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Nasceu em Sevilha a [[25 de novembro]] de 1883, filho de um pedreiro e de uma vendedora do mercado. O mesmo manifesta nas suas memórias o seguinte:<ref name="memórias">Memorias Diego Martínez Barrios ISBN 84-320-5690-1</ref> “A minha infância não conheceu outras alegrias que as inevitáveis da idade, misturadas com escassez que, depois da morte da minha mãe, se tornaram misérias”.
 
Em efeito, quando contava onze anos falecefaleceu a sua mãe e muito pronto começou a trabalhar, dedicando o dia à sua atividade laboral como tipógrafo e as noites a uma leitura apaixonada de quantos livros e periódicosjornais chegavam às suas mãos.
 
Muito pronto afiliaafiliou-se à "Juventude Republicana de Sevilha" e ao [[Partido Republicano Radical]] fundado por [[Alejandro Lerroux]]. ComeçaComeçou a sua atividade jornalística. Durante o serviço militar (1907), esteve dois meses no calabouço acusado de um delito de opinião por um artigo, embora finalmente o caso fosse despronunciado.
 
Em 1908 afiliou-se à [[Maçonaria]], começando na loja “La Fe de Sevilla”. Teve um papel muito importante durante várias décadas na maçonaria espanhola. Foi eleito como [[Grande Mestre]] do ''[[Gran Oriente Español]]''.
 
Mais tarde funda o diário ''El Pueblo'' e contribui para a difusão das ideias republicanas na província de Sevilha e na Andaluzia ocidental. Em 1910 iniciou a sua carreira política, sendo eleito vereador do Município de Sevilha cargo que renovarenovou após as eleições de 1920.
 
Em 1923 apresentaapresentou-se candidato para deputado anas Cortes e, embora fosse eleito, a Junta do Censo e o Tribunal Supremo anularam a sua designação em favor de [[Juan Ignacio Luca de Tena]], o qual recusou tomar posse do cargo.
 
Mais tarde seria eleito presidente do Partido Republicano Radical da província de Sevilha. Durante a [[ditadura de Primo de Rivera]] liderou a oposição ao regime na Andaluzia Ocidental.
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===Proclamação da República===
 
A [[15 de abril]] de 1931, acompanhado por [[Marcelino Domingo]], [[Indalecio Prieto]] e [[Lluis Nicolau d'Olwer]], que também estavam no exílio, regressou para Espanha em um comboio. A viagem, apenas cruzar a fronteira, tornou-se numa apoteose, as pessoas amontoavaamontoavam-se nas estações, e até mesmo o comboio houve de se deter em povoações nas quais habitualmente não o fazia para satisfazer a população. O entusiasmo popular ao passar a comitiva foi enorme. Em Valladolid apresentou-se o capitão-general Fernandez Pérez junto ao seu estado maior enquanto as bandas militares interpretavam o [[Hino de Riego]], já Hino Nacional. Nada maisAo chegar a Madrid trasladou-se diretamente para o Ministério da Governação, onde era constituído o governo provisório da República, no que ocuparia a carteira de Ministro de Comunicações.
 
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Posteriormente foi Ministro de Governação com Lerroux, embora depois abandonasse o partido devido à sua disconformidade com a política seguida por aquele de pactos com a [[CEDA]] presidida por [[Jose María Gil Robles]], fundando o seu próprio partido que denominaria [[Partido Radical Democrata]] que mais tarde se integraria na [[União Republicana (Espanha, 1934)|União Republicana]].
 
Integrada a União Republicana na [[Frente Popular (Espanha)|Frente Popular]], Martínez Barrio foi eleito deputado por Madrid nas [[Eleições em Madrid durante a Segunda República Espanhola|eleições]] de 16 de fevereiro de 1936 (ao tratar-se de um sistema eleitoral de listas abertas é importante sublinhar que foi o segundo candidato mais votado com 224.337 votos, precedido unicamente com uma diferença de 203 votos pelo candidato do PSOE [[Julián Besteiro]]). Foi nomeado Presidente das Cortes e exerceu de maneiramodo interinainterino como Presidente da [[Segunda República Espanhola|República]], no período compreendido entre [[7 de abril]] e [[10 de maio]] de [[1936]], com ocasião da destituição de [[Niceto Alcalá-Zamora|Alcalá Zamora]].
 
===Guerra Civil===
 
Na noite de 18 a [[19 de julho]] de 1936, [[Manuel Azaña]], após a demissão de [[Santiago Casares Quiroga]], ofereceu-lhe a difícil tarefa de formar um governo de conciliação que pudesse evitar o começo da guerra. Durante umas horas de atividade frenética, telefonou a vários chefes militares num última tentativa para que depusessem a sua atitude, conseguindo-o com vários deles em parte graças a amizades pessoais. Finalmente, segundo relata nas suas memórias, falou por telefone com o [[Emilio Mola|general Mola]], que recusou qualquer aproximação.<ref name=memórias>Memorias Diego Martínez Barrios ISBN 84-320-5690-1</ref>
A [[20 de julho]], apresentou a demissão ao compreender que a guerra civil era inevitável. Foi então substituído por [[José Giral]].
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===Exílio===
 
Com a queda da República exilou-se, primeiro na [[França]] e depois no [[México]], onde em [[1945]] seria designado Presidente da [[República espanhola no exílio|República no exílio]], cargo que ocupou até a sua morte. Finalmente voltavoltou para Paris, onde faleceria. Trinta e oito anos mais tarde, em [[2000]], o seu restos seriam transladados a Sevilha, a sua cidade natal.
 
Em 2008, o [[Município de Sevilha]] rendeu homenagem ao político sevilhano com a publicação da obra ''Palabra de republicano'',<ref>Palabra de republicano ISBN 978-84-96098-96-1</ref> que recolhe os diferentes discursos, conferências, intervenções parlamentares, meetings e atos públicos nos quais interveio Martínez Barrio entre 1901 e 1959, bem como uma importante amostra da sua correspondência epistolar.