Manuel Maria Múrias: diferenças entre revisões

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'''Manuel Maria Múrias''' ([[Lisboa]], [[1 de Agosto]] de [[1928]] — [[Estoril]], [[10 de Outubro]] de [[2000]]) foi um [[jornalista]], escritor e [[político]], ligado à facção nacionalista e conservadora portuguesa, que manteve uma presença activa no jornalismo político, dirigindo, entre outros periódicos, o jornal ''A Rua''.
==Biografia==
Filho do intelectual e político nacionalista [[Manuel Múrias]], um dos mais destacados publicistas do período da [[Ditadura Nacional]] e dos anos iniciais do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]], iniciou a sua actividade profissional como colaborador do periódico ''[[O Mosquito]]'', um jornal juvenil da [[década de 1940]], e da revista cinematográfica ''Filmagem''. Interessado por [[cinema]], colaborou na ''Página dos Novos'' do semanário ''Animatógrafo'', então dirigido por [[António Lopes Ribeiro]].
 
Nos finais da década de 1940 iniciou funções como crítico de cinema substituto do ''[[Diário da Manhã]]'', mantendo grande interesse pelo cinema, o que o levou a trabalhar como assistente de realizadores como António Lopes Ribeiro, [[Leitão de Barros]] e [[Fernando Garcia]]. Sob a direcção de [[Perdigão Queiroga]] colaborou na escrita dos diálogos do filme ''[[As Pupilas do Senhor Reitor]]'', obra que teve grande sucesso.
 
Na [[década de 1950]] dedicou-se à produção de documentários de propaganda oficial, dirigindo e montando várias curtas metragens para a [[Junta de Acção Social]] do então [[Ministério das Corporações e Previdência Social]] filmes sobre prevenção de acidentes de trabalho e temas similares.
 
Consolidando a sua posição de crítico de cinema no ''[[Diário da Manhã]]'', de que seu pai fora director, dedicou-se à escrita, publicando artigos sobre cinema e uma monografia intitulada ''História Breve do Cinema'' (1961).
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Em 1963 foi convidado para director do ''[[Telejornal]]'' e foi nomeado director de informação da [[RTP]]. Manteve-se no cargo até 1968, quando a nomeação de [[Marcelo Caetano]] para [[Presidente do Conselho]] forçou a sua demissão, criando um ódio pessoal que se manteria por muitos anos.
 
Após o restabelecimento da democracia que resultou da [[Revolução dos Cravos]] tornou-se numa das vozes mais críticas ao novo regime. Quando lhe foi negado acesso à comunicação social, fundou um semanário, intitulado ''[[Bandarra]]'', que publicou com [[António da Cruz Rodrigues]] sob a direcção de [[Miguel Freitas da Costa]]. Considerado contra-revolucionário e ofensivo, o semanário apenas publicou dois números, sendo o último apreendido pelo [[Comando Operacional do Continente]], o [[COPCON]]. Esta publicação levou Múrias à prisão em Caxias.
 
Libertado em Dezembro de 1975, depois de mais de um ano preso, fundou um semanário, intitulado ''[[A Rua]]'', no qual manteve virulentos ataques contra as instituições democráticas e os políticos da época. Em consequência, foi o primeiro e único jornalista português a ser condenado a pena de prisão efectiva após o 25 de Abril de 1974 pelo crime de abuso de liberdade de imprensa, cumprindo alguns meses de prisão.
 
Nas [[eleições legislativas portuguesas de 1980]] concorreu a um lugar de deputado pelo círculo eleitoral de Lisboa integrado nas listas do [[Partido da Democracia Cristã]], não tendo sido eleito.
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Após o fim do periódico ''A Rua'' passa a colaborar no jornal ''[[Agora]]'' e na revista ''Manchete'' e publica, entre 1996 e 1998, as obras ''Chiado - Do Século XII ao 25 de Abril'' e ''De Salazar a Costa Gomes''.
 
Faleceu no Estoril a [[10 de Outubro]] de [[2000]].
=={{Links}}==
*[http://santosdacasa.weblog.com.pt/arquivo/2004/12/entrevista_de_m.html Entrevista de Manuel Maria Múrias ao semanário ''Expresso'', publicada em 20/07/1996]