Manuel Azaña Díaz: diferenças entre revisões

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Maañón (discussão | contribs)
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{{Info/Político
|nome=Manuel Azaña
|imagem=Manuel Azaña.JPG
|pais-es=[[Ficheiro:Flag of the Second Spanish Republic.svg|20px]] [[Espanha]]
|mandato=1º - [[1931]] a [[1933]]<br />
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|depois =
|data_nascimento=[[1880]]
|local_nascimento =[[Alcalá de Henares]]
|data_morte=[[1940]]
|local_morte =[[Montauban]]
|partido =
|profissão =
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== Etapa reformista ==
Nascido numa família abastada, tornou-seficou órfão ainda criança, tendoe estudadoestudou no [[mosteiro do Escorial]] com frades [[Cónegos Regrantes de Santo Agostinho|agostinianos]].
 
LicenciadoLicenciou-se em Direito pela [[Universidade de Saragoça]] em 1897. Doutor em Direito pela Universidade Central de Madrid em [[1900]], com uma tese intitulada ''A responsabilidade das multidões'', concursaconcursou à Direção General dos Registros e do Notariado.
 
Em [[1914]] afiliaafiliou-se ao [[Partido Reformista (Espanha)|Partido Reformista]] liderado por [[Melquíades Álvarez]], sendo esse mesmo ano eleito secretário do Ateneu de Madrid. Por esse partido foi apresentado candidato a Deputado a Cortes pela povoação toledana de [[Puente del Arzobispo]], sem sucesso. Em [[1920]] fundafundou a revista ''La Pluma'' junto com quem, passando o tempo, seria o seu cunhado [[Cipriano Rivas Cherif]] e; em [[1922]] dirige o semanário ''España''.
 
Muito crítico com a [[Ditaduraditadura de Primo de Rivera]], publicapublicou em [[1924]] um enérgico notório contra o ditador e contra o rei [[Afonso XIII da Espanha|Afonso XIII]], fundando ao ano seguinte com [[José Giral]] o partido [[Ação Republicana]].
 
== Segunda República ==
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Participou em [[1930]] no [[Pacto de San Sebastián]], gérmen do futuro governo republicano que surgiria do resultado favorável às candidaturas republicanas nas eleições municipais do [[12 de Abril]] de [[1931]] e o subsequente abandono do país por parte do rei Afonso XIII.
 
Nomeado ministro da Guerra no Governo provisório da Segunda República, a [[14 de Abril]] de [[1931]], substituiusubstituiria logodepois a [[Niceto Alcalá-Zamora]] como presidente do Governo provisório (em Outubro do mesmo 1931), devido à demissão deste ao ser aprovado o artigo 14 (finalmente 16) da Constituição, dedicado à questão religiosa. Durante o debate deste artigo, Azaña, que interveio na sua qualidade de deputado, pronunciou um dos seus mais famosos discursos, no que se incluía a famosa frase "Espanha parou de ser católica".:<ref>Discurso completo em http://www.segundarepublica.com/index.php?opcion=6&id=43</ref>
 
{{Quote1|Cada uma destas questões, Sres. Deputados, tem uma premissa inescusável, inapagável na consciência pública, e ao vir aqui, ao tomar feitura e contextura parlamentar, é quando surge o problema político. Eu não me refiro às duas primeiras, mas a isto que chamam problema religioso. A premissa deste problema, hoje político, formulo-a eu desta maneira: Espanha parou de ser católica; o problema político conseguinte é organizar o Estado em formamodo tal que quede adequado a esta fase nova e histórica o povo espanhol.
 
Eu não posso admitir, Sres. Deputados, que isto seja chamado de problema religioso. O autêntico problema religioso não pode exceder dos limites da consciência pessoal, porque é na consciência pessoal onde é formulado e responde à pergunta sobre o mistério do nosso destino. Este é um problema político, de constituição do Estado, e é agora precisamente que este problema perde até as aparências de religião, de religiosidade, porque o nosso Estado, ao contrário do Estado antigo que tomava sobre simsi a curatela das consciências e dava meios de impulsionar àsas almas, mesmo contra a sua vontade, pelo caminho da sua salvação, exclui toda preocupação ultraterrena e tudo cuidado da fidelidade, e tira à Igreja aquele famoso braço secular que tantos e tão grandes serviços lhe foram prestados. Trata-se simplesmente de organizar o Estado espanhol com sujeição às premissas que acabo de estabelecer.
 
Para afirmarmos que a Espanha parou de ser católica temos as mesmas razões, quero dizer da mesma índole, que para afirmarmos que a Espanha era católica nos séculos XVI e XVII. Seria uma disputa vã se nos pusermos a examinar agora que deve Espanha ao catolicismo, o qual acostuma ser o tema favorito dos historiadores apologistas; eu creioacredito mais bem que é o catolicismo quem deve aà Espanha, porque uma religião não vive nos textos escritos dos Concílios ou nos infólios dos seus teólogos, mas no espírito e nas obras dos povos que a abraçam, e o gênio espanhol derramou-se pelos âmbitos morais do catolicismo, como o seu gênio político o seuse derramou pelo mundo nas empresas que todos conhecemos.}}
 
Como presidente do governo de coligação republicano-socialista levalevou a cabo as principais reformas previstas no programa republicano: reforma do Exército, dimensionando-o de acordo às capacidades do país e do erário público; reforma agrária; reforma do ensinamentoensino, potenciando a pública; estatuto de autonomia da Catalunha, etc. Teve, aliásalém disso, tempo para estrear o seu drama ''La Corona''.
 
Todas estas questões políticas, junto com a agitação social existente em grande parte do país, acarretar-lhe-ão múltiplos problemas com os poderes fáticos, especialmente com a Igreja Católica e com parte do Exército, em concreto dos seguidores do general [[José Sanjurjo]] em Agosto de 1932. Finalmente, os acontecimentos de [[Benalup-Casas Viejas|Casas Viejas]], [[Castilblanco]] e [[Arnedo]] motivaram o seu cesse, a [[8 de Setembro]] de [[1933]], por parte do presidente Alcalá-Zamora.
 
== Presidência da República ==
A [[19 de Novembro]] de [[1933]], triunfou a coligação formada pelo [[Partido Republicano Radical]] de [[Alejandro Lerroux]] e a [[Confederação Espanhola de Direitas Autônomas]] (CEDA) de [[José María Gil-Robles]], o que trouxe como conseqüênciaconsequência a sua retirada temporária da política e a sua volta à atividade literária e editorial. Desta data são os livros ''Una política'' e ''En el Poder y en la Oposición'', recompilações de discursos parlamentares.
 
O afastamento político durou pouco, e em [[1934]] fundou o partido [[Esquerda Republicana]], fruto da fusão de Ação Republicana com o [[Partido Republicano Radical Socialista|Radical-Socialista]], liderado por [[Marcelino Domingo]] e a [[Organização Republicana Galega Autônoma]] (ORGA) de [[Santiago Casares Quiroga]].
 
A [[revolução de 1934]] nas [[Astúrias]] e em [[Barcelona]] serviu como pretexto para o acusar de instigador dos mesmos, pelo qual lheo encarceram a bordo do destróier ''Sánchez Barcáiztegui'', ancorado no porto em Barcelona, resultando finalmente absolvido no processo judiciário, acontecimento que narra no seu livro ''Mi Rebelión en Barcelona''.
 
A [[16 de Fevereiro]] de [[1936]], resulta vencedora a coligação de partidos de esquerda denominada [[Frente Popular]], sendo encarregado Azaña encarregue de formar governo. Após a destituição de Alcalá-Zamora, éfoi nomeado Presidente da República a [[10 de Maio]] de 1936.
 
== Guerra civil e exílio ==
{{Artigo principal|[[Guerra Civil Espanhola]], [[Exílio republicano espanhol]]}}
O começo da guerra civil, após as suas inúteis tentativas de conscientizar as diferentes forças políticas republicanas dos perigos da sua desunião, supõe um duro golpe para Azaña. A isto é adicionada a solidão a que o relegou, em Madrid, o Governo republicano. O posterior desenvolvimento da contenda piorou o seu estado de ânimo, como fica fielmente refletido nosnas seus cadernos desuas memórias, onde se relatamrelata os seus desencontros com líderes do governo, como [[Francisco Largo Caballero]] e, especialmente, [[Juan Negrín]].
 
A [[18 de Julho]] de 1938, ante as [[Cortes]] reunidas em Barcelona, pronunciou o célebre discurso no que instava à reconciliação entre os dois bandos, sob o lema ''Paz, Piedad, Perdón''.
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Ocupada Barcelona pelo exército sublevado a [[26 de Janeiro]] de 1939 e [[Gerona]] a [[5 de Fevereiro]], este mesmo dia retira-se a França. A 27 do mesmo mês, ao reconhecer a França e a Grã-Bretanha o governo ditatorial do general Franco, apresentou a sua demissão como Presidente da República, sendo substituído com caráter provisório por [[Diego Martínez Barrio]].
 
Refugiado emno [[Roselhão (França)|Roselhão]], com média França ocupada pelo exército [[Alemanha|alemão]] e outra média sob administração do governo títere de [[Pétain]], é vigiado e fustigado sem cessar por agentes do regime ditatorial do general [[Francisco Franco|Franco]], que pretendempretendiam a sua captura e deportação à Espanha. Finalmente, a [[Gestapo]] decidedecidiu detê-lo. O embaixador do [[México]] frente do [[França de Vichy|regime de Vichy]], [[Luis I. Rodríguez]], apercebido aparentemente pelos próprios alemães, consegueconseguiu livrar aoo presidente dos seus captores e transladá-lo, numa difícil viagem em ambulância, apara [[Montauban]], em primeiro lugar ao 34 da Rua de Michelet e logo ao ''Hôtel du Midi'', onde a legação mexicana utilizou vários quartos como sede provisória e, na que se refugiaram numerosos espanhóis exilados na espera de poderem fugir da França.
 
[[Ficheiro:Tumbazana.jpg|thumb|200px|Tumba de Manuel Azaña no cemitério urbano de Montauban.]]
 
Azaña instalou-se com a sua esposa no quarto número 11 do ''Hôtel du Midi'', ao mesmamesmo que utilizavausava como moradia e escritório o embaixador (e onde há ainda uma placa que lembra esse fato). Ali, prematuramente envelhecido e esgotado pela penúria sofrida, faleceu a [[4 de Novembro]] de 1940.
 
O marechal [[Pétain]] proibiu que fosse enterrado com honras de Chefe de Estado: somente acedeu a que forafosse coberto o seu féretro com a bandeira espanhola, na condição de esta foraser a bicolor tradicional, e em jeito algum a [[Bandeira da Segunda República Espanhola|republicana]]. O embaixador do [[México]] decidiu então que forafosse enterrado coberto com a [[Bandeira do México|bandeira mexicana]]. Segundo conta nas suas memórias, Rodríguez disse ao prefeito francês:
 
{{Quote1|Cobri-lo-á com orgulho a bandeira do México- Para nós será um privilégio; para os republicanos, uma esperança, e para vocês, uma dolorosa lição.}}
 
Os seus restos repousam no cemitério de Montauban (''Trapeze Q, Section 7''). Deixou escrito que não se movimentassem do sitio onde repousaramrepousassem.
 
Existe a ''Associação Manuel Azaña'', que gere uma livraria e organiza atos culturais por todana Espanha.
 
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