Companhia Petróleos do Brasil: diferenças entre revisões

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Em 1936, a sonda de Alagoas, de sua empresa, depois de ser interditada por intervenção do governo federal, fez jorrar, a 250 metros de profundidade no poço São João, de Riacho Doce, o primeiro jato de ''gás de petróleo'' no Brasil. A primeira ocorrência de petróleo líquido no Brasil só se daria três anos mais tarde, em 1939, em [[Lobato]], hoje um bairro de Salvador.
 
A facilidade com que foram subscritas as ações da recém constituída empresa levou Lobato a promover, e a participar da fundação de outras companhias, que visavam prospectar petróleo no Brasil, como a Companhia Petróleo Nacional, a Companhia Petrolífera Brasileira e a Companhia de Petróleo Cruzeiro do Sul e a maior de todas - fundada em julho de 1938 - a Companhia Matogrossense de Petróleo que visava perfurar próximo da fronteira com a [[Bolívia]], país vizinho que já havia encontrado seu petróleo. <ref name=CIAS>[http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/abril2002/unihoje_ju173lobato_pag07.html''Nosso Lobato.'' Jornal da Unicamp]</ref>.
{{Ver artigo principal|[[Monteiro Lobato]]}}
==Resistência do governo brasileiro==
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Lobato sentiu na própria pele que não era fácil desafiar o governo, e seus poderes institucionais. Todas as suas iniciativas foram sabotadas. Lobato recebia ameaças, e nada do que requeria do poder público era deferido. Isso o levou a escrever uma carta cívica ao ditador [[Getúlio Vargas]], onda dava conselhos e fazia reclamações contra o [[Conselho Nacional do Petróleo]] <ref name=CARTA>[http://www.projetomemoria.art.br/MonteiroLobato/monteirolobato/cartaget.html MONTEIRO LOBATO, José Bento Renato. ''Carta ao Presidente Getúlio Vargas. São Paulo: São Paulo, 20 de janeiro de 1935]</ref>. Vargas nunca respondeu à carta de Lobato; ao invés, mandou prendê-lo em 1941, acusando-o de querer desmoralizar o [[Conselho Nacional do Petróleo]].
 
Desanimado em relação à resistência do governo, Lobato desistiu de vez da militância nacionalista quando comprovou que a [[Standard Oil Company]] (precursora da Exxon, Esso) estava mapeando todas as áreas potencialmente petrolíferas do Brasil, desde o final do século 19, com a conivência dos órgãos oficiais do governo brasileiro <ref name=ESCANDALO>[[Monteiro Lobato|MONTEIRO LOBATO]], José Bento Renato. ''O escândalo do petróleo.'' São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1ª EDIÇÃO, 1936.</REFref>.
 
Como a produção de petróleo em outros países poderia ameaçar o seu monopólio, os americanos subornavam nossos políticos, principalmente os dirigentes do [[Conselho Nacional do Petróleo]]. Monteiro Lobato comprovou tudo isso e, enojado, recolheu-se à sua vida de escritor infantil e tradutor. Suas últimas palavras sobre este assunto foram:
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::''"Chega. Não quero nunca mais tocar neste assunto de petróleo. Amargurou-me doze anos de vida, levou-me à cadeia - mas isso não foi o peor. O peor foi a incoercível sensação de repugnância que desde então passei a sentir sempre que leio ou ouço a expressão 'Governo Brasileiro'..."''<ref name=CHEGA>[[Monteiro Lobato|MONTEIRO LOBATO]], José Bento Renato. ''Obras completas, volume 7. São Paulo: Editora Brasiliense, 1951, p.225-227.)</ref>
 
O desafio à cúpula do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] culminou na sua prisão em 1941, e na liquidação das suas companhias. ''"Depois que me vi condenado a seis meses de prisão, e posto numa cadeia de assassinos e ladrões só porque teimei demais em dar petróleo à minha terra, morri um bom pedaço na alma."'' <ref name="CHEGA>[[Monteiro Lobato|MONTEIRO LOBATO]], José Bento Renato. ''Obras completas, volume 7. São Paulo: Editora Brasiliense, 1951, p.225-227.)<"/ref> Para sobreviver, Lobato começou a fazer traduções. ''"A família enfrentou imensas dificuldades financeiras. A família inteira começou a trabalhar."'', disse sua neta, a arquiteta Joyce Campos Kornbluh, ao jornal [[O Estado de S. Paulo]] <ref name=JUCA>CAMARGOS, Marcia e SACCHETA, Vladimir. ''Ele investiu o dinheiro que tinha e o que não tinha.'' O Estado de S. Paulo, 21 de abril de 2006.</ref>
 
::''"Vovô perdeu com o petróleo todo o dinheiro que tinha e o que não tinha, inclusive o de amigos." <ref name="JUCA>CAMARGOS, Marcia e SACCHETA, Vladimir. ''Ele investiu o dinheiro que tinha e o que não tinha.'' O Estado de S. Paulo, 21 de abril de 2006.<"/ref>
 
==Ver também==
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* [[O Poço do Visconde]]
 
{{ref-sectionreferências}}
 
{{esboço-empresa}}
 
[[Categoria:Empresas petrolíferas do Brasil]]