Dublinenses: diferenças entre revisões

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== Estilo e Análise Literária ==
 
Joyce dizia que pretendia escrever “um capítulo da história moral de meu país” ao escrever os ''Dublinenses''. ).<ref>{{Citar web| url=http://www.nytimes.com/books/00/01/09/specials/joyce-gorman.html|título= The man who wrote ‘Ulysses’| língua= |autor= Horace Reynolds|data= 18 de fevereiro de 1940 |acessodata=}}</ref>. Segundo ele, seus contos ofereciam ao irlandês um olhar sobre si mesmo, na forma de “um espelho bem polido”, imagem clássica da abordagem realista. <ref>{{Citar web| url=http://findarticles.com/p/articles/mi_m2455/is_n3_v32/ai_19517917/ | título= Interactive Stories in “Dubliners”| língua= |autor= David G. Right|data= 18 de fevereiro de 1940 |acessodata=}}</ref> Com efeito, o estilo do narrador dos ''Dublinenses'' é o de um realismo neutro, não dizendo ao leitor o que pensar e evitando o uso de linguagem emotiva. No entanto, ao mesmo tempo em que a escrita demonstra uma preocupação com a verossimilhança das estórias, sendo rica em detalhes, parece também querer explorar ao máximo o potencial simbólico de cada imagem e palavra que insere nos textos. Essa característica, marcante na obra de Joyce, é apontada de forma recorrente pelos críticos: a jovem Eveline conhece seu amante de pé, diante da porta de seu alojamento, ao invés de tê-lo conhecido em qualquer outra parte de Dublin, provavelmente porque este homem representa um "portal" para uma nova vida. A data de morte do padre Flynn em ''As irmãs'' (primeiro de julho de 1895) não é mera coincidência, já que o dia primeiro de julho é a festa do preciosíssimo sangue de nosso Senhor e [[1895]] o centenário do mais importante seminário Católico da [[Irlanda]]. <ref>{{Citar web| url=http://dubliners.wikispaces.com/ | título= “The Sisters” |língua= |autor= |data= |acessodata=}}</ref>
 
Um dos recursos utilizados por Joyce nos ''Dublinenses'' é o [[discurso indireto livre]]. Frequentemente, em sua obra, a fala do narrador se confunde com o pensamento das personagens, como nas primeiras linhas de ''Os mortos'', quando se diz “Lily, a filha do zelador, estava literalmente esgotada.” A personagem não está “literalmente” esgotada, e nem foi intencionalmente descrita pelo autor como tal. Na verdade, a narrativa assume a linguagem da personagem, apropriando-se de um uso incorreto que lhe é característico. <ref>{{Citar web| url=http://www.amazon.com/Joyces-Voices-Hugh-Kenner/dp/0520039351| título=Joyce’s Voices |língua= |autor= Hugh Kenner|data= |acessodata=}}</ref>
 
Nos Dublinenses, Joyce explora o conceito de [[epifania]], isto é, uma súbita revelação acerca da essência de algo. <ref>{{Citar web| url=http://www.mrbauld.com/epiphany.html | título=Joyce's Epiphany|língua= |autor= |data= |acessodata=}}</ref> Joyce também aborda a ideia de paralisia que, nos contos, se expressa como um ímpeto de liberdade que, num momento crucial, não pode ou não consegue se realizar. Nos ''Dublinenses'', o cotidiano dos irlandeses é trabalhado por um autor invisível até adquirir significado como uma forma de experimentar a realidade em sua essência, tal qual ela é. Esta forma é, em muitos casos, uma paralisia que atravessa todos os estágios da vida. <ref>{{Citar web| url=http://www.damonjasso.com/j1/index.php?option=com_content&view=article&id=129:religious-paralysis-the-sisters-in-joyces-dubliners&catid=47:la-baby | título= Religious Paralysis: “The Sisters” in Joyce’s Dubliners |língua= |autor= |data= |acessodata=}}</ref>