Companhia Catalã: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Byzantium1025.jpg|250px|thumb|right|Mapa do [[Império Bizantino]] em [[1025]]]]
[[Ficheiro:Serres IM Prodromou Andronicos.jpg|250px|thumb|Imperador Andrónico II num fresco presente num mosteiro em Serres, Grécia.]]
A '''Companhia Catalã''' foi um grupo de unscerca de 6000 [[Almogávares]] comandados por [[Roger de Flor]]. Foram chamados pelo [[imperador Bizantino]] [[Andrônico II]] em [[1303]], para lutar contra os [[Otomanos|Turcos]] que ameaçavam o [[império Bizantino]].
 
==A chegada dos Catalães==
Os [[Catalães]], antes de chegarchegarem a Bizantino, estavam ao serviço de [[Frederico II da Sicília]]; mas depois da [[paz de Caltabellotta]] ([[1302]]) entre Frederico e [[Carlos II de Nápoles|Carlos II de Anjou]], a Companhia catalã ficou sem trabalho. Então, os Catalães tomaram como chefe a [[Roger de Flor]], um aventureiro, antigo [[templários|templário]] expulso da Ordem por roubo. Este último, ao fato dos problemas que sacudiam o império Bizantino, ofereceofereceu os seus serviços a [[Andrônico II Paleólogo|Andrônico II]] em troca do título de "[[Megaduque]]", bem como a mão de uma princesa e, para as suas tropas, um salário do duplo do habitual para [[mercenário]]s. Andrônico aceitou as condições, após buscar desesperadamente durante vários anos ajuda estrangeira para lutar contra os turcos.
 
Desde a sua chegada em setembro de 1303, os Catalães conquistaram [[Constantinopla]]. Uns dias mais tarde, massacraram toda uma companhia de Genoveses que reclamavam o pagamento das suas dívidas. Andrônico, então, enviou-os à [[Ásia Menor]] para combater os Turcos que chegaram até o [[Bósforo]] e reduziram as populações locais à escravidão.
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Infelizmente, a relação entre os Catalães e os locais não foi boa, os homens de Roger de Flor cometeram excessos.
 
Enquanto Roger de Flor estava em campanha, os habitantes da cidade capturaram o seu botim e, ao regresso dos Catalães, fecharam as portas da cidade. Os Catalães aprestaram-se a assediar a cidade quando foram chamados aà [[Europa]] por Andrônico para lutar contra os [[Búlgaros]].
 
==Primeiros problemas entre Andrônico e Roger de Flor==
O [[csar]] búlgaro [[Teodoro Sviétoslav]] invadiu em 1305 o território do Império e aprestava-se a atacar os portos dedo [[Marmar Negro]]. [[Miguel IX Paleólogo|Miguel IX]] tentou rejeitá-lo, mas foi derrotado perto de [[Adrianópolis]]. O imperador preparava a sua revancha e teve de fazer fundir a sua louça para levantar um novo exército - fato anecdótico que amostra a crescente pobreza de [[Bizâncio]]. Apesar disso, a situação era ruim e Andrônico mandou chamar a Roger de Flor.
 
Mas o [[exército bizantino]] opôs-se.<ref>Miguel IX escreveu ao seu irmão dizendo que a chegada dos Catalães provocaria uma revolta no exército</ref> Enquanto isso, os Catalães já cruzaram o Bósforo e encontravam-se em [[Gallipoli]]. Andrônico pediu-lhes que voltassem para a Ásia, mas Roger de Flor, recusou este câmbio de postura e pediu a Constantinopla que os seus soldados fossem pagos. O Basileus enviou-lhe uma pequena quantidade de dinheiro. Ao mesmo tempo, desembarcaram reforços, para Roger, em [[Madyta]], dirigidos por [[Berenguer de Entença]], um nobre aragonês. Berenger tinha sido, de fato, enviado por [[Jaime II de Aragão]] e Frederico II da Sicília. Para aceder ao título de Kaisar, Roger de Flor cedecedeu a Berenguer de Entença o seu título de [[megaduque]]. Quando as relações entre eles e os Bizantinos pareciam pacificar-se, Andrônico queixou-se dos imensos sacrifícios que levava feito pelos Catalães. Esta reação desgostou enormemente a Berenguer.
 
==Guerra aberta entre os Catalães e Constantinopla==
[[Ficheiro:Companyia_catalan_d'orient_1303-1304.svg‎|center|thumb|350px|Movimentos da Companhia entre 1303 e 1304]]
Em janeiro de [[1307]], os Turcos atacaram [[Filadélfia (Ásia Menor)|Filadélfia]] e o rei da Sicília preparou uma expedição para tomar Constantinopla. Andrônico, como último recurso, reconciliou-se com Roger de Flor, nomeando-o César e dando-lhe como feudo as províncias da [[Ásia Menor]]. Roger preparou-se para atacar os Turcos com 3000 homens. Os Catalães desembarcaram na Ásia, mas Roger cometeu então o erro de ir saudar a Miguel IX, ignorando a hostilidade deste para com ele. O novo Basileus recebeu-o suntuosamente mas, durante o festim (7 de abril 1307), Roger e o seu séquito foram assassinados,. Ao mesmo tempo, os Turcos, chamados por Miguel IX, desembarcavam em Gallipoli e matavam um grande número de Almogávares.
 
O assassinato de Roger de Flor desencadeou a cólera dos Catalães.
 
Sob comando de Berenger de Entença, os Catalães massacraram a totalidade dos habitantes de Gallipoli e criaram uma espécie de Estado. Berenger, com uma pequena frota, dedicou-se à pilhagem na [[Propontida]], assassinando os seus habitantes. Contudo, ao seu regresso, os Genoveses capturaram o chefe catalão. Miguel IX tentou destruir o Estado catalão, mas foi derrotado em [[Apros]], aao sul-oeste de [[Rodesto]]. Privado de tropas, o Império não pôde impedir que os Almogávares saqueassem a Trácia e matassem ou reduzissem à [[escravidão]] a população. Os Catalães queimaram os estaleiros imperiais. Pouco a pouco, a tropa catalã tornou-se numa força multinacional: em efeito, os Gregos desertores dos Italianos e dos Turcos reforçaram os efetivos de Berenger. Para além disso, [[Fernand Ximénez]] de Arenos desembarcou em Madyte com novos reforços almogávares. [[Bernat de Rocafort]] instalou-se em Rodosto e [[Ramon Muntaner]], um historiador aragonês, foi designado governador de Gallipoli. Durante dois anos e meio os Almogávares saquearam e massacraram as populações do território Bizantino. O genovês [[Família Spínola|Spinola]] tentou atacar Gallipoli em julho de 1308, mas a sua expedição fracassou. Pelo seu lado, Berenger de Entença, pago pelo rei aragonês, fez uma demonstração de força ante Constantinopla.
 
==Divisão das forças catalãs==
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Pouco a pouco, os recursos da península de Gallipoli acabaram-se e os Catalães decidiram ir-se. Em 1308, o infante [[Fernando de Maiorca]], sobrinho de Frederico II, tomou sob o seu comando a Companhia Catalã. Berenguer de Entença, Ximénez e Muntaner reconheceram o seu mandato, mas Bernat de Rocafort recusou. A saída dos Almogávares para terras mais frutíferas não se desenvolveu como era previsto; após cruzarem o [[rio Maritsa]], as tropas de Bernat de Rocafort enfrentaram-se com as de Entença. Este último faleceu durante a batalha. Conhecendo o sucedido, Ximénez fugou-se para Constantinopla, onde Andrônico o esposou com uma das suas sobrinhas e nomeou-o [[megaduque]].
 
Constantinopla viu os Catalães dividirem-se e abandonar o território do Império. Rocafort ameaçou inutilmente [[Tessalônica]] e partiu para a península de [[Cassandreia]] onde saqueou tudo, até mesmo os mosteiros do [[Monte Athos]]. Fernand e Muntaner marcharam de [[Thasos]] com uma frota e dirigiram-se para o [[Negroponte]], onde encontraram uma esquadra veneziana com [[Thibaud de Chepoy]] a bordo, quem reclamava o trono de Constantinopla.
 
O infante foi capturado e foi liberadoliberto o [[ducado de Atenas|duque de Atenas]], que o encarcerou como retaliação da pilhagem do porto de [[Amyros]]. As galeiras catalãs foram capturadas e a pilhagem saqueadosaqueada. Thibaud De Chepoy enviou a Rocafort, com o que acabava de aliar-se. Mas ambos os chefes não se terminaram de entender e os capitães, exasperados pela atitude do seu chefe, entregaram Rocafort a Thibaud de Chepoy, que o enviou para [[Nápoles]], onde Robert de Anjou o encarcerou. O final era próximo para os Catalães; sob comando de Thibaud de Chepoy, esgotaram os recursos da península de Cassandreia. Os Almogávares, ao não conseguirem tomar [[Tessalônica]], dirigiram-se para [[Tessália]] onde se encontraram com [[João o Anjo]], aliado de Andrônico, que desejava servir-se deles contra os príncipes francos de Grécia. Finalmente, abandonamabandonaram João o Anjo, e aceitaram as propostas de [[Gautier V de Brienne]], duque de [[Atenas]]. Em seis meses mais, os Catalães capturaram trinta lugares para o duque de Atenas. Porém, Gautier de Brienne cometeu o erro de não pagar mais que uma parte aos Catalães. Estes conseguiram uma última grande vitória contra os cavaleiros francos do [[Principado de Acaia]] e das ilhas.
 
Perseguindo os fugidos, os Almogávares ocuparam Atenas e [[Tebas (Grécia)|Tebas]], onde fundaram um Estado que duraria 80 anos.