Castelo de Penela: diferenças entre revisões

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A época da [[Reconquista]] [[cristianismo|cristão]] da península, os domínios de Penela terão sido tomados à época da conquista de Coimbra pelas tropas de [[Fernando I de Leão e Castela|Fernando Magno]] ([[1064]]). No ano seguinte ([[1065]]) o monarca concedeu carta de povoamento a Penela, já então murada, e a mais quatro povoações da região. No testamento do conde [[Sesnando Davides]] ([[1087]]), a quem o soberano entregara a administração do condado Conimbricense, afirma-se ter sido o conde a povoar os domínios do Castelo de Penela ("''(...) meditatem illis castellis quae ego populavi, Arauz et penella.''").
 
A ofensiva muçulmana que, em vagas sucessivas ([[1116]] e [[1117]]), conquistou e destruiu o [[Castelo de Miranda do Corvo]] e o [[Castelo de Santa Eulália]], causando o abandono do [[Castelo de Soure]], integrantes da linha de defesa de Coimbra, terá ameaçado o de Penela. A perda ou abandono de sua posição explicaria a conquista que é atribuída a [[Afonso I de Portugal|D. Afonso Henriques]] (1112-1185), em [[1129]], embora sem fundamentação documental. As fontes de que dispomos para o período são a [[aforamento|Carta de Foral]], outorgada pelo soberano em [[1137]], referindo o ''"castelo e seus termos''", e um instrumento de doação de uma casa ''"dentro do castelo''", com data de [[1145]]. Tais datas colocam em questionamento a conquista de Penela pelo soberano em [[1148]], como pretendido pelo historiador [[Frei António Brandão]] (''"[[Monarchia Lusitana'']]", [[1632]]), improvável também diante do contexto da conquista de [[Santarém (Portugal)|Santarém]] e de [[Lisboa]] desde [[1147]], que empurrara a linha de defesa muçulmana para o [[rio Sado]].
 
Acredita-se que date desse período uma reedificação do castelo pelo primeiro soberano, providência renovada sob os reinados de [[Sancho I de Portugal|D. Sancho I]] (1185-1211) e de [[Dinis de Portugal|D. Dinis]] (1279-1325), este último responsável pela cerca da vila, que remonta ao início do [[século XIV]]. Aqui nasceu (e faleceu) o infante D. Afonso, segundo filho do soberano, que viria a reinar sob o nome de [[Afonso IV de Portugal]] (1325-1357), o que atesta a sua importância.
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O castelo alcançou o [[século XVIII]] tendo perdido a sua função estratégico-defensiva. O [[terramoto de 1755]] causou a queda da [[Torre de Menagem]] (''Torre do Relógio'') bem como a de uma das portas da cerca. Para a reconstrução da torre, em [[1760]], foi sacrificada a pedra da terceira porta do castelo. Nesse mesmo século, [[José I de Portugal|D. José]] (1750-1777) extinguiu a ''Casa de Aveiro'', até então senhora dos domínios da povoação e seu castelo.
 
A antiga fortificação chegou ao [[século XX]] em estado de abandono e ruína. Encontra-se classificada como [[Monumento Nacional]] por Decreto publicado em [[23 de Junho]] de [[1910]]. A intervenção do poder público só se fez sentir, entretanto, a partir da [[década de 1940]], a cargo da ''[[Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais'']], quando se iniciaram diversas campanhas de intervenção de consolidação e restauro, assim como de reconstrução. Desse modo, as muralhas e as ameias foram refeitas, de acordo com os remanescentes, e desmanteladas as casas entretanto adossadas às muralhas. A torre sineira, de construção setecentista, foi apeada.
 
A partir de [[1992]], e já a cargo do [[IPPAR]] procedeu-se à pavimentação dos acessos e da circulação interior do castelo, à limpeza, recuperação e consolidação das muralhas, e a beneficiação do caminho de ronda com a colocação de passadiços que permitem o percurso pedonal na quase totalidade do perímetro.
 
A ocupação desta fortificação resume-se na atualidade à igreja e à casa paroquial.
 
==Características==
Castelo de montanha, em pedra de [[granito]], ocupa uma área aproximada de meio [[hectare]]. Apresenta [[planta (geometria descritiva)|planta]] com o formato poligonal irregular, orgânica (adaptada ao terreno), disposta num eixo Norte-Sul, com elementos dos estilos românico, gótico e manuelino. Os estudiosos admitem que os seus trabalhos se desenvolveram em duas etapas construtivas principais:
 
*no [[século XIV]], quando foi erguido o circuito das muralhas, onde se conservam quatro das doze torres que o integravam; e
*o [[século XV]], a que pertence a ''Porta da Vila'' (a Sudoeste) e o castelejo, evolução estrutural da antiga Torre de Menagem.
 
Subsistem ainda a chamada ''Porta da Traição'' ou dos ''Campos'' (Nordeste), e os vestígios da Torre de Menagem, da qual pouco mais resta que uma porta em [[arco pleno]] e duas bombardeiras. Esta torre remonta a [[1300]] e erguia-se no castelejo, primitivo núcleo defensivo, reedificado nos séculos XV-XVI.
 
Na cerca de muralhas, que envolvia a vila medieval com suas casas, ruas e igreja, rasgam-se as duas portas remanescentes: a "Porta da Vila" ou "Porta do Cruzeiro", de arco pleno, no exterior da qual, em tempo de paz, se começou a estender o arrabalde; e a "Porta da Traição", que permitia acesso aos campos. A chamada "Brecha das Desaparecidas" constitui hoje a entrada mais franca na fortaleza. Aqui se abria a terceira porta, virada a sul, guardada pela torre quinária, e que ligava o arrabalde mais directamente à igreja.
 
==Galeria==
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== {{Ligações externas}} ==
* [http://www.monumentos.pt/scripts/zope.pcgi/ipa/pages/frameset?nome=ipa&upframe=upframe3&downframe=ipa.html Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)]
* [http://www.ipa.min-cultura.pt/ Instituto Português de Arqueologia]
* {{Link-igespar|69810|Castelo de Penela}}
* [http://www.cm-penela.pt/turismo/castelo.html Castelo de Penela] in CM Penela
 
{{esboço-patrimóniopt}}
{{Castelos de Portugal/Distrito de Coimbra}}