, caatinga, pantanal, montanhas, etc.).
O lema do [[Corpo de Fuzileiros Navais]] do Brasil é "Per mare, per astra, per terram, Ad Sumus", em latim, cujo o significa em português é "Por mar, por ar, por terra, Aqui estamos".
 
=== Canadá ===
Linha 81 ⟶ 82:
 
=== Reino Unido ===
[[Imagem:Royal Regiment of Fusiliers in Rochdale.jpg|thumb|300px|Soldados britânicos do Regimento Real de Fuzileiros do Exército Britânico.]]
Os fuzileiros originais do [[Exército Britânico]] integravam o ''Royal Regiment of Fuzileers'' (Regimento Real de Fuzileiros) levantado em [[1685]], segundo o modelo do Regimento de Fuzileiros do Rei francês. Tal como os seus correspondentes franceses, os fuzileiros britânicos distinavam-se a escoltar a artilharia e a manter a disciplina entre os seus condutores civis. Este regimento passaria depois a ser uma pura unidade de infantaria.