Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em 2010: diferenças entre revisões

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Diversos '''Atos de violência organizada''' sucederam-se na [[Região Metropolitana do Rio de Janeiro]] da noite de [[sábado]], [[20 de novembro]], até o dia [[27 de novembro]] de [[2010]], quando bandidos ligados ao [[narcotráfico]] tentaram promover um "[[arrastão]]" na [[Rodovia Rio-Teresópolis]] — um trecho da [[BR-116]] também conhecido como "Rodovia Rio-Magé" — em [[Duque de Caxias]], causando a morte de um motorista<ref name="arrastão"/>. Durante os ataques e depois, durante as operações, registrou-se que pelo menos 181 veículos teriam sido incendiados pelos criminosos. Nesse período, ocorreram ainda 39 mortes, cerca de duzentas detenções para averiguação e quase setenta prisões<ref name="Zeu">[http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4815770-EI17320,00-Traficante+condenado+por+morte+de+Tim+Lopes+se+entrega+no+Alemao.html Traficante condenado por morte de Tim Lopes se entrega no Alemão]. ''Terra'', 28 de novembro de 2010.</ref><ref name="sapopt" /><ref name="googlenoticias" /><ref name="dadosabrigo">{{citar web|url=http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=100000372264 |titulo=Rio oferece abrigo a moradores de bairro invadido por criminosos|autor=|data=25 de novembro de 2010|publicado=Band|acessodata=26 de novembro de 2010}}</ref>.
 
Em [[24 de novembro]], em entrevista ao [[Jornal Nacional]] da [[Rede Globo]], o [[Governador do Rio de Janeiro]], [[Sérgio Cabral Filho]], solicitou o apoio logístico da [[Marinha do Brasil]]<ref name="pedidodamarinha">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,governador-do-rio-pede-apoio-a-marinha-em-entrevista-a-tv,644838,0.htm
|autor=|título=Governador do Rio pede apoio à Marinha em entrevista à TV‎|data=25 de novembro de 2010|publicado=O Estado de S. Paulo|acessodata=25 de novembro de 2010}}</ref> e o [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministro da Defesa]] [[Nelson Jobim]] lhe assegurou esse direito em nome do [[Presidente do Brasil|Presidente]], [[Luiz Inácio Lula da Silva]], que estava de viagem à [[Guiana]]. Recorrer à Marinha foi uma decisão inédita no país em se tratando de combate ao tráfico e aos criminosos nas [[favela]]s<ref name="inedito">{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/11/defesa-diz-que-pode-avaliar-envio-de-tropas-ao-rio-se-estado-pedir.html|autor=|título=Defesa diz que pode avaliar envio de tropas ao Rio se estado pedir‎|data=25 de novembro de 2010|publicado=G1|acessodata=25 de novembro de 2010}}</ref><ref name="ineditomarinha">{{citar web|url=http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/a+gente+sabe+onde+quer+chegar+diz+beltrame/n1237838968143.html|autor=|título='A gente sabe onde quer chegar', diz Beltrame|data=25 de novembro de 2010|publicado=G1|acessodata=25 de novembro de 2010}}</ref>. No dia seguinte, o Ministério da Defesa informou que, a pedido do Governo do Rio de Janeiro, seriam enviados oitocentos homens da [[Brigada de Infantaria Paraquedista]] do [[Exército Brasileiro]] para auxiliarem a polícia no combate aos ataques, além de dois [[helicóptero]]s e tripulação da [[Força Aérea Brasileira]] e dez blindados de transporte. Com a chegada dos militares, as operações se desdobraram em novas estratégias.
 
No dia [[25 de novembro]], deu-se a maior ofensiva da [[Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro|Polícia Militar do Rio de Janeiro]], com seu [[Batalhão de Operações Policiais Especiais (PMERJ)|Batalhão de Operações Policiais Especiais]] (BOPE) atuando ao lado da [[Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro|Polícia Civil do Rio de Janeiro]], encabeçada pela [[Coordenadoria de Recursos Especiais]] (CORE) e em parceria com o [[Corpo de Fuzileiros Navais]], que disponibilizou seis [[Carro de combate|blindados]] do [[Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais]] e um grupamento de [[fuzileiros navais]] da mesma unidade para apoio logístico da operação, que resultou na tomada do território da [[Vila Cruzeiro]], região da cidade que até então estava em poder dos [[narcotraficante]]s do [[Comando Vermelho]]. Cerca de quinhentos policiais participaram da ação, que logrou êxito em ocupar o espaço no dia [[26 de novembro]]. A partir de [[2011]], a área deverá ser ocupada por uma [[Unidade de Polícia Pacificadora|unidade de polícia pacificadora]], a fim de pacificar e eliminar resíduos do tráfico na região.
 
Durante a ocupação, os narcotraficantes da região puderam escapar para o vizinho "[[Complexo do Alemão]]", ocupado por uma quadrilha da mesma facção crimonosa, umanuma região constituída pelo conjunto de treze [[favela]]s, que foram [[cerco|cercadas]] pelas polícias civil, militar e federal, com o apoio das [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]]<ref name="beltrameagradece">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/geral,beltrame-agradece-marinha-por-carros-blindados,645277,0.htm|titulo=Beltrame agradece Marinha e diz que operações no Rio vão continuar|autor=|data=25 de novembro de 2010|publicado=O Estado de S. Paulo|acessodata=25 de novembro de 2010}}</ref><ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/11/25/com-marinha-policia-ocupa-reduto-de-criminosos-no-rio-923115134.asp|titulo=Com Marinha, polícia ocupa reduto de criminosos no Rio‎|autor=|data=25 de novembro de 2010|publicado=O Globo|acessodata=25 de novembro de 2010}}</ref>. Em [[27 de novembro]], depois de uma ordem emitida pelos policiais ordenar aos envolvidos que se entregassem "até o pôr do sol", trinta e um traficantes se renderam.
 
Na manhã do dia [[28 de novembro]], as forças de segurança, formadas pela Polícia Militar, através do BOPE, do [[Batalhão de Polícia de Choque]], do [[Batalhão de Polícia Florestal e de Meio Ambiente|Batalhão de Polícia Florestal]] e demais unidades convencionais, pela Polícia Civil através da Coordenadoria de Recursos Especiais e delagacias especializadas, pela [[Polícia Federal]] através do [[Comando de Operações Táticas]] e Exército através da Brigada Paraquedista entraram no conjunto de [[favela]]s e assumiram o controle da comunidade em menos de duas horas, prendendo trinta criminosos e apreendendo dezenas de armas e dez toneladas de [[droga]]s. A operação começou às oito horas da manhã e às 13h22min as bandeiras [[bandeira do Brasil|do Brasil]] e [[Bandeira do Rio de Janeiro|do Rio de Janeiro]] foram hasteadas no alto do [[teleférico]] do morro do Alemão. Todo o ocorrido tem sido chamado de '''Guerra do Rio de Janeiro''',<ref>{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,trinta-e-um-traficantes-ja-se-renderam-no-alemao-diz-deputado-do-rio,646212,0.htm|autor=|título=Trinta e um traficantes já se renderam no Alemão, diz deputado do Rio|data=27/11/2010|publicado=Estadão|acessodata=27/11/2010}} </ref><ref>{{citar web|url=http://operamundi.uol.com.br/noticias/IMPRENSA+MUNDIAL+DESTACA+PANICO+E+CLIMA+DE+GUERRA+NO+RIO+DE+JANEIRO_7822.shtml|autor=Thaís Romanelli|título=Imprensa mundial destaca pânico e clima de ''guerra'' no Rio de Janeiro|data=25/11/2010|publicado=Opera Mundi|acessodata=26/11/2010}}</ref><ref name="sidney">{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/11/eu-me-sinto-prisioneira-diz-moradora-vizinha-vila-cruzeiro.html|titulo=Guerra no Rio paralisa transportes e instituições de ensino na cidade|autor=Redação SRZD|data=25 de novembro de 2010|publicado=Sidney Rezende|acessodata=25 de novembro de 2010}}</ref> e especialistas consideram que esta é uma das maiores operações policiais já realizadas nas favelas da cidade,<ref>{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4814339-EI17320,00-RJ+vive+a+maior+operacao+policial+da+historia+diz+especialista.html|autor=|título=RJ vive a maior operação policial da história, diz especialista|data=27 de novembro de 2010|publicado=Terra Brasil|acessodata=27 de novembro de 2010}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/rio-contra-o-crime/noticia/2010/11/conjunto-do-alemao-tem-um-dos-piores-indicadores-sociais-do-rio.html|autor=Bernardo Tabak|título=Conjunto do Alemão tem um dos piores indicadores sociais do Rio|data=27 de novembro de 2010|publicado=G1 RJ|acessodata=27 de novembro de 2010}}</ref> por conta de suas conquistas e apreensões de drogas e armamentos significativas<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/29/rio-vitoria-operacao-sem-precedentes-345010.asp|autor=Ricardo Noblat|título=Rio:Vitória e operação sem precedentes |data=29 de novembro de 2010|publicado=O Globo|acessodata=29 de novembro de 2010}}</ref>. A partir de [[2011]], a área deverá ser ocupada por uma [[Unidade de Polícia Pacificadora]], a fim de pacificar e eliminar resíduos do tráfico na região.
 
== Cronologia dos ataques ==