Demanda efetiva: diferenças entre revisões

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'''Demanda efetiva''' é a parte da [[demanda]] agregada que de fato se realiza na aquisição de [[bens]] e [[serviços]], e não a procura em potencial por esse bem ou serviço. Em [[Economia]], Demanda ou Procura é a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir por um preço definido em um dado mercado, durante uma unidade de tempo. Há aqueles que entendem que ao invés do patamar de equilíbrio situar entre a demanda e a [[oferta]], isto é, determinarem os preços, na verdade, o determinante estaria no patamar de equilíbrio entre a oferta e a demanda efetiva. A distinção entre demanda e demanda efetiva será a base para constituição da [[Macroeconomia]] e do pensamento [[keynesiano]].
 
==Princípio da Demanda Efetiva==
 
Assim, segundo [[Keynes]] e [[Kalecki]], o nível de demanda efetiva da economia é o patamar que determina o nível de produto agregado e renda, no que se convencionou chamar de '''princípio da demanda efetiva'''.
 
Keynes, que resumia a [[Lei de Say]] como "a oferta cria sua própria demanda", e assim como o economista político clássico [[Thomas Malthus]], não acreditava que a produção de mercadorias geraria, sempre e obrigatoriamente, demanda suficiente para outras mercadorias.
 
Poderiam ocorrer crises de [[superprodução]], como ocorreu na [[década de 1930]]. Assim, o livre mercado pode, durante os períodos recessivos, não gerar demanda bastante para garantir o pleno emprego dos fatores de produção devido ao "entesouramento" das poupanças. Nessa ocasião seria aconselhável que o Estado criasse déficits fiscais para aumentar a demanda efetiva e instituir uma situação de pleno emprego.
 
==Demanda efetiva e economia monetarizada==
 
Deve ser destacado segundo [[Keynes]] que, numa economia monetária quando se recebe dinheiro pelos pagamentos, sempre existe uma defasagem temporal até o dinheiro ser gasto. Isso ocorre porque se toda receita fosse gasta instantaneamente, a demanda por moeda se reduziria a zero, logo a moeda perderia todo seu valor e não existiria. E a moeda existe porque o mundo real é incerto, logo os agentes possuem demanda por encaixes para lidar com a incerteza do futuro. Se o futuro não for incerto, o que implica que todos agentes tenham conhecimento perfeito, todas as transações seriam realizadas no tempo 0, e a demanda por moeda tenderia a zero.
 
 
==Demanda efetiva e crise capitalista==
 
Os economistas defensores do ''princípio da demanda efetiva'' a identificam como responsável em determinar as flutuações econômicas , relacionando portanto a crise com as oscilações no patamar da [[demanda efetiva]] da economia. Tanto [[Keynes]] como [[Kalecki]] no entendimento sobre flutuações econômicas no capitalismo, embora ambos associem ao [[Princípio da Demanda Efetiva]], enfatizando a importância da sobreacumulação e do subinvestimento sobre a determinação do nível garantido da demanda efetiva frente a demanda potencial, isto é, a variação do nível do estoque de capital e do investimento na determinação do nível de produto nacional da economia.
 
Por um lado, Keynes fala da determinação do nível de investimento pela expectativas dos agentes econômicos, principalmente entre os empresários, àqueles que formam o estoque de capital. Essa expectativa e determinanda por sua vez pela incerteza na tomada de decisões, e sua aversão aos riscos, (no que ficou conhecido como "espírito animal"), cumpriria então papéis importantes o mercado financeiro e o gasto público sobre o nível da demanda efetiva e na reversão das expectativas dos agentes.