Maurício Grabois: diferenças entre revisões

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Nasceu na capital baiana em 1912, filho de Agustín Grabois e Dora Grabois. Cursou o ensino fundamental no Ginásio Estadual de Salvador. Aos 19 anos, mudou-se para o [[Rio de Janeiro]] (então capital do país) para estudar na [[Escola Militar de Realengo]].<ref name="Eremias"/> Lá tomou contato com as idéias do [[marxismo]]-[[leninismo]] e passou a militar contra o [[fascismo]] que avançava na [[Europa]] e também no Brasil, sob a forma do [[Integralismo]], ajudando a divulgar o [[comunismo]] entre os militares. Mais tarde, estudou na Escola de Agronomia do Rio de Janeiro, que abandonou no 2º ano para para dedicar-se à vida política.<ref name="Eremias"/>
 
==Carreira política==
Grabois começou a carreira política como militante da [[Juventude Comunista]], a ala jovem do partido (que então usava a sigla PCB, mas chamava-se Partido Comunista do Brasil). Em [[1934]], aos 22 anos, já era a dirigente da entidade. Ingressando na [[Aliança Nacional Libertadora]], uma facção do PCB que tentou a luta armada, ajudou a organizar a [[Intentona Comunista]] de [[1935]] e, após o fracasso da insurreição, editou clandestinamente o jornal ''[[A Classe Operária]]'', que existe até hoje, e dirigiu a [[Editora Vitória|Vitória]], editora do partido PC do B. Foi preso no verão de [[1941]] e solto no ano seguinte.<ref name="Eremias">{{citar web|url=http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa.php?id=372&m=3|titulo=Mauricio Grabois|publicado=Centro de Documentação Eremias Delizoicov|acessodata=24/04/2011}}</ref>
 
Com a orientação do [[Komintern]] para que os partidos comunistas apoiassem os governos locais que lutassem contra o [[Eixo]] e a entrada do Brasil na [[Segunda Guerra Mundial]] do lado aliado, em [[1943]], o PCB organizou a [[Conferência da Mantiqueira]]. A comissão organizadora do evento foi chefiada por Grabois. Na ocasião, foi eleito para o [[Comitê Central]] do partido.
 
== Política institucional ==
A derrubada de [[Getúlio Vargas]] e a legalização do PCB levaram o partido a entrar na vida democrática institucional brasileira, e Grabois foi eleito [[deputado federal]]<ref name="Eremias"/> como companheiro de chapa de Prestes, eleito senador. Participou da [[Constituição brasileira de 1946|Assembléia Constituinte]] de [[1945]]-[[1946]] e liderou a bancada comunista, que tinha então 14 deputados (entre eles [[Jorge Amado]]). Também foi membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
 
O [[Partido Comunista do Brasil]] mudamudou de sigla (de PCB para PCdoB) em [[18 de fevereiro]] de [[1962]] no Congresso de Reorganização, que mantém até hoje. Em [[1947]], no entanto, umao manobraregistro jurídicado aproveitando umapartido brechafoi constitucionalcassado, arquitetadae pelaso forçasPC maisdo [[conservadorismo|conservadoras]],B aprovapassou a cassaçãoser do registro do partidoilegal, quemas passacontinuando a serexistir ilegal mase continuaatuar na clandestinidade. Grabois trabalhatrabalhou como relator do programa do partido e ajudaajudou a organizar o IV congressoCongresso do PCB (Partido Comunista do Brasil), em [[1954]], sendo reeleito para o comitêComitê centralCentral.
 
Em [[1956]], [[Nikita Khrushchov]] faz um discurso no XX Congresso do [[Partido Comunista da União Soviética|PCUS]] denunciando supostos "crimes" de [[Josef Stalin|Josef Stalin]] e renegando o legado do líder soviético. A mudança de orientação (conhecida como [[revisionismo]]) provoca a reorganização do PCB (Partidoe, Comunistaem do Brasil). Em [[1962]], junto com João Amazonas, [[Pedro Pomar]], [[Carlos Danielli]] e outros, Grabois reorganiza o Partido Comunista do Brasil, mas com a sigla PCdoB.
 
== Luta armada ==
A partir de [[1964]], quando os militares dão um [[golpe de Estado]] no Brasil e tomam o poder, os comunistas se dividem entre os que defendem a oposição clandestina, aliada aos democratas de centro-direita (depois organizados no [[Movimento Democrático Brasileiro|MDB]]) e os que optam pelo combate aberto ([[guerrilha]] urbana e rural). Maurício Grabois foi um dos principais defensores da posição em defesa da [[luta armada]] no partido. Em [[1966]], uma conferência aprova a adoção de "táticas revolucionárias" para tentar derrubar o [[regime militar de 1964|regime militar]] e implantar um regime comunista no Brasil.
 
Para dar início a uma guerrilha na [[Floresta Amazônica]], Grabois chega à região do [[Araguaia]] em dezembro de [[1967]], para organizar o levante revolucionário. Levou para lá o filho [[André Grabois]], morto em combate em [[1972]]. Grabois comandou por seis anos a chamada [[Guerrilha do Araguaia]], no [[estado]] do [[Pará]], até ser morto por forças do exército no dia de natal de 1973, junto com mais três companheiros, um deles seu [[genro]], [[Anexo:Lista de guerrilheiros do Araguaia|Gilberto Olímpio Maria]].<ref name="Eremias"/>
 
==Diário==