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Os crenaques foram definitivamente desterrados e expulsos de sua reserva com a construção da EFVM ([[Estrada de Ferro Vitória a Minas]]) e atualmente estão confinados a pequenas reservas próximas do município de [[Resplendor]], estado de [[Minas Gerais]].<ref>[[Instituto Socioambiental]]. Povos indígenas no Brasil: [http://pib.socioambiental.org/pt/povo/krenak '''Krenak''']</ref>
Disambig grey.svg Nota: Se procura pela língua falada pelos crenaques, veja Língua crenaque.
 
Os crenaques (Krenak) são um grupo indígena brasileiro que dominou parte do vale do Rio Doce (Minas Gerais e Espírito Santo) até o início do século XX.
 
Pertencentes às etnias ligadas ao ramo macro-jê de línguas, esses índios foram denominado pelos portugueses, no início de colonização do Brasil, de aimorés e, posteriormente, de botocudos.
 
Os crenaques foram definitivamente desterrados e expulsos de sua reserva com a construção da EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas) e atualmente estão confinados a pequenas reservas próximas do município de Resplendor, estado de Minas Gerais.[1] Os Crenaques (Krenak) são um grupo indígena lingüística e historicamente pertencentes aos Botocudos, nome genérico pelo qual eram reconhecidos os indígenas que usavam botoques auriculares e bucais. Primeiramente chamados de Tapuias ou Aimorés (ou ainda Aymorés), esses Botocudos habitavam as faixas do leste, sudeste, mata atlântica e zona da mata nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Os Krenak são os últimos remanescentes do grupo indígena Botocudo, no estado de Minas Gerais.
 
HISTÓRICO Pertencentes ao grupo lingüístico macro-jê, os Krenak, como todos os indígenas brasileiros, foram brutalmente cassados. Com a Carta Régia de 1808, a Guerra ofensiva contra os Botocudos é travada e, consequentemente, contra os Krenak. Com os conflitos, os grupos foram se separando, e os grupos Botocudos passam a se identificarem por nomes regionais. Em 1887, os Krenak foram identificados na região do Vale do Rio Doce. A política de extermínio dos Botocudos, perdurou até 1831, quando se constatou que a população desse grupo indígena havia diminuído consideravelmente. Após esse ano, os indígenas eram encaminhados para congregações religiosas diversas (capuchinhos, jesuíta, franciscanos, etc.), e só assim eram aceitos pela sociedade. “Com a proclamação da República, o Estado passa a ser o responsável pela catequese e civilização dos índios” (MOREIRA FILHO & NORONHA FILHO, 1984). Em 1910 é criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e a partir daí a política de pacificação tende a ser menos agressiva e, assim, em 1920, os Krenak são estabelecidos no “Posto Indígena Guido Marlère, à margem esquerda do Rio Doce próximo à cidade de Resplendor em Minas Gerais”. Embora na teoria, as reservas indígenas garantiriam a proteção dos nativos, na prática os índios acabavam participando de terríveis combates contra os habitantes das fazendas vizinhas. “Os Krenak, que, em 1926, somavam apenas 22 indígenas, permaneceram confinados na reserva Guido Marlière até o ano de 1956, tendo que suportar ataques e severas discriminações por parte dos habitantes da região” (MOREIRA FILHO & NORONHA FILHO). Porém, em 1956 a reserva Guido Marlière é fechada, e os Krenak são obrigados a se mudarem para o território dos índios Maxacali, grupo indígena inimigo. Assim os Krenak voltam à reserva abandonada que após alguns anos, passa a ser ocupada por grupos diversos de índios. Assim, os Krenak passam a conviver, forçadamente, com grupos de várias procedências e culturas, por isso, forma proibidos de falarem sua língua original. Em 1972, a área pertencentes aos Krenak é “trocada pela Fazenda Guarani, situada no município de Carmésia em Minas Gerais”. Essa fazenda havia se transformado em despejo de índios que haviam tido suas terras tomadas. Dentre esses índios se encontravam: Pataxós, Maxacali, Fulni-ô, Guarani dentre outros. Assim em 1980 os Krenak voltam para suas terras de origem.
 
HOJE Os Krenak se encontram hoje “no interior de Minas Gerais, no município de Resplendor, à margem esquerda do rio Doce”, a 445 km de Belo Horizonte, com uma aldeia que acolhe cerca de 430 pessoas. Atualmente o casamento inter-étnico é mais comum entre os Krenak e brancos, evitando os casamentos entre etnias diferentes. A maior parte dos Krenak jovens falam apenas português, embora haja projetos em desenvolvimento a favor da preservação da língua original. Dentre todos os Krenak, apenas 9 falam a língua mãe. “Nas escolas estaduais implantadas dentro das aldeias, onde estão matriculados 34 alunos, a grade curricular convencional do ensino médio é enriquecida com lições de geografia, história e matemática indígena. ‘O índio tem que saber as duas culturas. Por exemplo: usamos remédio dos brancos que tem unidades de medida diferentes da matemática indígena. Então como um krenak vai diferenciar os miligramas dos brancos do punhado que nossa ancestrais usavam como medida?’, argumenta o cacique..Além do ensino regular, cinco moradores da reserva estão matriculados no ensino médio , na Escola Estadual Comendador Nascimento Nunes Leal, no núcleo urbano de. Não há krenaks matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA). (...) A título de compensação ambiental pela formação do lago da Usina Hidrelétrica de Aimorés (UHE-Aimorés), controlado pelo consórcio Vale-Cemig, cada família krenak recebe por mês cerca de R$ 790. O pagamento é fruto de acordo firmado entre o consórcio, o Ministério Público Federal (MPF) e a Fundação Nacional do Índio, em troca da retirada de ação ajuizada em abril de 2005. Por conta desse acordo, os krenak também recebem mensalmente cestas básicas”.
 
Fontes: - http://www.cedefes.org.br/index.php?p=indigenas_detalhe&id_afro=5276 - http://treinamento.folhasp.com.br/linguasdobrasil/lingua-crenaque.html - http://books.google.com.br/books?id=3cOI6I_9YHoC&printsec=frontcover&dq=historia+do+indio+no+brasil&hl=pt-BR&ei=yAETTqaVHY650AGzweSzDg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CDQQ6AEwAA#v=onepage&q=historia%20do%20indio%20no%20brasil&f=false - http://books.google.com.br/books?id=cVMqOD98yyAC&pg=PA92&dq=historia+do+indio+no+brasil&hl=pt-BR&ei=yAETTqaVHY650AGzweSzDg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDoQ6AEwAQ#v=onepage&q&f=false - http://books.google.com.br/books?id=NvcqAQAAIAAJ&q=botocudos&dq=botocudos&hl=pt-BR&ei=-QETToOQNsTn0QGJj-GODg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDAQ6AEwAQ - http://books.google.com.br/books?id=r1oIPi_qbOkC&pg=PA97&dq=botocudos&hl=pt-BR&ei=-QETToOQNsTn0QGJj-GODg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCkQ6AEwAA#v=onepage&q=botocudos&f=false - http://books.google.com.br/books?id=WKCMB2HVMy0C&pg=PA208&dq=botocudos&hl=pt-BR&ei=-QETToOQNsTn0QGJj-GODg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=8&ved=0CE0Q6AEwBw#v=onepage&q=botocudos&f=false
Livro: "Sujeição-Dominação: a dramática experiência Krenak", de Gilson Moreira Filho e Paulo Noronha Filho
 
==Ver também==
*[[Botocudos]]