Fuzileiro: diferenças entre revisões
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Originalmente, '''fuzileiro''' era um [[soldado]] armado com [[espingarda de pederneira]]. O termo foi introduzido no [[século XVII]] e deriva da palavra "[[fuzil]]". Esta designava, originalmente, a peça móvel de aço onde percutia a pederneira de uma [[espingarda]], passando mais tarde, por extensão, a ser usada para designar a própria espingarda.
Na maioria dos exércitos do [[século XVIII|séculos XVIII]] e [[século XIX|XIX]], os fuzileiros
Os fuzileiros desapareceram no final do século XIX, com a caída em desuso das táticas de formação cerrada. Contudo, o uso do termo "fuzileiro" manteve-se, em algumas [[forças armadas]], para designar os soldados de infantaria. Hoje em dia, nos países de [[língua portuguesa]], é especialmente usado para designar os soldados de [[infantaria naval]].
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Aparentemente, as primeiras tropas designadas "fuzileiros" foram criadas pelo Rei [[Luís XIV de França]] em meados do [[século XVII]] e consistiam em companhias montadas, armadas com espingardas de pederneira, destinadas à escolta e disciplina da [[artilharia]]. Como era perigoso manter as [[pavio|mechas]], dos vulgares mosquetes, acesas perto das [[boca de fogo|bocas de fogo]], das suas [[munição|munições]] e da [[pólvora]], foi decidido equipar estas tropas com armas de fecho de pederneira. Em [[1671]], as companhias de fuzileiros de escolta de artilharia dariam origem ao ''Regiment de Fusiliers du Roi'' (Regimento de Fuzileiros do Rei), o qual seria já equipado com espingardas de pederneira e baioneta. Este regimento seria, posteriormente, transformado em regimento de artilharia, mas a designação "fuzileiros" seria aplicada aos soldados armados com espingarda de outras unidades.
Na transição do século XVII para o século XVIII, o uso da espingarda de pederneira tinha-se alargado, sendo a mesma empregue por todos os soldados de infantaria, em substituição tanto do mosquete de mecha como do pique. Os soldados assim armados podiam agora combater à distância como os anteriores mosqueteiros, bem como atuar pelo choque combatendo com baionetas, como os anteriores piqueiros. Seguindo o modelo francês, na maioria dos exércitos europeus, os soldados regulares armados de espingarda de pederneira passaram a ser conhecidos como "fuzileiros". Os fuzileiros
[[Imagem:Batalhão de Fuzileiros da Guarda Nacional.jpg|thumb|right|300px|Fuzileiros da Guarda Nacional do Brasil, em [[1840]].]]
De observar que o termo "fuzileiro" não foi aplicado da mesma forma em todos os exércitos. Por exemplo, nos exércitos da [[Prússia]] e da [[Rússia]], os soldados das companhias do centro dos regimentos de infantaria de linha continuaram a ser designados "mosqueteiros", sendo o termo "fuzileiros" aplicado aos soldados de determinadas unidades de [[infantaria ligeira]]. Já no [[Exército Britânico]], o termo "fuzileiros" passou a ser aplicado a algumas unidades apenas como designação honorífica.
Durante o século XIX, à medida que iam sendo generalizadas as armas de cano de alma estriada, que ia sendo desenvolvido o carregamento pela culatra e que eram introduzidos os sistemas de repetição, as antigas táticas da infantaria de linha em formação cerrada foram-se tornando obsoletas. Os fuzileiros foram adoptando cada vez mais as táticas de formação dispersa em [[linha de atiradores]], anteriormente reservadas aos atiradores e outras tropas de infantaria ligeira. Na segunda metade do século XIX, praticamente tinha desaparecido a distinção prática entre fuzileiros e atiradores. Assim, a maioria dos exércitos aboliu formalmente
== Fuzileiros por países ==
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=== Reino Unido ===
[[Imagem:Royal Regiment of Fusiliers in Rochdale.jpg|thumb|300px|Soldados britânicos do Regimento Real de Fuzileiros.]]
Os fuzileiros originais do [[Exército Britânico]] integravam o ''Royal Regiment of Fuzileers'' (Regimento Real de Fuzileiros) levantado em [[1685]], segundo o modelo do Regimento de Fuzileiros do Rei francês. Tal como os seus correspondentes franceses, os fuzileiros britânicos
A designação "fuzileiros" foi subsequentemente aplicada a vários outros regimentos de infantaria, durante os séculos XVIII e XIX. Contudo, a designação era apenas uma distinção histórica, não estando associada a qualquer função ou tipo de armamento especiais, já que toda a infantaria passou a estar armada com mosquetes de pederneira e baioneta. Em [[1865]], foi autorizado o uso de coberturas distintivas aos membros dos regimentos de fuzileiros do Exército Britânico, que consistiam em [[colbaque]]s de pele de [[guaxinim]] para os praças e em [[barretina]]s de pele de [[urso]] - semelhantes às dos Guardas a Pé - para os oficiais. O emblema dos fuzileiros consistia numa granada flamejante, onde era colocado o distintivo individual de cada regimento. Depois da [[Segunda Guerra dos Boers]], todos os regimentos de fuzileiros passaram a
No início da Primeira Guerra Mundial, o Exército Britânico incluía nove regimentos de fuzileiros. Entre [[1920]] e [[2006]], uma série de fusões e de reorganizações levou à extinção da maioria dos regimentos de fuzileiros, hoje apenas se mantendo o ''The Royal Regiment of Fusilieers'', criado em [[1968]], a partir de quatro antigos regimentos. Para além daquele, alguns batalhões de outros regimentos de infantaria mantêm o título e as tradições de fuzileiros.
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