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A palavra foi usada pela primeira vez em [[França]], nos finais do [[século XIX]], durante o [[caso Dreyfus]] para descrever aqueles que se batiam ao lado de Dreyfus (chamados de ''[[dreyfusards]]'') : [[Émile Zola]], [[Octave Mirbeau]], [[Anatole France]]. O termo "intelectual" como substantivo em [[Língua francesa|francês]] é atribuído a [[Georges Clemenceau]] em [[1898]], ele próprio um proeminente defensor de [[Dreyfus]].
 
== Conceito de intelectual ==
 
Os dois mais destacados são os de [[Antonio Gramsci]]<ref>FERRONI, Giulio. [http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=700 ''Gramsci e os modelos intelectuais no século XX'']</ref>, de [[Karl Mannheim]], de [[Sartre]] (resumido em seu livro-seminário "Em defesa dos intelectuais") e da Escola de Frankfurt.
 
== Universidade e Intelectuais ==
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Estas relações, inseridas num conjunto maior de relações de poder, colocam o intelectual em situação de comprometimento político: suas idéias não são desvinculadas da existência social e suas proposições seguem uma orientação determinada (como exemplo, a prática do [[censo]] e da criação de [[mapa]]s<ref> Consultar o livro ''Comunidades Imaginadas'' de [[Benedict Anderson]]</ref>). O intelectual pode então, através de seu intelecto, contribuir para determinado regime político ou determinada concepção de mundo.<ref> [[Norberto Bobbio]] afirma: ''"Embora com nomes diversos, os intelectuais sempre existiram, pois sempre existiu, em todas as sociedades, ao lado do poder econômico e do poder político, o poder ideológico, que se exerce não sobre os corpos como o poder político, jamais separado do poder militar, não sobre a posse de bens materiais, dos quais se necessita para viver e sobreviver, como o poder econômico, mas sobre as mentes pela produção e transmissão de idéias, de símbolos, de visões de mundo, de ensinamentos práticos, mediane o uso da palavra (o poder ideológico é extremamente dependente da natureza do homem como animal falante) Toda sociedade tem os seus detentores do poder ideológico, cuja função muda de sociedade para sociedade, de época para época, cambiantes sendo também as relações, ora de contraposição ora de aliança, que eles mantêm com os demais poderes."'' In: BOBBIO, Norberto. ''Os intelectuais e o poder: dúvidas e opções dos homens de cultura na sociedade contemporânea''. São Paulo: Editora UNESP, 1997. p.11</ref>
 
== O Fim dos Intelectuais ==
 
Observando como o saber amplo e generalista, as ideologias e as humanidades vêm sofrendo uma ''dêbacle'' frente às especialidades, ao saber técnico e prático, à indefinição política e às ciências aplicadas, muitos estudiosos defendem estar ocorrendo o chamado "fim dos intelectuais". Os argumentos usados para defender esse fim lembram muito os argumentos de Fukuyama em seu livro "O fim da História".
 
Há também resposta a essa ''dêbacle'' vinda de pessoas que não se alinham com Fukuyama. Essas lamuriam a existência do que chamam de ''fast-thinker'' (expressão de [[Pierre Bourdieu]]<ref> BOURDIEU, Pierre. [http://www.intellego.fr/soutien-scolaire-bts-1/aide-scolaire-francais/bourdieu-1-4-l-urgence-et-le-fast-thinking/23857 L'urgence et le fast-thinking] </ref>) ou ''intelectual-jornalista''<ref> PEREIRA, Fábio Henrique. [http://www.bocc.ubi.pt/pag/pereira-fabio-de-gramsci-a-ianni.pdf De Gramsci a Ianni: condições histórico-estruturais para a emergência do “ intelectual jornalista”]. </ref>, ou seja, profissionais originados da universidade, com destaque para psicólogos, politicólogos e juristas, que se importam mais com o discurso que com a relevância do saber transmitido, revelando uma espécie de comprometimento com o senso comum ou até mesmo com opiniões predeterminadas pelos donos do meio de comunicação, visando agradar e fugindo ao engajamento que os definiriam como autênticos intelectuais<ref>"''Intelectual é quem vincula um trabalho de análise a uma preocupação cidadã. De contrário, é um especialista''" Pierre Rosanvallon, historiador e professor do Collège de France.</ref>
 
 
 
== Notas e referências ==