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{{geocoordenadas|52_30_31_N_13_21_53_E_type:landmark_region:DE-BE|52° 30' 31" N, 13° 21' 53" O}}
[[Ficheiro:Berlin Kulturforum 2002a.jpg|thumb|200px|A Gemäldegalerie no Kulturforum.]]
 
A '''Gemäldegalerie''' é um museu de arte localizado na ''Kulturforum Potsdamer Platz'' em [[Berlin]], na [[Alemanha]], sendo um dos mais importantes do mundo por sua excelente coleção de arte européia dos séculos [[século XIII|XIII]] ao [[século XVIII|XVIII]].
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== História ==
A primeira idéia para a constituição de uma coleção de arte pública e de caráter educativo em Berlin surgiu por volta de [[1797]] através do [[arqueólogo]] [[Aloys Hirt]]. Ele advogava ainda que a coleção deveria ser formada exclusivamente sobre uma base cultural e científica, diferentemente das outras coleções principescas que existiam, e deveria gerir a si mesma com autonomia. Seu projeto logo encontrou apoio do [[arquiteto]] [[Karl Friedrich Schinkel]], do erudito [[Carl Friedrich von Ruhmor]] e do rei [[Frederico Guilherme III da Prússia|Frederico Guilherme III]], o qual logo disponibilizou parte de sua coleção privada, com cerca de 650 obras.
[[Ficheiro:FWIII.jpg|thumb|200px|Frederico Guilherme III.]]
Com o retorno das tropas da [[Prússia]] após as [[Guerras Napoleônicas]], outros 133 itens confiscados pelos [[França|franceses]] voltaram ao seu país de origem, aumentando a coleção. Contudo, o grupo reunido não perfazia um perfil adequado da arte européia, segundo os critérios estabelecidos, e logo considerou-se necessário adquirir-se obras complementares. A primeira oportunidade para tal ofereceu-se em [[1815]], quando o rei adquiriu cerca de 150 peças da ''Coleção Giustiniani'' em [[Paris]], com arte [[Itália|italiana]], e que logo foram integradas ao museu. Em [[1819]] outro incremento veio com a aquisição da coleção de [[Edward Solly]], um [[Inglaterra|inglês]] residente em Berlin, amigo de Schinkel e Hirt, com trabalhos italianos dos séculos XIII ao XVI, alemães, [[Holanda|holandeses]] e alguns itens de outros países.
 
Nesta altura iniciaram os planos para a construção de um prédio especial para abrigar a crescente quantidade de pinturas, formando-se uma comissão para definir o projeto, e para organizar a estrutura de funcionamento e o sistema de futuras exposições, chefiada por [[Wilhelm von Humboldt]] como curador.
Com a aquisição de um outro lote de obras, em [[1830]] o museu, então denominado [[Altes Museum]], foi considerado pronto para ser entregue ao público, contando com 1198 pinturas e outros objetos da antigüidade, sendo instalado no pavimento superior do edifício construído por Schinkel. Seu primeiro diretor foi [[Gustav Friedrich Waagen]]. A coleção foi organizada em três departamentos, dois com peças mostradas segundo critérios históricos e estilísticos, e outra seção fechada ao público em geral, contendo peças mantidas à parte por exibir uma moral incomum, às quais somente convidados tinham acesso. A entrada para as seções livres era gratuita, mas o público deveria anunciar sua visita com antecipação.
[[Ficheiro:Berlin Altes Museum Friedrich Thiele 1830.jpg|thumb|leftesquerda|200px|O ''Altes Museum'' em 1830, em aquarela de Friedrich Thiele.]]
 
Logo percebeu-se que a coleção apresentada não seria a final, e seria preciso outras aquisições para enriquecer o painel de arte européia e preencher as lacunas ainda existentes. Assim, Humboldt requisitou a criação de um fundo para suprir os recursos necessários, o que foi concedido pelo rei em um montante de 20 mil [[táler]]es anuais, suplementado por verbas extras quando fosse o caso de surgirem no mercado obras de especial interesse. Contudo, a coleção não progrediu como o desejado, pois a verba disponível deveria cobrir custos em outras áreas do museu, como o pagamento de pensões para doadores, estabeleceu-se uma morosa burocracia no sistema de aquisições que fossem superiores a mil táleres, e o mercado de arte começou a experimentar uma rápida ascensão nos preços gerais. Destarte novas incorporações passaram a acontecer pela participação esporádica em leilões em [[Londres]] e Paris, onde se ofereciam as obras de melhor qualidade, e pelas doações, que usualmente se constituíam apenas de obras menores. Outras dificuldades foram aquisições de obras que depois se provaram falsas, ou estavam em más condições.
 
Neste impasse Waagen concluiu que a coleção não seria ampliada satisfatoriamente apenas através dos poucos leilões e das doações, e desenvolveu um plano, em [[1841]], para realizar aquisições diretamente na Itália, de igrejas e acervos principescos privados. Com o apoio do novo rei, [[Frederico Guilherme IV da Prússia|Frederico Guilherme IV]], partiu ele para lá com uma verba de 100 mil táleres, e conseguiu coletar um lote de obras muitos significativas, que incluía trabalhos de [[Fra Bartolomeo]], [[Domenico Veneziano]], [[Lorenzo Lotto]], [[Giovanni Battista Moroni]], [[Palma il Vecchio]], Rafael, [[Tintoretto]], Ticiano e [[Veronese]]. Mesmo assim seus critérios e escolhas foram criticados em seu retorno, e sua capacidade para novos projetos foi posta em dúvida. Além disso este esquema de viagens não se revelava eficaz o bastante, tendo de competir com verdadeiras redes de agentes trabalhando para outros grandes museus que na época estavam também em expansão, e novamente a coleção entrou em um período de poucas novidades. De qualquer forma, no final de sua gestão Waagen havia conseguido trazer cerca de 400 novas peças para o acervo.
[[Ficheiro:Gg altesmuseum2.jpg|thumb|200px|leftesquerda|Aspecto de uma sala do ''Altes Museum'' em 1884, em xilogravura de Ernst Henseler.]]
 
Em [[1871]] Berlin se tornou a capital do [[Império Alemão]], recentemente instituído. A mudança no ''status'' e o crescente senso de orgulho nacional tornou uma obrigação para os berlinenses equiparar sua galeria de arte com as melhores coleções de outras importantes capitais da Europa e sobrepujar os centros culturais de [[Dresden]] e [[Munique]], então mais brilhantes. Contudo, a competição entre os museus e colecionadores privados, e a procura por obras de arte, cresciam sem cessar, elevando drasticamente seus preços, o que atraiu muitos nobres a se desfazerem de suas coleções privadas. Neste momento foi indicado novo curador [[Julius Meyer]], logo recebendo ajuda de [[Wilhelm von Bode]], que consideraram prioridade suprir as lacunas da linha de tempo da coleção com poucas peças-chave de alta qualidade, sem dispersar recursos com a compra de uma multiplicidade de obras menos significativas, e solicitaram a concessão de verbas adicionais para uma nova viagem à Itália.
 
Contando com 100 mil táleres, iniciaram suas pesquisas, mas logo se viram decepcionados por uma série de dificuldades operacionais, com o progressivo fechamento do mercado italiano para estrangeiros, e com a lentidão das negociações com proprietários. Mesmo assim lograram adquirir algumas peças importantes de [[Luca Signorelli]], [[Tiepolo]], Tintoretto e [[Verrocchio]]. Com a frustração do projeto, decidiu-se então trilhar um novo rumo e criou-se uma rede de agentes em diversas capitais, agilizando o processo de aquisições e tornando-o competitivo. Este sistema logo revelou-se eficiente o bastante para nos anos imediatamente a seguir dotar o museu com uma série de obras de primeiro nível, incluindo as pertencentes a [[Barthold Suermondt]], então o maior colecionador privado da Europa. O trabalho sistemático e ávido de Bode levou a Gemäldegalerie a se tornar uma das mais importantes reuniões de pintura européia. Entretanto, em [[1887]] a coleção foi reorganizada, e cerca de mil obras pouco exibidas ou de atribuição duvidosa foram leiloadas. Uma atitude discutível sob o ponto de vista atual, na época era comum, e foi considerada adequada, tanto que em [[1890]] Bode foi indicado novo diretor da galeria.
[[Ficheiro:Max Liebermann Bildnis Wilhelm Bode.jpg|thumb|Wilhelm von Bode em retrato de Max Liebermann.]]
Sua primeira dificuldade administrativa foi ter de lidar com a crescente falta de espaço no antigo edifício, e logo iniciou planos para a construção de um novo, agora concebido para funcionar segundo uma nova sistemática de exposição, com peças de vários gêneros integradas num mesmo espaço a fim de reconstituir com maior fidelidade e coerência cada época ou estilo, seguindo uma idéia de inspiração [[renascentista]]. Encontrou oposição de início, mas o apoio do casal imperial bastou para que em [[1896]] fossem iniciados os trabalhos, sob direção do arquiteto [[Ernst von Ihne]]. A seção de arte antiga permaneceu no prédio do Altes Museum e as pinturas e esculturas mais recentes foram deslocadas para a nova sede, inaugurada em [[18 de outubro]] de [[1904]]. Nesta ocasião o museu recebeu a importante doação das coleções privadas de [[Alfred Thiem]] e [[James Simon]], e passou a se denominar oficialmente ''Kaiser-Friedrich-Museum'' (mais tarde renomeado [[Museu Bode]]), em homenagem ao Imperador [[Frederico I da Alemanha|Frederico I]].
[[Ficheiro:Kaiser friedrich museum1.jpg|thumb|200px|leftesquerda|Aspecto da organização das obras em uma sala do ''Kaiser-Friedrich-Museum'' por volta de 1906.]]
 
Nos anos seguintes Bode se tornou uma figura central no circuito de arte berlinense, ampliando a coleção do museu e assessorando a formação de diversas coleções privadas. Em [[1910]] as obras foram novamente reorganizadas e o espaço, já ficando outra vez exíguo, levou à elaboração de planos para mais uma ampliação do edifício, e ao mesmo tempo decidiu-se adquirir muitas obras de arte alemã. Para financiar os gastos a entrada ao museu passou a ser cobrada. Contudo, na seqüência da [[I Guerra Mundial]], parte do acervo da instituição teve de ser alienado, sendo entregue à França por força dos termos do [[Tratado de Versalhes]].
 
Nos [[Década de 1930|anos 30]] nova reorganização: foi criado o [[Deutsches Museum|Museu Alemão]], para onde foram transferidas as peças de arte alemã, holandesa e francesa, junto com [[escultura]]s dos períodos correspondentes, perda compensada em [[1936]] com a incorporação de cerca de metade do grande acervo do [[Banco de Dresden]].
 
Durante a [[II Guerra Mundial]] o museu foi fechado, a coleção foi removida de sua sede e abrigada em ''[[bunker]]s'' em locais protegidos, e o prédio foi severamente danificado por bombas. Como resultado dos transtornos de guerra mais de 400 obras importantes se perderam para o museu, sendo destruídas, roubadas ou vendidas ilegalmente. Mais de 200 delas foram capturadas pelo [[Exército Vermelho]] e levadas à [[União Soviética]]. Após a divisão da cidade pelo [[Muro de Berlin]] a coleção foi novamente prejudicada por sua separação em dois centros de exposição. A primeira etapa da reorganização do museu perdurou até [[1963]], abrindo apenas 10 salas com cerca de 91 pinturas em exposição. Nesta altura a pinacoteca foi reinstalada precariamente no agora chamado [[Museu Bode]], que entretanto não dispunha de espaço de exposição para muitas obras. Nas comemorações dos 750 anos da fundação de Berlin, em [[1987]], o museu pôde abrir 26 salas com cerca de 350 peças, sem contar as miniaturas, expostas desde [[1979]].
 
Com a reunificação da cidade em [[1992]], iniciaram-se acirrados debates sobre o destino da coleção de arte dispersa em locais diferentes e em grande parte oculta há anos em depósitos, sem poder ser apreciada pelo público. Por suas dimensões, a coleção não poderia ser levada integralmente para o Museu Bode, e organizou-se a elaboração de um projeto para uma nova sede própria. Em [[1995]] foi feito um levantamento das perdas sofridas pelo acervo em todas as últimas décadas desde antes da II Grande Guerra, agrupadas nas seguintes classes:
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* ''Containers'' perdidos nas transferências da coleção,
* Obras levadas à União Soviética e nunca devolvidas,
* Perdas avulsas anteriores a [[1945]],
* Peças roubadas e destruídas,
* Peças faltantes com paradeiro ou destino ignorado.
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== A Coleção ==
[[Ficheiro:Albrecht Dürer 078.jpg|thumb|Dürer: ''Retrato de Hieronymus Holzschuher''.]]
Após sua criação em 1830 a coleção da Gemäldegalerie foi sendo aumentada sistematicamente, incluindo hoje obras-primas de [[Jan van Eyck|Van Eyck]], [[Pieter Brueghel o velho|Brueghel]], [[Dürer]], [[Rafael]], [[Ticiano]], [[Caravaggio]], [[Rubens]], [[Vermeer]] e [[Rembrandt]], além de muitos outros mestres.
 
Suas seções são organizadas da seguinte forma:
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ImageFicheiro:Petrus Christus 006.jpg|Christus: ''Retrato de Jovem Menina''
ImageFicheiro:Amor_Victorious.jpg|Caravaggio: ''Amor Vitorioso''
ImageFicheiro:Hans Baldung 004.jpg|Baldung: ''Lamentação de Cristo''
ImageFicheiro:Gentile da Fabriano 044.jpg|Fabriano: ''Madonna com São Nicolau, Santa Catarina e o doador''
ImageFicheiro:Holbein, Hans - Georg Gisze, a German merchant in London.jpg|Holbein: ''Retrato do mercador Georg Gisze em Londres''
ImageFicheiro:Raffael 033.jpg|Rafael: ''Madonna Terranuova''
ImageFicheiro:Pieter de Hooch 016.jpg|De Hooch: ''Mãe junto ao berço''
ImageFicheiro:Tizian 096.jpg|Ticiano: ''Venus com um organista, Amor e um cão''
ImageFicheiro:Vermeer - The Wine Glass.JPG|Vermeer: ''O copo de vinho''
ImageFicheiro:Rogier van der Weyden 029.jpg|Van der Weyden: ''Retrato de moça''
ImageFicheiro:Antoine Pesne 005.jpg|Pesne: ''Retrato do artista com suas duas filhas''
ImageFicheiro:Rembrandt Harmensz. van Rijn 065.jpg|Rembrandt: ''José e a esposa de Putifar''
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* GEMÄLDEGALERIE, capítulo 1, História. In: Wikipedia: Die freie Enzyklopädie. Disponível em: <[http://de.wikipedia.org/wiki/Gem%C3%A4ldegalerie_%28Berlin%29#Geschichte_der_Gem.C3.A4ldegalerie Gemäldegalerie (Berlin)]>. Acesso em: 1 de dezembro de 2007.
 
== {{Ligações externas}} ==
* [http://www.smb.spk-berlin.de/smb/sammlungen/details.php?lang=en&objID=5&n=1&r=6 Página da Gemäldegalerie]
{{Commons|Gemäldegalerie}}
* [{{Link||2=http://www.smb.spk-berlin.de/smb/sammlungen/details.php?lang=en&objID=5&n=1&r=6 |3=Página da Gemäldegalerie]}}
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