Problemas sociais do Brasil: diferenças entre revisões

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Entre as classes mais baixas, os programas governamentais de transferência de renda são instrumentos para mobilidade social.<ref name="neri"/>
 
A ascensão também chega às classes mais altas, de acordo com a mesma pesquisa da [[FGV]],<ref name="neri"/> ajudada, inclusive, pelo sistema tributário baseado em [[imposto indireto|impostos indiretos]]<ref name="ppayeras">Pintos-Payeras, José Adrian. ''[http://ppe.ipea.gov.br/index.php/ppe/article/viewFile/1224/1072 Análise da progressividade da carga tributária sobre a população brasileira]''. PPE/Ipea, v.40, n.2, agosto de 2010, acesso em 28 de junho de 2011</ref>. A ausência de taxas sobre grandes fortunas mostra que o processo de concentração está institucionalizado, pois os mais ricos têm seus rendimentos mais protegidos.<ref>Safatle, Vladimir (28 de junho de 2011). ''Ricos pagam pouco''. [[Folha de S.Paulo]]</ref>Levantamento divulgado em 2011 aponta que o trabalhador brasileiro labuta mais 4quatro meses para pagar impostos a todas as esferas governamentais.<ref>[[Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário|IBPT]]/Folha da Região (3 de maio de 2011). ''[http://www.ibpt.com.br/home/publicacao.view.php?publicacao_id=13970&pagina=30 Você trabalhou de janeiro até hoje para pagar impostos]'', acesso em 28 de junho de 2011</ref>
 
A taxa de miséria é, inclusive, parcialmente atribuída à [[desigualdade econômica]] do país, que, de acordo com o [[Coeficiente de Gini]] - com um índice de 0,56 em [[2006]] <ref name="onu"/>-, é uma das maiores do mundo.
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A riqueza está concentrada em poucos municípios e foi ampliada em decorrência da centralização de gastos e investimentos públicos, o que causou o congelamento e desestímulo aos desenvolvimentos regional e local.<ref name="ipea">[[IPEA]]. (12 de agosto de 2010). ''[http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/100812_comunicadoipea60.pdf Comunicados do IPEA - Informativo nº 60 - Desigualdade da renda no território brasileiro]'', acesso em 13 de agosto de 2010</ref> Em [[1920]], os 10% municípios economicamente mais ricos tinham 55,4% de participação no PIB, ampliaram para 72,1% em [[1970]] e para 78,1% em [[2007]].<ref name="ipea"/>
 
Estudo do [[IBGE]], divulgado em [[2010]] com dados relativos a [[2008]], mostrou que seis capitais brasileiras - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[Brasília]], [[Curitiba]], [[Belo Horizonte]] e [[Manaus]] - concentravam 25% do [[PIB]] do país.<ref name="pibigbe">[[IBGE]]. (10 de dezembro de 2010). ''[http://ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1780&id_pagina=1 Em [[2008]], seis capitais concentravam 25% do PIB do país]'', acesso em 11 de dezembro de 2010</ref> De acordo com o mesmo estudo, as diferenças regionais em cada estado também são claras, visto que, em 2008, os cinco maiores municípios do [[Amazonas]] eram responsáveis por 88,1% do PIB estadual, assim como no [[Amapá]] (87,6%) e [[Roraima]] (85,4%).<ref name="pibigbe"/>
 
De acordo com dados da [[OIT]] relativos a [[2010]], cerca de 25% da população brasileira ganha menos de US$ 75 por mês, e a geração de empregos formais é incipiente.<ref name="setentaecinco"/> Coincidentemente, o Brasil detém o posto de menor cobertura de [[seguro-desemprego]] entre as economias do G-20.<ref name="setentaecinco">Chade, Jamil. (19 de abril de 2010). ''[http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,um-em-cada-quatro-brasileiros-ganha-menos-de-us-75-ao-mes--diz-oit,not_14397.htm Um em cada quatro brasileiros ganha menos de US$ 75 ao mês, diz OIT]'' - [[O Estado de S.Paulo]], acesso em 19 de abril de 2010</ref>
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O [[Brasil]] é considerado o país menos desigual da [[América Latina]], embora as capitais [[Goiânia]], [[Fortaleza]], [[Belo Horizonte]], [[Brasília]] e [[Curitiba]] estejam entre as cidades mais desiguais do mundo entre 141 cidades de [[países em desenvolvimento]] e ex-comunistas, segundo aponta relatório da [[ONU]] divulgado em 2010.<ref>Antunes, Claudia. (20 de março de 2010). ''País tem 5 capitais entre as 20 cidades mais desiguais''. [[Folha de S.Paulo]], acesso em 20 de março de 2010</ref><ref>. Lauriano, Carolina. (19 de março de 2010). ''[http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1536525-5606,00-QUATRO+CAPITAIS+BRASILEIRAS+ESTAO+ENTRE+AS+MAIS+DESIGUAIS+DO+MUNDO+DIZ+ONU.html Quatro capitais brasileiras estão entre as mais desiguais do mundo, diz ONU]''. [[G1]], acesso em 19 de março de 2010</ref>
 
A [[pobreza]] também é comum emnas grandes cidades dobrasileiras, Paísonde se encontra na forma de subúrbios e favelas, comunidades miseráveis das cidades grandes[[favela]]s.
 
Ainda de acordo com estudo do [[IBGE]], em 32,9% dos municípios a administração pública continua responsável por um terço da economia, mostrando a dependência do fomento público para manutenção econômica.<ref name="pibigbe"/>
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A renda também é clara entre os gêneros. Um estudo da [[ONU]], divulgado em [[2010]], mostra que, se analisadas a saúde reprodutiva, empoderamento (autonomia) e atividade econômica, o país aparece em 80º lugar na lista de 138 nações e territórios.<ref>[[PNUD]] Brasil. (4 de novembro de 2010). ''[http://www.pnud.org.br/cidadania/reportagens/index.php?id01=3598&lay=cid PNUD lança índice de disparidade de gênero]'', acesso em 11 de dezembro de 2010</ref>
 
As diferenças de renda também são claras se analisadas a condição racial. Na região metropolitana de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], onde 54,9% da população ésão de cor parda e 26% de negra<ref name="IBGE_cor">IBGE. ''[http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2006/indic_sociais2006.pdf Síntese dos Indicadores Sociais 2006]'', acesso em 11 de dezembro de 2010</ref>, a renda salarial dos negros era, em [[2004]], de apenas 54,5% da renda dos brancos<ref>Revista do Dieese. (2004). ''[http://www.dieese.org.br/esp/revistadieese.pdf Revista Final]''. Departamento Intersindical e Estudos Sócio-Econômicos, acesso em 11 de dezembro de 2010</ref> e, em outras regiões, como na metropolitana de [[São Paulo]], apenas 5% dos negros estavam em cargos de direção, gerência e planejamento, de acordo com dados de [[2008]].<ref>Godoy, Denise. (19 de novembro de 2009). ''Diminui o abismo entre negro e branco no trabalho''. [[Folha de S.Paulo]], Caderno Cotidiano</ref>
 
A renda discrepante também é perceptível na forma de acesso à oferta de alimentos.<ref name="ibge"/> Segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) [[2008]]-[[2009]], a partir de uma amostragem formada por 60 mil domicílios urbanos e rurais, 35,5% das famílias brasileiras não têm a quantidade mensal suficiente de alimentos, mesmo em um contexto de uma [[agropecuária]] eficiente e competitiva e um custo de alimentação considerado baixo para os padrões mundiais.<ref name="ibge">[[IBGE]]. (23 de junho de 2010). ''[http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1648&id_pagina=1 POF 2008/09 mostra desigualdades e transformações no orçamento das famílias brasileiras]'', acesso em 28 de junho de 2010</ref><ref name="pobrezasemmisterio">[[O Estado de S.Paulo]]. (27 de junho de 2010). ''[http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100627/not_imp572620,0.php Pobreza sem mistério]'', acesso em 28 de junho de 2010</ref> Esse mesmo indicador mostra a desigualdade entre as regiões brasileiras: no Norte, essa parcela equivale a 51,5% das famílias; no Nordeste, a 49,8%; no Centro-Oeste, 32%; no Sudeste, 29,4%; e no Sul, 22,9%.<ref name="ibge"/><ref name="pobrezasemmisterio"/>