USS Maine (ACR-1): diferenças entre revisões

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Os dois couraçados, Maine e Texas, foram projetados independentemente um do outro, seguindo critérios diferentes: o Texas devia ser o mais blindado e que teria o armamento mais pesado, enquanto ao Maine estava reservada uma maior autonomia. No entanto, os dois navios (e especialmente o Maine) apresentaram grandes semelhanças com as unidades mais potentes da época no Hemisfério ocidental, como o [[Encouraçado Riachuelo|Riachuelo]] brasileiro, construído em Londres e terminado em [[1883]]. Convidaram-se projetistas norte-americanos e estrangeiros a apresentar os seus planos, e para o '''Maine''' escolheu-se o projeto do Bureau of Construction and Repair, e o concurso do Texas foi ganho por um inglês. A construção das duas unidades (mais a do cruzador blindado Baltimore) foi autorizada pelo Congresso a [[3 de Agosto]] de [[1886]]. A quilha do Maine (originalmente classificado como cruzador couraçado) foi assentada a 17 de Outubro de 1888 no Arsenal de Nova Iorque e foi lançado à água a 18 de Novembro de 1889, entrando ao serviço a 17 de Setembro de 1895. Tinha uma cidadela couraçada central que compreendia as máquinas e o armamento principal, além dos paióis de munições e a respectiva maquinaria; as torres dos canhões, cada uma com duas peças de 254 mm (de 28,5 t de peso), eram acionadas hidraulicamente e ficavam na coberta principal. Originalmente o couraçado devia ser do tipo composto mas, no momento da sua construção, usou-se aço niquelado, de 305 mm de espessura, endurecido superficialmente pelo processo Harvey. O novo material, que alcançou um grande êxito aquando da sua apresentação em 1891, foi classificado alguns anos depois como cromo-aço, produzido pela Krupp.
O inesperado afundamento do Maine foi um dos factosfatos que levou à eclosão da guerra hispano-norte-americana de 1898. A 15 de Fevereiro desse ano, durante um período de tensão entre os dois países, o couraçado explodiu no porto de Havana, e Washington suspeitou que se tratava de uma manobra de sabotagem da Espanha. Contudo, posteriormente descobriu-se que a causa da explosão tinha sido a combustão espontânea do carvão armazenado nos paióis junto ao santabárbara de proa. No princípio de 1912 conseguiu-se repor a flutuar os restos do navio, que foi rebocado para o mar alto e afundado.
 
A disposição das torres na diagonal foi inventada por Benedetto Brin. Depois da batalha de Lissa, em 1866, que voltara a propor o esporão como arma ofensiva, tornou-se necessário que os navios de guerra pudessem concentrar o tiro pela proa, pelo que Brin projetou um certo número de unidades (entre as quais o Duilio/Dandolo e o Italia/Lepanto) nas quais todo o armamento principal podia apontar pela proa ou pela popa, bem como pelos costados, dado que as torres dos canhões estavam montadas muito por fora da linha de coxia do navio ¬– na diagonal ¬, com o objectivo de cada uma delas poder abrir fogo muito para lá da superestrutura central. Quando o Maine e o Texas ficaram prontos, este conceito já estava ultrapassado, mas estes navios conferiram à Marinha norte-americana um papel de prestígio no Hemisfério ocidental.